ALGUNS EQUÍVOCOS EM RELAÇÃO À EPISTEMOLOGIA E PSICOLOGIA GENÉTICAS
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Schème : Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas |
Texto Completo: | https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/scheme/article/view/5778 |
Resumo: | O construtivismo piagetiano tem se prestado a equívocos. Como Piaget não é um teórico de fácil compreensão, iniciantes costumam ter acesso à sua obra mediante fonte secundária. Geralmente, são livros que fazem uma síntese dos pontos essenciais e os apresentam em linguagem compreensível. Considerando tal aspecto, analisamos uma dessas obras. Os resultados apontaram que, no texto analisado: 1) não é dada a devida importância ao papel da interação no desenvolvimento e ao papel do sujeito; 2) o uso da expressão “fatores maturacionais” subsidia a ideia de que Piaget é inatista, o que é um equívoco; 3) afirma-se que o sujeito conhece o mundo, mas, para Piaget, ele o constrói conforme suas estruturas e interesses; 4) não se mencionou que o sujeito só constrói a si mesmo e o mundo quando o estímulo torna-se observável para ele; 5) não se trata de o sujeito conhecer o mundo, mas de construí-lo; 6) a aquisição de conhecimento é um processo que pode ocorrer durante toda a vida do sujeito e não somente na infância e início da adolescência; 7) Piaget não desconsidera a interação social e, tampouco, atribui-lhe peso reduzido no desenvolvimento, como sugerido; 8) em relação à equilibração, ao dissertar-se sobre os mecanismos responsáveis (assimilação e acomodação) pelo processo de equilibração, não se indica o sujeito, o que pode levar o aprendiz a inferir que eles dependem da vontade dele; 9) insinua-se que Piaget coloca o sujeito a fórceps em fases; 10) ao se afirmar que “o desenvolvi-mento passa” acaba-se contribuindo para que os aprendizes vejam Piaget como inatista; 11) não se sublinha que, para Piaget, a inteligência sensório-motora é essencialmente prática; 12) sugere-se equivocadamente que, em determinada idade, a criança apresentará certa inteligência e até moralidade; 13) não se menciona que não há meios de se garantir que os estímulos apresentados serão vistos como desafios pelos indivíduos; 14) sugere-se que Piaget deu pouca importância ao aprendizado, mas ele apenas se mostrou contrário a certas ilusões pedagógicas, como a do controle sobre a aprendizagem; 15) afirma-se que Piaget considera só o desenvolvimento ou lhe atribui papel de primazia, quando, na verdade, ele propõe uma dialética entre desenvolvimento e aprendizagem. Concluímos que a obra analisada minimizou o sujeito psicológico, reafirmando, assim, certa visão inatista, retirando a originalidade da teoria piagetiana, bem como seus atributos de teoria da possibilidade, estruturalista, genética, construtivista e interacionista. |
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ALGUNS EQUÍVOCOS EM RELAÇÃO À EPISTEMOLOGIA E PSICOLOGIA GENÉTICASPiaget; Epistemologia Genética; Psicologia Genética; Psicologia do Desenvolvimento.O construtivismo piagetiano tem se prestado a equívocos. Como Piaget não é um teórico de fácil compreensão, iniciantes costumam ter acesso à sua obra mediante fonte secundária. Geralmente, são livros que fazem uma síntese dos pontos essenciais e os apresentam em linguagem compreensível. Considerando tal aspecto, analisamos uma dessas obras. Os resultados apontaram que, no texto analisado: 1) não é dada a devida importância ao papel da interação no desenvolvimento e ao papel do sujeito; 2) o uso da expressão “fatores maturacionais” subsidia a ideia de que Piaget é inatista, o que é um equívoco; 3) afirma-se que o sujeito conhece o mundo, mas, para Piaget, ele o constrói conforme suas estruturas e interesses; 4) não se mencionou que o sujeito só constrói a si mesmo e o mundo quando o estímulo torna-se observável para ele; 5) não se trata de o sujeito conhecer o mundo, mas de construí-lo; 6) a aquisição de conhecimento é um processo que pode ocorrer durante toda a vida do sujeito e não somente na infância e início da adolescência; 7) Piaget não desconsidera a interação social e, tampouco, atribui-lhe peso reduzido no desenvolvimento, como sugerido; 8) em relação à equilibração, ao dissertar-se sobre os mecanismos responsáveis (assimilação e acomodação) pelo processo de equilibração, não se indica o sujeito, o que pode levar o aprendiz a inferir que eles dependem da vontade dele; 9) insinua-se que Piaget coloca o sujeito a fórceps em fases; 10) ao se afirmar que “o desenvolvi-mento passa” acaba-se contribuindo para que os aprendizes vejam Piaget como inatista; 11) não se sublinha que, para Piaget, a inteligência sensório-motora é essencialmente prática; 12) sugere-se equivocadamente que, em determinada idade, a criança apresentará certa inteligência e até moralidade; 13) não se menciona que não há meios de se garantir que os estímulos apresentados serão vistos como desafios pelos indivíduos; 14) sugere-se que Piaget deu pouca importância ao aprendizado, mas ele apenas se mostrou contrário a certas ilusões pedagógicas, como a do controle sobre a aprendizagem; 15) afirma-se que Piaget considera só o desenvolvimento ou lhe atribui papel de primazia, quando, na verdade, ele propõe uma dialética entre desenvolvimento e aprendizagem. Concluímos que a obra analisada minimizou o sujeito psicológico, reafirmando, assim, certa visão inatista, retirando a originalidade da teoria piagetiana, bem como seus atributos de teoria da possibilidade, estruturalista, genética, construtivista e interacionista.Faculdade de Filosofia e Ciências2016-01-31info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.marilia.unesp.br/index.php/scheme/article/view/577810.36311/1984-1655.2015.v7n2.p04-34Schème: Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas; v. 7 n. 2 (2015); 04-34Schème: Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas; Vol. 7 No. 2 (2015); 04-34Schème: Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas; Vol. 7 Núm. 2 (2015); 04-341984-165510.5555/repeg.v7i2reponame:Schème : Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticasinstname:Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP)instacron:UNESPporhttps://revistas.marilia.unesp.br/index.php/scheme/article/view/5778/3949SILVA, Nelson Pedroinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-09-25T17:27:17Zoai:ojs.www2.marilia.unesp.br:article/5778Revistahttps://revistas.marilia.unesp.br/index.php/schemePUBhttps://revistas.marilia.unesp.br/index.php/scheme/oaischeme.marilia@unesp.br1984-16551984-1655opendoar:2020-09-25T17:27:17Schème : Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP)false |
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