Identidade nacional e exclusão racial
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Cadernos de Estudos Linguísticos |
Texto Completo: | https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8646154 |
Resumo: | Proclama-se, com muita frequência, que, no Brasil não há racismo, porque somos uma sociedade mestiça, fundada, pois, na mistura. Este trabalho pretende mostrar que essa autodescrição da cultura brasileira encobre, de fato, um racismo profundamente arraigado na formação social brasileira, porque a mistura não prescinde da existência de triagens, ou seja, há elementos que não são aceitos na mistura. Analisando romances do século XIX que defendiam os ideais abolicionistas ou que vergastavam os preconceitos contra os mulatos, revela-se que eles contêm, em sua organização semântica de base, ideias racistas. A defesa dos ideais abolicionistas e o combate ao preconceito contra os mulatos não significam o acolhimento dos valores da negritude dentro da concepção de mistura com que se pensa a nação brasileira. O branqueamento, considerado uma melhoria da conformação racial brasileira, deixa subentendido que nossa sociedade se organizou sobre as bases da exclusão e não da participação racial. |
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Identidade nacional e exclusão racialTriagem. Mistura. Abolicionismo. Preconceito racial. BranqueamentoPreconceito racialProclama-se, com muita frequência, que, no Brasil não há racismo, porque somos uma sociedade mestiça, fundada, pois, na mistura. Este trabalho pretende mostrar que essa autodescrição da cultura brasileira encobre, de fato, um racismo profundamente arraigado na formação social brasileira, porque a mistura não prescinde da existência de triagens, ou seja, há elementos que não são aceitos na mistura. Analisando romances do século XIX que defendiam os ideais abolicionistas ou que vergastavam os preconceitos contra os mulatos, revela-se que eles contêm, em sua organização semântica de base, ideias racistas. A defesa dos ideais abolicionistas e o combate ao preconceito contra os mulatos não significam o acolhimento dos valores da negritude dentro da concepção de mistura com que se pensa a nação brasileira. O branqueamento, considerado uma melhoria da conformação racial brasileira, deixa subentendido que nossa sociedade se organizou sobre as bases da exclusão e não da participação racial.Universidade Estadual de Campinas2016-04-05info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionAvaliado pelos paresapplication/pdfhttps://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/864615410.20396/cel.v58i1.8646154Cadernos de Estudos Linguísticos; v. 58 n. 1 (2016): Desigualdade / Diferença; 63-75Cadernos de Estudos Linguísticos; Vol. 58 No. 1 (2016): Desigualdade / Diferença; 63-75Cadernos de Estudos Linguísticos; Vol. 58 Núm. 1 (2016): Desigualdade / Diferença; 63-752447-0686reponame:Cadernos de Estudos Linguísticosinstname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPporhttps://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8646154/13242Copyright (c) 2016 Cadernos de Estudos Lingüísticosinfo:eu-repo/semantics/openAccessFiorin, Jose Luiz2017-05-09T10:48:34Zoai:ojs.periodicos.sbu.unicamp.br:article/8646154Revistahttp://revistas.iel.unicamp.br/index.php/cel/PUBhttp://revistas.iel.unicamp.br/index.php/cel/oaispublic@iel.unicamp.br||revistacel@iel.unicamp.br2447-06860102-5767opendoar:2022-11-08T14:23:51.514295Cadernos de Estudos Linguísticos - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false |
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Proclama-se, com muita frequência, que, no Brasil não há racismo, porque somos uma sociedade mestiça, fundada, pois, na mistura. Este trabalho pretende mostrar que essa autodescrição da cultura brasileira encobre, de fato, um racismo profundamente arraigado na formação social brasileira, porque a mistura não prescinde da existência de triagens, ou seja, há elementos que não são aceitos na mistura. Analisando romances do século XIX que defendiam os ideais abolicionistas ou que vergastavam os preconceitos contra os mulatos, revela-se que eles contêm, em sua organização semântica de base, ideias racistas. A defesa dos ideais abolicionistas e o combate ao preconceito contra os mulatos não significam o acolhimento dos valores da negritude dentro da concepção de mistura com que se pensa a nação brasileira. O branqueamento, considerado uma melhoria da conformação racial brasileira, deixa subentendido que nossa sociedade se organizou sobre as bases da exclusão e não da participação racial. |
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