Poéticas do arquivo : Brasil : nunca mais, documentário (auto)biográfico e testemunho de vida
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/20.500.12733/1641266 |
Resumo: | Orientador: Márcio Orlando Seligmann-Silva |
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Poéticas do arquivo : Brasil : nunca mais, documentário (auto)biográfico e testemunho de vidaPoétiques de l'archive : Brésil : plus jamais, documantaire autobiographique et témoignace de vieBrasil, nunca maisArquivosDocumentário (Cinema)TestemunhasBrasil - História - 1964-1985Brazil: ever againArchiveDocumentary filmsTestimonyBrazil - History - 1964-1985Orientador: Márcio Orlando Seligmann-SilvaTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da LinguagemResumo: Este estudo considera o testemunho (Benjamin, Derrida, Felman) como parti pris, voltando-se ao campo da cultura e da história como arquivo (Benjamin) e à linguagem vis-à-vis à memória e a recuperação da história da ditadura civil-militar brasileira (1964/1985). Há a proposição de um pressuposto poético, a partir da investigação do arquivo, do arquivamento e do gesto de autenticação do arquivo, - e relação dialética deste último com "o abalo da tradição" (Seligmann-Silva). Assenta-se, assim, uma rede textual que conduz da arquivística ao arquivo tomado filosoficamente por Derrida (1995). Trata-se de uma articulação conceitual cujo objetivo é apreciar como o gesto de autenticação – ou o querer autenticar - perfaz determinada poética que se manifesta em objetos culturais ligados à ditadura militar brasileira. Toma-se Brasil: Nunca Mais (1985), obra feita a partir do Projeto Brasil: Nunca Mais, alocado fisicamente no Arquivo Edgard Leunroth, no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas/Unicamp, sob a denominação coleção Brasil: Nunca Mais, dois documentários (auto)biográficos dirigidos por mulheres-familiares de vítimas da ditadura - Diário de uma Busca (2010), de Flávia Castro e Mariguella (2012), de Isa Grinspum Ferraz - e o romance Ainda Estou Aqui (2015), de Marcelo Rubens Paiva, como corpus. Como estratégia de aproximação ao Brasil: Nunca Mais, é proposta uma releitura a partir de sua história e circunstância de surgimento, entrelaçada a documentos de arquivo da instituição que o financiou, o Conselho Mundial de Igrejas (CMI). No trabalho com a obra, foco privilegiado de atenção, revela-se o prefácio de dom Paulo Evaristo Arns enquanto evento fundacional da poética do arquivo, - compreendido como o espaço traumatizado onde se dá o testemunho das violações aos direitos humanos durante a ditadura civil-militar. O discurso do cardeal também se revela, nesse mesmo contexto, como um testemunho de vida (Felman). Diário de uma Busca e Mariguella são colocados em correlação a Brasil: Nunca Mais porque eles repetem o gesto arquivista fundacional nas suas narrações, porém, em outro momento de memória sobre a ditadura civil-militar brasileira. O que interessa, assim, é articulação testemunhal que os une a Brasil: Nunca Mais e, por sua vez, os liga também a Ainda Estou Aqui. Com relação à análise fílmica, foi utilizada a dicotomia entre arquivamento e "anarquivamento" de acordo Seligmann-Silva. Para ele, anarquivar seria o equivalente a "recolecionar as ruínas do arquivo e reconstruí-las de forma crítica" (2014), como alegoria ao que está encerrado no arquivo arcôntico (DERRIDA, 1995, 2001) ou arquivo tout court (termo nosso). Conjugou-se esse procedimento analítico a uma aproximação do método de Sylvie Lindeperg, a que estamos chamando de "o caminho das imagens" (LINDEPERG, 2013), conforme título de sua obra sobre o tema. A estudiosa considera o cinema como um agente e um operador da história, e propõe que se olhe para a historicidade da imagem de arquivo. Por fim, o romance Ainda Estou Aqui perfaz sua narratividade sob a tensão do arquivo que, visto desde o campo da linguagem, também gravita sob a influência da poética do arquivo. Procurou-se apreender, neste contexto escritural, como o documento de arquivo se comporta dentro de uma lógica que não a arquival e sua relação com a recente história brasileiraAbstract: This study considers the testimony (Benjamin, Derrida, Felman) as parti pris, turning to the field of culture and history as an archive (Benjamin) and language vis-à-vis memory and the recovery of the history of the civil- Brazilian military (1964/1985). There