A ÁRVORE DO ESQUECIMENTO E AS TENTATIVAS DE DESTRUIÇÃO DA MEMÓRIA AFRODIASPÓRICA

• Autor(a) principal: Moreira, Rodrigo Birck
• Data de Publicação: 2020
• Outros Autores: Pereti, Emerson
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Revista UNIABEU (2010)
• Texto Completo: https://revista.uniabeu.edu.br/index.php/RU/article/view/3860
• topic: Ciências Humanas; Letras; Memória; memória; esquecimento; resistência

O presente artigo aborda os processos de apagamento da memória dos povos africanos escravizados em território brasileiro. Este recorte surge a partir da pesquisa intitulada ‘Culto aos Orixás na América Latina - Cinema documental e trânsitos da memória’, na qual duas obras cinematográficas são tratadas comparativamente. Atlântico Negro (1998) e Pedra da Memória (2011) tratam da questão afrodiaspórica sob prismas semelhantes, buscando estabelecer elos entre os cultos e expressões de matriz afro-brasileira e os rituais praticados no Benin e em outras partes da costa oeste africana. No intuito de liquidar tais elos emerge uma força: a “Árvore do Esquecimento”, monumento erigido na costa do Benin, no local onde se situava a árvore, ao redor da qual os escravizados eram forçados a dar voltas antes de embarcar nos navios negreiros, para que assim apagassem suas memórias de seu povo e de suas divindades e com isso infringissem menos dor e castigo divino aos que ficavam. Aqui, a árvore do esquecimento é entendida também como símbolo das forças que historicamente tem se empenhado em “branquear” ou apagar definitivamente as culturas de matriz africana em solo brasileiro.