REPRESENTAÇÃO IMAGÉTICA DE DEUS EM CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JOVENS ADULTOS: INVESTIGAÇÕES A PARTIR DA PSICOLOGIA GENÉTICA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guilhermino, Carollina Souza
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Silva, Dener Luiz da
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Schème : Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas
Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/scheme/article/view/11377
Resumo: Investigou-se a representação da imagem de Deus em crianças, adolescentes e jovens adultos. Participaram da pesquisa trinta sujeitos, com idades variando de 8 a 28 anos. Utilizou-se três instrumentos: formulário com informações socioeconômicas e gerais sobre a temática; desenho autoral sobre a representação em questão; e entrevista semiestruturada inspirada no método clínico-crítico. Os resultados, analisados em diálogo com a Epistemologia genética piagetiana, indicam que a representação imagética e conceitual de Deus, ou divindade, estabelece-se como estrutura cognitiva de difícil acesso e elaboração por parte dos sujeitos, evoluindo de uma perspectiva antropomórfica, rica em elementos cotidianos, para abstrata mas, paradoxalmente, mais rígida. O grupo de crianças elaborou representações com conteúdo e estrutura próximas às suas vivências, indicando “Deus” como figura com traços e expressando sentimentos humanos. Os adolescentes complexificaram sua representação imagética adicionando temáticas sociais e elementos abstratos, mas representaram cognitivamente a Deus como ainda próximo da figura antropomórfica. Já os jovens adultos, além da evidente dificuldade na elaboração verbal e figurada da representação solicitada, acrescentaram críticas às práticas religiosas e às imagens comuns ou historicamente construídas de Deus, preferindo uma representação abstrata e, por vezes, não dimensional. A investigação corrobora resultados de outros estudos, mas propõe, ao final, hipóteses diversas e complementares de interpretação, tais como a menor complexidade dos desenhos favorecer maior flexibilidade representacional, a retomada das relações entre aspectos figurativos e operativos, bem como o valor heurístico da temática para a investigação sobre a influência do social no desenvolvimento cognitivo como um todo.
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