A crença na existência do mundo exterior e o ceticismo mitigado em Hume

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Laila Thaís Correa e, 1987-
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1618373
Resumo: Orientador: José Oscar de Almeida Marques
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spelling A crença na existência do mundo exterior e o ceticismo mitigado em HumeThe belief in the external world and the mitigated scepticism in HumeHume, David, 1711-1776Filosofia modernaCeticismoEmpirismoImaginaçãoModern philosophyScepticismEmpirismImaginationOrientador: José Oscar de Almeida MarquesDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências HumanasResumo: David Hume, no Tratado da Natureza Humana, livro 1, parte 4, seção 2, "Do ceticismo quanto aos sentidos", pretende explicar a causa de nossa crença na existência do mundo exterior, isto é, a crença em existências contínuas e distintas da mente e da percepção. Ele inicia a seção com a seguinte afirmação: devemos dar nosso assentimento ao princípio referente à existência dos corpos, embora não possamos ter a pretensão de sustentar a sua veracidade por meio de argumentos filosóficos (T 1.4.2.1). Mas, ao final da seção, sua postura diante da crença na existência do mundo exterior muda totalmente, como Hume mesmo diz, em T 1.4.2.56, penúltimo parágrafo: "iniciei este tema com a premissa de que deveria ter uma fé implícita em nossos sentidos, e que essa é a conclusão que extrairia da totalidade de meu raciocínio", contudo, argumenta ele, "sinto-me neste momento possuído pelo sentimento contrário", ou seja, Hume não deposita mais nenhuma confiança nos sentidos, ou antes, imaginação. Por que Hume chega a tal conclusão? Hume argumenta que essas existências contínuas e distintas são ficções da imaginação e, como tais, não merecem nosso assentimento e confiança. Essa situação embaraçosa conduz Hume a um ceticismo radical que, segundo o próprio filósofo, somente pode ser curado por meio do "descuido e desatenção". Mas, como poderíamos interpretar essa declaração de Hume? Minha proposta de interpretação defende que através do conceito humeano de ceticismo mitigado presente no Tratado, livro 1, parte 4, seção 7, "Conclusão deste livro", e na Investigação sobre o Entendimento Humano, seção 12, "Da filosofia acadêmica ou cética", somos capazes de compreendê-la. Nas duas obras mencionadas Hume apresenta o modo de investigação filosófica que é, para ele, o mais adequado, a saber: o método cético. Contudo, o ceticismo de Hume não é o ceticismo radical que impede toda a ação, mas sim um ceticismo mais mitigado que combina consigo uma parcela da "mistura bruta e terrena" (T 1.4.7.14), constituinte da vida comum e afazeres cotidianosAbstract: David Hume, in the Treatise of Human Nature, book 1, part 4, section 2, "Of scepticism with regard to the senses", wants to explain the cause of our belief in the existence of external world, i.e., the belief in existence continued and distinct of the mind and perception. He begins the section with the following affirmation: we might give our assentiment to the principle regarding the existence of external world, even though we cannot pretend to sustain its veracity through philosophical arguments (T 1.4.2.1). But, at the end of section, Hume's position as regards of the belief of external world changes completely, as Hume says, in T 1.4.2.56: "I begun this subject with premising, that we ought to have an implicit faith in our senses, and that this wou'd be the conclusion, I shou'd draw from the whole of my reasoning", however, he says, "I feel myself at present of quite contrary sentiment", i.e., Hume didn't deposit any more trust in the senses, or first, imagination. Why Hume concluded that? Hume says that these continued and distinct existences are fictions of imagination, and in this way, don't diserve our trust and assentiment. This complicated situation brings Hume to the radical scepticism that, according to himself, can only be cured by "carelessness and in-attention". But how can we interpret Hume's declaration? My proposal is that by means of the humean concept of mitigate scepticism present in the Treatise, book 1, part 4, section 7, and in Enquiry Concerning Human Understanding, section 12, we can comprehended Hume's situation. In both books, he presented for us a way of philosophical investigation that is, for him, more adequate: the sceptical method. However, humean scepticism is not the radical one that obstructed all action, instead, more mitigated humean scepticism brings with itself one part of the "gross earthy mixture, as an ingredient" (T 1.4.7.14), that constitutes common lifeMestradoFilosofiaMestre em Filosofia[s.n.]Marques, José Oscar de Almeida, 1949-Smith, PlinioChibeni, Silvio SenoUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASSilva, Laila Thaís Correa e, 1987-20122012-07-08T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf104 f.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1618373SILVA, Laila Thaís Correa e. A crença na existência do mundo exterior e o ceticismo mitigado em Hume. 2012. 104 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1618373. 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