Análise acústica da fala suavizada: estudo de caso em gagueira
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Data de Publicação: | 2012 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Cadernos de Estudos Linguísticos |
Texto Completo: | https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8636978 |
Resumo: | A suavização é uma estratégia utilizada no tratamento comportamental da gagueira. A estratégia reduz a frequência da gagueira, mas também modifica a prosódia da fala. O objetivo desta pesquisa é comparar diversos parâmetros acústicos da fala suavizada em relação à fala habitual. Para tanto, foi realizado um estudo de caso. O sujeito da pesquisa foi um homem adulto, falante nativo do português brasileiro, com gagueira desde a infância. Ele leu frases-veículo que continham palavras-chave. Ao todo, foram utilizadas 21 palavras-chave: cada uma iniciando com uma das três plosivas não-vozeadas [p, t, k], seguidas por uma das sete vogais orais do português brasileiro [a, eh, e, i, oh, o, u]. As palavras-chave foram do tipo [‘CVCV]. Todas as frases foram lidas cinco vezes com a forma habitual e suavizada de fala. Os resultados indicaram que a frequência da gagueira diminuiu com a fala suavizada (p < 0,001). A fase de oclusão das plosivas, as palavras-chave e as frases apresentaram duração reduzida (p < 0,001), enquanto a fase de soltura das plosivas e o tempo de início do vozeamento apresentaram duração aumentada (p < 0,001) na fala suavizada em relação à fala habitual. Esses achados sugerem que a fala suavizada é um modo hipoarticulado de fala. Também houve diminuição da frequência fundamental das vogais e das palavras-chave (p < 0,001), indicando que a fala suavizada é aplicada em nível glótico. Não houve modificações nos três primeiros formantes das vogais, indicando que a fala suavizada não altera a precisão articulatória. Também houve redução da inclinação espectral das sentenças (p < 0,001), sugerindo que a fala suavizada aumenta a energia sonora em altas frequências. Portanto, a suavização não apenas reduz o número de hesitações gaguejadas, mas também modifica significativamente a prosódia da fala. |
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Análise acústica da fala suavizada: estudo de caso em gagueiraGagueira. Suavização. Análise Acústica.A suavização é uma estratégia utilizada no tratamento comportamental da gagueira. A estratégia reduz a frequência da gagueira, mas também modifica a prosódia da fala. O objetivo desta pesquisa é comparar diversos parâmetros acústicos da fala suavizada em relação à fala habitual. Para tanto, foi realizado um estudo de caso. O sujeito da pesquisa foi um homem adulto, falante nativo do português brasileiro, com gagueira desde a infância. Ele leu frases-veículo que continham palavras-chave. Ao todo, foram utilizadas 21 palavras-chave: cada uma iniciando com uma das três plosivas não-vozeadas [p, t, k], seguidas por uma das sete vogais orais do português brasileiro [a, eh, e, i, oh, o, u]. As palavras-chave foram do tipo [‘CVCV]. Todas as frases foram lidas cinco vezes com a forma habitual e suavizada de fala. Os resultados indicaram que a frequência da gagueira diminuiu com a fala suavizada (p < 0,001). A fase de oclusão das plosivas, as palavras-chave e as frases apresentaram duração reduzida (p < 0,001), enquanto a fase de soltura das plosivas e o tempo de início do vozeamento apresentaram duração aumentada (p < 0,001) na fala suavizada em relação à fala habitual. Esses achados sugerem que a fala suavizada é um modo hipoarticulado de fala. Também houve diminuição da frequência fundamental das vogais e das palavras-chave (p < 0,001), indicando que a fala suavizada é aplicada em nível glótico. Não houve modificações nos três primeiros formantes das vogais, indicando que a fala suavizada não altera a precisão articulatória. Também houve redução da inclinação espectral das sentenças (p < 0,001), sugerindo que a fala suavizada aumenta a energia sonora em altas frequências. Portanto, a suavização não apenas reduz o número de hesitações gaguejadas, mas também modifica significativamente a prosódia da fala.Universidade Estadual de Campinas2012-07-19info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionPesquisa teóricaapplication/pdfhttps://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/863697810.20396/cel.v54i1.8636978Cadernos de Estudos Linguísticos; v. 54 n. 1 (2012); 167-181Cadernos de Estudos Linguísticos; Vol. 54 No. 1 (2012); 167-181Cadernos de Estudos Linguísticos; Vol. 54 Núm. 1 (2012); 167-1812447-0686reponame:Cadernos de Estudos Linguísticosinstname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPporhttps://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8636978/4700Copyright (c) 2015 Cadernos de Estudos Lingüísticosinfo:eu-repo/semantics/openAccessMerlo, SandraBarbosa, Plínio Almeida2018-08-02T13:16:58Zoai:ojs.periodicos.sbu.unicamp.br:article/8636978Revistahttp://revistas.iel.unicamp.br/index.php/cel/PUBhttp://revistas.iel.unicamp.br/index.php/cel/oaispublic@iel.unicamp.br||revistacel@iel.unicamp.br2447-06860102-5767opendoar:2022-11-08T14:23:30.132399Cadernos de Estudos Linguísticos - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false |
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