Processos fonológicos de inserção e apagamento no guineense

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: dos Reis, Erica
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Falange Miúda
Texto Completo: http://www.falangemiuda.com.br/index.php/refami/article/view/422
Resumo: O guineense é a língua falada pela maioria dos falantes da Guiné-Bissau, embora, várias décadas após a independência, o português, continue sendo a única língua oficial do país. Este trabalho propõe descrever os processos fonológicos de inserção e apagamento no guineense. Os processos fonológicos de inserção são divididos em três categorias, no início de uma palavra (próstese), no meio (epêntese) e no final (paragoge), os de apagamentos também são divididos em três categorias, no início de uma palavra (aférese), no meio (síncope) e no final (apócope) (VIARO, 2011). A pesquisa se justifica pelo fato de ainda haver poucos estudos voltados para o guineense, sobretudo com relação aos seus aspectos fonológicos. Além disso, as poucas pesquisas realizadas costumam se basear nas discussões teóricas do português, sendo comuns afirmações imprecisas. Para a realização dessa pesquisa foram coletadas palavras no dicionário de Scantamburlo (2002), que foram posteriormente gravadas com quatro falantes nativos do guineense a fim de confirmar sua realização. As análises constatam que a inserção das vogais [a] e [i] no início da palavra é comum, como em português botar – guineense abota; português era – guineense iera, também foram encontrados casos de inserção de uma sílaba inteira em próstese: português nova – guineense banova; próstese e epêntese de uma consoante/traço nasal: português ganhar – guineense nganha; português formiga – guineense furminga; entretanto, houve poucos casos de paragoge, como em português cascavel – guineense kaskabelu. Ademais, os casos de apagamento foram mais comuns, sendo encontradas aféreses de [a] e [e]: português atacar – guineense taka e português estragar – guineense straga; também foram casos comuns de síncope da vogal postônica medial, como português tâmara – guineense tambra e de apócope nos verbos, como português cheirar – guineense tcera.
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spelling Processos fonológicos de inserção e apagamento no guineensePhonological processes of insertion and deletion in GuineanO guineense é a língua falada pela maioria dos falantes da Guiné-Bissau, embora, várias décadas após a independência, o português, continue sendo a única língua oficial do país. Este trabalho propõe descrever os processos fonológicos de inserção e apagamento no guineense. Os processos fonológicos de inserção são divididos em três categorias, no início de uma palavra (próstese), no meio (epêntese) e no final (paragoge), os de apagamentos também são divididos em três categorias, no início de uma palavra (aférese), no meio (síncope) e no final (apócope) (VIARO, 2011). A pesquisa se justifica pelo fato de ainda haver poucos estudos voltados para o guineense, sobretudo com relação aos seus aspectos fonológicos. Além disso, as poucas pesquisas realizadas costumam se basear nas discussões teóricas do português, sendo comuns afirmações imprecisas. Para a realização dessa pesquisa foram coletadas palavras no dicionário de Scantamburlo (2002), que foram posteriormente gravadas com quatro falantes nativos do guineense a fim de confirmar sua realização. As análises constatam que a inserção das vogais [a] e [i] no início da palavra é comum, como em português botar – guineense abota; português era – guineense iera, também foram encontrados casos de inserção de uma sílaba inteira em próstese: português nova – guineense banova; próstese e epêntese de uma consoante/traço nasal: português ganhar – guineense nganha; português formiga – guineense furminga; entretanto, houve poucos casos de paragoge, como em português cascavel – guineense kaskabelu. Ademais, os casos de apagamento foram mais comuns, sendo encontradas aféreses de [a] e [e]: português atacar – guineense taka e português estragar – guineense straga; também foram casos comuns de síncope da vogal postônica medial, como português tâmara – guineense tambra e de apócope nos verbos, como português cheirar – guineense tcera.Guinean is the language spoken by most speakers of Guinea-Bissau, although, several decades after independence, Portuguese remains the country's only official language. This work describes the phonological processes of insertion and deletion in Guinean. The phonological insertion processes are divided into three categories, at the beginning of a word (prothesis), in the middle (epenthesis) and at the end (paragoge), the deletion processes are also divided into three categories, at the beginning of a word (apheresis), in the middle (syncope) and at the end (apocope) (VIARO, 2011). The research is justified by the fact that there are still few studies focused on Guinean, especially with regard to their phonological aspects. In addition, the few studies carried out are usually based on theoretical discussions of Portuguese, and inaccurate statements are common. To carry out this research, words were collected in the Scantamburlo’s dictionary (2002), which were later recorded with four native Guinean speakers in order to confirm their phonetic realization. The analyzes show that the insertion of the vowels [a] and [i] at the beginning of the word is common, as in Portuguese botar – Guinean abota; Portuguese era – Guinean iera; cases of insertion of a whole syllable in prosthesis were also found: Portuguese nova – Guinean banova; prosthesis and epenthesis of a nasal consonant/feature: Portuguese ganhar – Guinean nganha; Portuguese forminga – Guinean furminga; however, there were few cases of paragoge, as in Portuguese cascavel – Guinean kaskabelu. In addition, cases of deletion were more common, like apheresis of [a] and [e]: Portuguese atacar – Guinean taka and Portuguese estragar – Guinean straga; there were also common cases of medial postonic vowel syncope, such as Portuguese tâmara – Guinean tambra and of apocope in verbs, such as Portuguese cheirar – Guinean tcera.Falange Miúda - Revista de Estudos da Linguagem2022-08-05info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionDossiê Temáticoapplication/pdftext/htmlhttp://www.falangemiuda.com.br/index.php/refami/article/view/422Falange Miúda - Revista de Estudos da Linguagem; v. 7 n. 1 (2022): VI Fórum de Estudos Linguísticos do Ceará - VI FELCE; 1-252525-5169reponame:Revista Falange Miúdainstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporhttp://www.falangemiuda.com.br/index.php/refami/article/view/422/517http://www.falangemiuda.com.br/index.php/refami/article/view/422/518Copyright (c) 2022 Falange Miúda - Revista de Estudos da Linguagemhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessdos Reis, Erica2022-08-11T22:57:41Zoai:ojs2.br536.teste.website:article/422Revistahttp://www.falangemiuda.com.br/index.php/refamiPUBhttp://www.falangemiuda.com.br/index.php/refami/oaicaobenassi@hotmail.com contato@falangemiuda.com.br2525-51692525-5169opendoar:2022-08-11T22:57:41Revista Falange Miúda - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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