Kant-Foucault: autonomia e analítica da finitude
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Kant e-prints (Online) |
Texto Completo: | https://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/kant-e-prints/article/view/415 |
Resumo: | Em sua maturidade intelectual, Michel Foucault, em artigos e entrevistas, insiste na oposição entre Descartes e Kant. Esta oposição teria motivações históricas e filosóficas. Descartes, quando perguntado sobre o “si”, responde que é um sujeito único, a-histórico universal. O “Si” cartesiano é uma substância que não é descrita por suas circunstâncias; pelo contrário, o “eu” é uma condição do conhecimento e das representações. Kant, por outro lado, teria levantado uma problematização de ordem completamente distinta: "... A questão que Kant levanta é diferente: Quem somos, neste preciso momento na história? Que a questão de analise é, ao mesmo tempo, nós mesmos e nossa situação no momento presente. “(FOUCAULT, 1994, vol. IV, p. 231-2). Kant é referência às idéias de Foucault sobre a autonomia, com reflexões sobre a questão da liberdade (ou seja, a luta contra a dominação), da verdade dita, da auto-construção, o que simplesmente se confirma lendo a “hermenêutica do sujeito” e do “Governo de si e dos outros”, bem como em seus textos e artigos. Nosso interesse, no entanto, vem da oposição de Descartes-Kant que é exposta em “As palavras e as coisas”. No livro, Foucault descreve em detalhes o processo de transição da idade clássica para a idade moderna, períodos em que Descartes e Kant tiveram papel central, respectivamente. Nossa hipótese é que Kant (apesar das críticas dirigidas a ele por Foucault) contribuiu para a modificação do papel importante do tema racionalismo como uma introdução incondicional em sua filosofia crítica, lugar para finitude, e com este golpe, nos leva a uma nova visão do homem contemporâneo, no sentido da palavra. Essa idéia de homem, por outro lado, influencia e fornece as condições de possibilidade para uma auto-elaboração dos temas, como a tecnologia de si, a partir do século 18, com reflexos nos dias atuais. |
id |
UNICAMP-27_00a4d6a9a0e41f6fc4032f4961dbb5e2 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.cle.unicamp.br/eprints/:article/415 |
network_acronym_str |
UNICAMP-27 |
network_name_str |
Kant e-prints (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Kant-Foucault: autonomia e analítica da finitudeKantFoucaultAntropologiaEm sua maturidade intelectual, Michel Foucault, em artigos e entrevistas, insiste na oposição entre Descartes e Kant. Esta oposição teria motivações históricas e filosóficas. Descartes, quando perguntado sobre o “si”, responde que é um sujeito único, a-histórico universal. O “Si” cartesiano é uma substância que não é descrita por suas circunstâncias; pelo contrário, o “eu” é uma condição do conhecimento e das representações. Kant, por outro lado, teria levantado uma problematização de ordem completamente distinta: "... A questão que Kant levanta é diferente: Quem somos, neste preciso momento na história? Que a questão de analise é, ao mesmo tempo, nós mesmos e nossa situação no momento presente. “(FOUCAULT, 1994, vol. IV, p. 231-2). Kant é referência às idéias de Foucault sobre a autonomia, com reflexões sobre a questão da liberdade (ou seja, a luta contra a dominação), da verdade dita, da auto-construção, o que simplesmente se confirma lendo a “hermenêutica do sujeito” e do “Governo de si e dos outros”, bem como em seus textos e artigos. Nosso interesse, no entanto, vem da oposição de Descartes-Kant que é exposta em “As palavras e as coisas”. No livro, Foucault descreve em detalhes o processo de transição da idade clássica para a idade moderna, períodos em que Descartes e Kant tiveram papel central, respectivamente. Nossa hipótese é que Kant (apesar das críticas dirigidas a ele por Foucault) contribuiu para a modificação do papel importante do tema racionalismo como uma introdução incondicional em sua filosofia crítica, lugar para finitude, e com este golpe, nos leva a uma nova visão do homem contemporâneo, no sentido da palavra. Essa idéia de homem, por outro lado, influencia e fornece as condições de possibilidade para uma auto-elaboração dos temas, como a tecnologia de si, a partir do século 18, com reflexos nos dias atuais.Centre for Logic, Epistemology, and the History of Science (CLE)2012-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/kant-e-prints/article/view/415Kant e-prints; v. 6 n. 2 (2011); 1-13Kant e-Prints; Vol. 6 No. 2 (2011); 1-131677-163Xreponame:Kant e-prints (Online)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:Unicampporhttps://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/kant-e-prints/article/view/415/317Copyright (c) 2015 Kant e-Printsinfo:eu-repo/semantics/openAccessCastelo Branco, Guilherme2021-10-19T15:00:57Zoai:www.cle.unicamp.br/eprints/:article/415Revistahttps://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/kant-e-prints/PUBhttps://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/kant-e-prints/oaiclekant@unicamp.br||danielomarperez@hotmail.com||daniel.omar.perez@pq.cnpq.br1677-163X1677-163Xopendoar:2021-10-19T15:00:57Kant e-prints (Online) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Kant-Foucault: autonomia e analítica da finitude |