is the proposition of a poetic presupposition, based on the investigation of the archive, the archiving and the gesture of authentication of the archive, - and the latter's dialectical relationship with "the shaking of tradition" (Seligmann-Silva).Thus, a textual network is established that leads from the archive to the archive taken philosophically by Derrida (1995). It is a conceptual articulation whose objective is to appreciate how the gesture of authentication - or wanting to authenticate - makes up a certain poetics that manifests itself in cultural objects linked to the Brazilian military dictatorship. One takes Brazil: Never Again (1985), a work made from the Project Brazil: Never Again, physically allocated in the Edgard Leunroth Archive, at the Philosophy and Human Sciences Institute / Unicamp, under the denomination Brazil: Nevermore Collection, two documentaries (auto) biographies directed by women-relatives of victims of the dictatorship - Diary of a Search (2010), by Flávia Castro and Mariguella (2012), by Isa Grinspum Ferraz - and the novel Não Estou Aqui (2015), by Marcelo Rubens Paiva , as corpus.As a strategy to get closer to Brazil: Never Again, a reinterpretation is proposed based on its history and circumstance of emergence, interwoven with archival documents of the institution that financed it, the World Council of Churches (WCC). In the work with the work, a privileged focus of attention, the preface of Dom Paulo Evaristo Arns is revealed as a foundational event in the poetics of the archive, - understood as the traumatized space where the testimony of the violations of human rights during the civil dictatorship is given - military. The cardinal's speech also reveals itself, in this same context, as a testimony of life (Felman). Diário de uma Busca and Mariguella are placed in correlation with Brazil: Never Again because they repeat the foundational archivist gesture in their narrations, however, in another moment of memory about the Brazilian civil-military dictatorship. What matters, therefore, is testimonial articulation that unites them to Brazil: Never Again and, in turn, also links them to I'm still here. Regarding film analysis, the dichotomy between archiving and "anarchization" was used, according to Seligmann-Silva. For him, anarchizing would be the equivalent of "recollecting the ruins of the archive and reconstructing them in a critical way" (2014), as an allegory to what is contained in the arconic archive (DERRIDA, 1995, 2001) or tout court file (our term) . This analytical procedure was combined with an approximation of Sylvie Lindeperg's method, which we are calling "the path of images" (LINDEPERG, 2013), according to the title of her work on the theme. The scholar considers cinema as an agent and operator of history, and proposes looking at the historicity of the archive image. Finally, the novel I'm still here makes its narrative under the tension of the archive which, seen from the field of language, also gravitates under the influence of the archive's poetics. We tried to apprehend, in this scriptural context, how the archival document behaves within a logic other than archival and its relationship with recent Brazilian historyDoutoradoTeoria e Crítica LiteráriaDoutora em Teoria e História LiteráriaCNPQ141493/2016-0[s.n.]Seligmann-Silva, Márcio, 1964-Sterzi, EduardoMorettin, EduardoVidal, PalomaVecchioli, Virginia SusanaUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da LinguagemPrograma de Pós-Graduação em Teoria e História LiteráriaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASBrum, Liniane Haag, 1971-20202020-11-23T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf1 recurso online (234 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1641266BRUM, Liniane Haag. Poéticas do arquivo: Brasil : nunca mais, documentário (auto)biográfico e testemunho de vida. 2020. 1 recurso online (234 p.) Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1641266. Acesso em: 3 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1164436Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDFporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-05-07T10:37:51Zoai::1164436Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2021-05-07T10:37:51Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false |
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