o corpo e a sexualidade das mulheres: do séculoXVIIIao período entre guerras

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Houbre, Gabrielle
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Pro-Posições (Online)
Texto Completo: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8643889
Resumo: A partir do século XVIII, a diferenciação sexual dos corpos impõe-se na sociedade francesa e, em sua esteira, surgem a teorização e a promoção de uma "natureza feminina" sistematizada. No século XIX, esta "natureza feminina" sistematizada cristaliza-se numa subordinação irremediável da mulher ao seu corpo e sua capacidade de gerar filhos. É, portanto, a puberdade que torna o corpo das mulheres socialmente útil; , sua valorização, porém, é acompanhada de uma vigilância coercitiva para as moças, particularmente na primeira metade do século XIX. Os aUtores do período romântico respondem, assim, à euforização relativa do corpo juvenil feminino na literatUra das luzes pela sua "eufemização", que se aproxima, na maioria das vezes, da inconsistência. Durante o Segundo Império, as críticas contra a educação das jovens é acentuada, pois se julga que essa educação as torna por demais estúpidas. Asjovens ganham, notadamente através das práticas do flirt, espaços novos de liberdade dos quais a literatura e asimagens trazem certos ecos, por vezes excessivos a partir da BeiJeÉpoque. É preciso, assim, esperar o período "entre-guerras" para ver avançar a idéia de uma educação sexual para as moças e os anos de 1930, para que esta educação seja legitimada. Neste período, a expressão das mulheres em relação à sua sexualidade testemunha, sobretUdo, a forte marca do catolicismo nassuas práticas, seu grau de ignorância que perpetUa o modelo de l'oie blancht?,seu desencantamento face à sexualidade conjugal, mesmo que algumas delas reivindiquem a legitimidade de um prazer compartilhado. Neste domínio, a emancipação é tardia e será somente na década de 1970 que ocorrerá uma verdadeira revolução sexual, notada mente com o controle da procriação.Abstract: The 18th century began with an imposition of the sexual segregation of the body and with an awaking of the theorizing and promotion of a systematized feminine natUre. During the 19th century this "feminine nature", had made women become irretrievably submissive to their bodies and to their maternal capacity. Ir was, therefore, during puberty that women regained theit social usefulness, but this valorisation carne together with a cohesive surveillance for girls, especially during the firsr half of the 19th century. The novelists of the Romantic Age reacted to the relative euphoria of the feminine juvenile body, as can be observed in the literature of the Enlightenment, for its euphemisms, which very often reached inconsistency. During the Second Empire, there was an intensification of the objections made to this form of education, as it was believed to make girls become dull-witted. Girls gained, mainly through the practices of flirting, new scopes of freedom, which had their ecos in literarure and painting, sometimes quite exrravagantly after the beginning of the Beile Époque. Ir was necessary to wait for the petiod betWeen the tWo world wars for the idea of sexual education for girls to be conceived, and the thirries for it to be legitimated. During that period, the expression of women's sexuality suffered a strong Catholic influence, a high degree of ignorance that perpetuated the model of the white goose (/'oie blanche), and disenchantmenc with conjugal sexuality, even in face of some claims of shared pleasures. In this field, emancipation was overdue, and it was nor until the seventies that the sexual revolution began, especially thanks to the concrol of procreation.Key words: Body and sexuality. Feminism. Women's history
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