Dez anos de estruturas do emprego na industria automobilistica brasileira : rupturas e continuidades (1896/1995)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Consoni, Flávia Luciane, 1973-
Data de Publicação: 1998
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1586916
Resumo: Orientador: Ruy de Quadros Carvalho
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spelling Dez anos de estruturas do emprego na industria automobilistica brasileira : rupturas e continuidades (1896/1995)Qualificações profissionaisTrabalhadores da indústria automobilísticaOrientador: Ruy de Quadros CarvalhoDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de GeocienciasResumo: O processo de modernização e reestruturação produtiva, caracterizado pela introdução da automação microeletrônica e de novos princípios organizacionais (produção e trabalho), está alterando os padrões de emprego industrial, sugerindo sistemáticas transformações na estrutura do emprego, desde a redução do contingente empregado, com criação e destruição de ocupações, à maior exigência de requisitos educacionais e mudanças nas qualificações da força de trabalho. Procurando ampliar o entendimento de tal questão, este estudo analisa a estrutura do emprego na indústria automobilística brasileira enquanto indicador de intensificação da reestruturação produtiva e do processo de modernização, enfocando as variáveis: categorias ocupacionais/qualificação, escolaridade, salário, tempo de serviço, idade e sexo. A investigação esteve baseada em consultas ao banco de dados do Ministério do Trabalho, a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), no período 1986/ 1995. Como resultado do estudo, é possível identificar uma dinâmica de emprego diferenciada entre montadoras e empresas de autopeças, o que nos leva a falar em dois regimes distintos entre os segmentos do setor automotivo. Enquanto as montadoras parecem incorporar, com maior consistência, políticas que promovem a modernização, afastando-se dos padrões tradicionais de emprego que prevaleceram na década de 80, nas empresas de autopeças tais iniciativas parecem ser graduais, revelando o caráter heterogêneo do processo de reestruturação entre as empresas que compõe o setor automotivo. Com relação às categorias ocupacionais, identificamos uma redução acentuada entre os inspetores de qualidade, supervisores e trabalhadores de produção não-qualificados (trabalhadores braçais em geral), o que sugere maior intensificação do processo de reestruturação industrial. Surpreendente é o aumento percentual e absoluto de engenheiros nas montadoras, um indicador universal de capacitação tecnológica. Contudo, a persistência acentuada de trabalhadores semi-qualificados (ocupações tradicionais do setor) em montadoras e empresas de autopeças é uma contraparte da relativamente baixa difusão de sistemas automatizados na produção e também de que as novas formas organizacionais não romperam com a classificação formal de ocupações, reforçando a divisão do trabalho que, no conjunto, é semelhante aos padrões da década de 80. Outro aspecto que merece destaque é a transição da concentração da força de trabalho das faixas de menor escolaridade para as faixas de maior instrução formal. A variável idade revela certo "envelhecimento" da força de trabalho, constatação convergente com as tendências relativas ao tempo de serviço, ou seja, de maior estabilidade no emprego. Por fim, a análise da variável sexo revela que as montadoras, mais do que as empresas de autopeças, oferecem melhores oportunidades de emprego para as mulheres em ocupações de maior status e qualificação, como é o caso das engenharias. Contudo, o perfil desta mudança não tem alterado a estrutura do emprego por sexo; a reestruturação produtiva tem reproduzido o caráter de segmentação, onde as mulheres continuam ocupando postos de trabalho de menor qualificação, obtendo assim menor remuneração, apesar de possuírem escolaridade significativamente mais elevada do que a dos homensAbstract: Industry restructuring, brought about by the diffusion of flexible automation and of new forms of work organization, is leading to changes in the features and structure of industrial employment. These changes comprise many aspects, from rOOuction in the volume of employment, to creation and destruction of occupations, to the emergence of new skill and OOucation requirements. In order to contribute to the understanding of this issue, this dissertation set out to analyze changes in the structure of employment in the Brazilian automobile industry, in the period 1986/1995, taking into account the following variables: occupations/skills, OOucation of the labor force, wages, duration of employment, age of the labor force and sexo Changes in these aspects of employment are taken as indirect indicators of the process of industry restructuring as much as influenced by this processo Investigation was has been basOO on secondary data, mainly from RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) data of the Brazilian Ministry of Labor databank. The results of investigation point out that pattems of employment and labor utilization are different when the assembly segment and the auto-part producer segment are comparOO. Modemization of employment practices seems to be more systematic in assembly fmns, which has 100 to a more pronounced change in the pattem of employment that was typical in the 80s. In auto-parts fmns, changes less evident, suggesting that the process of fmn restructuring is heterogeneous, in line with heterogeneity of fmns. As regards the occupational structure, the study has found significant rOOuction in the share of production supervisors (foremen), quality inspectors and non-skillOO production workers. An unexpectOO fmding is the substantial increase in the share and volume of engineers in total employment in assembly fmns. Employment of engineers has been utilizOO in the literature as an indicator of technological capabilities. However, the share of semi-skillOO workers employOO in (various) conventional occupations of the auto-industry is unchangOO and represents the largest part of the labor force, in both assembly and auto-parts fmns. This fmding can be partially explainOO by the very low rate of diffusion of progranunable automation in the Brazilian auto industry. It also suggests that adoption of new management techniques has not been so widespread to the point of producing a rupture with the old pattem of division of labor, work organization and job classification which was typical in the 80s. Another important fmding is the increase of formal OOucation in alllevels of the occupational structure, in both segments of the auto industry. The auto industry work force is also aging, as employment stability seems to be increasing, particularly in assembly fmns. Finally, data suggests that assembly fmns have been offering relatively better employment opportunities to women, as comparOO to auto-parts firms, since it has been found that assembly fmns have been hiring women for more skillOO jobs in technical and administrative areas. Yet, this change has not impliOO a change in the structure of employment by sexo In the whole, fmn restructuring has not alterOO the segmented nature of employment, in which women are primarily in less ski1100 jobs, eaming lower wages, even though they generally have more years of formal educationMestradoMestre em Política Científica e Tecnológica[s.n.]Carvalho, Ruy de Quadros, 1953-Castro, Nadya Araujo deQueiroz, Sérgio Robles Reis deUniversidade Estadual de Campinas. Instituto de GeociênciasPrograma de Pós-Graduação não informadoUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASConsoni, Flávia Luciane, 1973-19981998-12-17T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf164f.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1586916CONSONI, Flávia Luciane. Dez anos de estruturas do emprego na industria automobilistica brasileira: rupturas e continuidades (1896/1995). 1998. 164f Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociencias, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1586916. Acesso em: 14 mai. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/169502porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-02-18T02:52:22Zoai::169502Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2017-02-18T02:52:22Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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