A difusão do Orçamento Participativo brasileiro: “boas práticas” devem ser promovidas?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Wampler, Brian
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Opinião Pública (Online)
Texto Completo: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8641268
Resumo: A “terceira onda“ de democratização foi acompanhada pela proliferação de novas instituições, que permitem aos cidadãos deliberar e decidir sobre o resultado das políticas adotadas. Organizações internacionais de prestígio, como o Banco Mundial e as Nações Unidas, disseminaram programas de “boas práticas“, associados a esforços de reformar políticas apoiadas na idéia de “boa governança“. Um dos programas mais conhecidos, o Orçamento Participativo (OP), foi adotado pela primeira vez pelo Partido dos Trabalhadores (PT) no Brasil em 1989, como forma de promover justiça social, responsabilidade e transparência. A adoção do orçamento participativo no Brasil se ampliou, capitaneada pelo partido. Não obstante seu pioneirismo, por volta de 2001, quase a metade dos programas de OP haviam sido adotados por governos de outros partidos. O que pode explicar por que governos municipais no Brasil, em especial governos de outros partidos, adotaram programas de OP? Este artigo procura avaliar a probabilidade de que um município adote o OP, recorrendo à análise de regressão logística para testar um modelo que inclua variáveis eleitorais, econômicas, regionais e de redes de políticas públicas. Na conclusão, avalia-se concisamente se os governos que adotam o OP são capazes de produzir resultados similares aos resultados iniciais que inspiraram a designação de “boa prática“, o que leva a enfrentar a questão: sob que condições a eventual adoção de programas de “boas práticas“ deveria ser promovida? Abstract: The “third wave” of democratization has been accompanied by the spread of new institutions that allow citizens to deliberate and decide policy outcomes. Leading international organizations, such as the World Bank and the United Nations, have disseminated “best practice” programs identified with “good government” policy reform efforts. One of the most well-known programs, Participatory Budgeting (PB), was first adopted by Brazil’s Workers’ Party (PT) in 1989 as a means to promote social justice, accountability, and transparency. There has been widespread adoption of PB in Brazil, led by the PT. Yet, by 2001, nearly half of PB programs had been adopted by non-PT governments. What explains why municipal governments in Brazil, especially non-PT governments, would adopt PB programs? This article estimates the probability that a municipality would adopt PB using logistic regression analysis to test a model that included electoral, economic, regional, and policy network variables. This article concludes by briefly analyzing whether governments that adopt PB are able to produce policy outcomes similar to the initial results that inspired the “best practice” label. This introduces the question: When should best practice programs be promoted for possible adoption?Keywords: diffusion, participatory democracy, public policy, participatory budget, Brazil.
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