title |
Kant-Foucault: autonomia e analítica da finitude |
spellingShingle |
Kant-Foucault: autonomia e analítica da finitude Castelo Branco, Guilherme Kant Foucault Antropologia |
title_short |
Kant-Foucault: autonomia e analítica da finitude |
title_full |
Kant-Foucault: autonomia e analítica da finitude |
title_fullStr |
Kant-Foucault: autonomia e analítica da finitude |
title_full_unstemmed |
Kant-Foucault: autonomia e analítica da finitude |
title_sort |
Kant-Foucault: autonomia e analítica da finitude |
author |
Castelo Branco, Guilherme |
author_facet |
Castelo Branco, Guilherme |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Castelo Branco, Guilherme |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Kant Foucault Antropologia |
topic |
Kant Foucault Antropologia |
description |
Em sua maturidade intelectual, Michel Foucault, em artigos e entrevistas, insiste na oposição entre Descartes e Kant. Esta oposição teria motivações históricas e filosóficas. Descartes, quando perguntado sobre o “si”, responde que é um sujeito único, a-histórico universal. O “Si” cartesiano é uma substância que não é descrita por suas circunstâncias; pelo contrário, o “eu” é uma condição do conhecimento e das representações. Kant, por outro lado, teria levantado uma problematização de ordem completamente distinta: "... A questão que Kant levanta é diferente: Quem somos, neste preciso momento na história? Que a questão de analise é, ao mesmo tempo, nós mesmos e nossa situação no momento presente. “(FOUCAULT, 1994, vol. IV, p. 231-2). Kant é referência às idéias de Foucault sobre a autonomia, com reflexões sobre a questão da liberdade (ou seja, a luta contra a dominação), da verdade dita, da auto-construção, o que simplesmente se confirma lendo a “hermenêutica do sujeito” e do “Governo de si e dos outros”, bem como em seus textos e artigos. Nosso interesse, no entanto, vem da oposição de Descartes-Kant que é exposta em “As palavras e as coisas”. No livro, Foucault descreve em detalhes o processo de transição da idade clássica para a idade moderna, períodos em que Descartes e Kant tiveram papel central, respectivamente. Nossa hipótese é que Kant (apesar das críticas dirigidas a ele por Foucault) contribuiu para a modificação do papel importante do tema racionalismo como uma introdução incondicional em sua filosofia crítica, lugar para finitude, e com este golpe, nos leva a uma nova visão do homem contemporâneo, no sentido da palavra. Essa idéia de homem, por outro lado, influencia e fornece as condições de possibilidade para uma auto-elaboração dos temas, como a tecnologia de si, a partir do século 18, com reflexos nos dias atuais. |
publishDate |
2012 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2012-01-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/kant-e-prints/article/view/415 |
url |
https://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/kant-e-prints/article/view/415 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/kant-e-prints/article/view/415/317 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2015 Kant e-Prints info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2015 Kant e-Prints |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Centre for Logic, Epistemology, and the History of Science (CLE) |
publisher.none.fl_str_mv |
Centre for Logic, Epistemology, and the History of Science (CLE) |
dc.source.none.fl_str_mv |
Kant e-prints; v. 6 n. 2 (2011); 1-13 Kant e-Prints; Vol. 6 No. 2 (2011); 1-13 1677-163X reponame:Kant e-prints (Online) instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) instacron:Unicamp |
instname_str |
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) |
instacron_str |
Unicamp |
institution |
Unicamp |
reponame_str |
Kant e-prints (Online) |
collection |
Kant e-prints (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Kant e-prints (Online) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) |
repository.mail.fl_str_mv |
clekant@unicamp.br||danielomarperez@hotmail.com||daniel.omar.perez@pq.cnpq.br |
_version_ |
1754842243225616384 |