O Édipo de Foucault não é o de Freud
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | ETD - Educação Temática Digital |
Texto Completo: | https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/905 |
Resumo: | O Édipo, como o homem que sabia demais, era por isso o homem da ignorância. Foucault, diferente de Freud, estabelece um Édipo historicizado no tempo da passagem da forma jurídica do “regime de provas” à do “sistema de inquérito”, culminando no que chamou de o “exame” – nome lacônico que dá às ciências humanas. Porém, não há como mencionar a tragédia sofocliana sem tocar na hermenêutica psicanalítica, e sobre isso Foucault é implacável: a Psicanálise é um dispositivo discursivo de poder, uma ciência disciplinar, contendora do desejo. Mas a Psicanálise não deve ser emparelhada à Psiquiatria, por exemplo. A “razão” freudiana reside justamente numa tensão paradoxal entre dar voz à singularidade e, ao mesmo tempo, reafirmar universais históricos da cultura. Édipo não é uma nosografia, mas o que detém um “saber que não se sabe”: o do inconsciente. Se ele é o homem do inconsciente em Freud, em Foucault ele será o da ignorância. Nisso, ambos se confluem: o homem moderno para sempre está “dissolvido”. |
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O Édipo de Foucault não é o de FreudSigmund Freud. Michel Foucault. Edipo. Humanidades.HumanidadesO Édipo, como o homem que sabia demais, era por isso o homem da ignorância. Foucault, diferente de Freud, estabelece um Édipo historicizado no tempo da passagem da forma jurídica do “regime de provas” à do “sistema de inquérito”, culminando no que chamou de o “exame” – nome lacônico que dá às ciências humanas. Porém, não há como mencionar a tragédia sofocliana sem tocar na hermenêutica psicanalítica, e sobre isso Foucault é implacável: a Psicanálise é um dispositivo discursivo de poder, uma ciência disciplinar, contendora do desejo. Mas a Psicanálise não deve ser emparelhada à Psiquiatria, por exemplo. A “razão” freudiana reside justamente numa tensão paradoxal entre dar voz à singularidade e, ao mesmo tempo, reafirmar universais históricos da cultura. Édipo não é uma nosografia, mas o que detém um “saber que não se sabe”: o do inconsciente. Se ele é o homem do inconsciente em Freud, em Foucault ele será o da ignorância. Nisso, ambos se confluem: o homem moderno para sempre está “dissolvido”.Universidade Estadual de Campinas2010-04-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionAvaliado pelos paresPesquisa bibliográficaapplication/pdfhttps://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/90510.20396/etd.v11iesp..905ETD - Educação Temática Digital; v. 11 (2010): Número Especial: "Psicanálise e Filosofia: um diálogo possível?"; 168-188ETD - Educação Temática Digital; Vol. 11 (2010): Número Especial: "Psicanálise e Filosofia: um diálogo possível?"; 168-188ETD - Educação Temática Digital; Vol. 11 (2010): Número Especial: "Psicanálise e Filosofia: um diálogo possível?"; 168-1881676-2592reponame:ETD - Educação Temática Digitalinstname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPporhttps://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/905/920Copyright (c) 2018 ETD - Educação Temática Digitalinfo:eu-repo/semantics/openAccessPereira, Marcelo Ricardo2017-09-14T14:02:44Zoai:ojs.periodicos.sbu.unicamp.br:article/905Revistahttp://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etdPUBhttps://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/oaippec@unicamp.br||acdiasjr@gmail.com||etd@unicamp.br|| gilbfe@unicamp.br1676-25921676-2592opendoar:2022-11-08T14:24:51.117166ETD - Educação Temática Digital - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false |
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O Édipo, como o homem que sabia demais, era por isso o homem da ignorância. Foucault, diferente de Freud, estabelece um Édipo historicizado no tempo da passagem da forma jurídica do “regime de provas” à do “sistema de inquérito”, culminando no que chamou de o “exame” – nome lacônico que dá às ciências humanas. Porém, não há como mencionar a tragédia sofocliana sem tocar na hermenêutica psicanalítica, e sobre isso Foucault é implacável: a Psicanálise é um dispositivo discursivo de poder, uma ciência disciplinar, contendora do desejo. Mas a Psicanálise não deve ser emparelhada à Psiquiatria, por exemplo. A “razão” freudiana reside justamente numa tensão paradoxal entre dar voz à singularidade e, ao mesmo tempo, reafirmar universais históricos da cultura. Édipo não é uma nosografia, mas o que detém um “saber que não se sabe”: o do inconsciente. Se ele é o homem do inconsciente em Freud, em Foucault ele será o da ignorância. Nisso, ambos se confluem: o homem moderno para sempre está “dissolvido”. |
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