O "homem dos riscos" e o "homem lento" e a teorização sobre o risco epidemiológico em tempos de globalização

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sevalho,Gil
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Interface (Botucatu. Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832012000100002
Resumo: Utilizando o tempo como elemento de composição interdisciplinar, discute-se o conceito de risco epidemiológico reconhecendo-se o "homem dos riscos", criado pelo epidemiologista Naomar de Almeida-Filho, e o "homem lento", criado pelo geógrafo Milton Santos. A crítica de Jean-François Lyotard apontando a ciência como discurso que desconsidera a narrativa popular é usada na argumentação. O homem lento resiste à fragmentação das identidades imposta pela globalização, tecendo criativamente a solidariedade no lugar; o homem dos riscos será o da velocidade, da modernidade, impondo uma ordem padronizadora, individualista e competitiva. O risco epidemiológico é pensado na proximidade do território e do lugar, contrapondo-se a concretude do homem lento à artificialidade do discurso epidemiológico povoado pelo homem dos riscos. A Epistemologia do Sul de Boaventura de Sousa Santos, com suas sociologias das ausências e das emergências, toma por base esta perspectiva crítica, propondo uma prática científica politicamente comprometida com a justiça social, privilegiando o saber popular.
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