Biologia da polinização e reprodução de Cambessedeira hilariana (Kunth.)DC. (Melastomatacae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fracasso, Carla Magioni, 1976-
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1593719
Resumo: Orientador: Marlies Sazima
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spelling Biologia da polinização e reprodução de Cambessedeira hilariana (Kunth.)DC. (Melastomatacae)PolinizaçãoReproduçãoMorfologia (Biologia)Orientador: Marlies SazimaDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de BiologiaResumo: A reprodução sexuada, mediada por um agente polinizador, é um dos mecanismos pelos quais as plantas aumentam a variabilidade genética de seus descendentes. A maioria das Angiospermas tem flores hermafroditas, o que, ao mesmo tempo que otimiza a transferência e a retirada de pólen numa única visita, aumenta as chances de auto-polinização. Certas características morfológicas, como a hercogamia, e sistemas de reconhecimento e rejeição do pólen endógeno são características das plantas, que, aliadas ao comportamento de forrageio dos polinizadores, atuam como meios para diminuir as taxas de endogamia. A fenologia reprodutiva, a biologia da polinização e da reprodução de Cambessedesia hilariana (Melastomataceae) foram estudados em uma população ocorrente em afloramento rochoso de mata semidecídua pertencente ao IAG-USP no município de Vinhedo/SP, entre janeiro de 2001 e novembro de 2002. O período de florescimento de C. hilariana se estende de agosto a início de junho, tendo seu pico entre os meses de outubro e novembro. As flores encontram-se receptivas e com pólen viável durante todo o período de antese (ca. 60 horas). Cruzamentos controlados realizados em flores ensacadas na pré-antese sugerem: (i) ausência de agamospermia (n=60) e auto- polinização espontânea (n=30); (ii) baixas taxas de frutificação (12,5%) decorrentes de auto-polinizações manuais (n=350); (iii) altas taxas de frutificação (74%) decorrentes de polinizações cruzadas (n=200), bem como em condições naturais (n=60). Estes dados indicam a grande importância e eficiência dos polinizadores, visto que a formação de frutos é notavelmente maior em polinizações cruzadas. Em pistilos fixados em FAA, 84 horas após os tratamentos manuais, os tubos polínicos atingem e penetram a micrópila dos óvulos tanto nas polinizações cruzadas quanto nas auto- polinizações. Entretanto, nas auto-polinizações os frutos são abortados em diferentes estágios do seu desenvolvimento. Pode-se sugerir que estes abortos estejam envolvidos com mecanismos pós-zigóticos, como depressão endogâmica ou auto-incompatibilidade. A polinização é realizada por abelhas que vibram, sendo as mais freqüentes Centris sp. (50,65%), Xylocopa sp. (18,49%), Centris cf. nitens (12,26%), Bombus morio (10,91%) e Euglossa cordata (3,67%). Com o objetivo de reconhecer qual a contribuição de cada espécie de polinizador na formação de sementes, algumas flores receberam número controlado de visitas, sendo que a porcentagem de sementes formadas em uma e duas visitas foi, respectivamente: Centris sp.: 20,34% / 28,35%; Xylocopa sp.: 65,42% / 72,87%; Centris cf. nitens. 48,04% / 75,55%; Bombus morio: 39,78% / 58,20%; Euglossa cordata: 22,85% / 45,12%. A freqüência dos visitantes variou ao longo do período de floração. Houve, também, variação nas freqüências de visitas ao longo do dia, sendo que algumas espécies estavam mais ativas nos horários mais amenos e outras nos horários mais quentes do dia. As abelhas raramente visitam a mesma flor mais de uma vez e a -formação de sementes varia entre 20% e 78%. A espécie mais freqüente, Centris sp., pouco contribui na formação de sementes, pois seu comportamento de forrageio favorece geitonogamia. A contribuição das demais abelhas, em especial Centris cf. nitens e Euglossa cordata, é consideravelmente maior após duas visitas. O polinizador mais freqüente (Centris sp.) é o que menos contribui para a formação de sementes, mas ainda assim, em apenas uma visita, carrega pólen suficiente para a formação de sementes em número suficiente para que o fruto seja mantido. Portanto, a contribuição de cada espécie de abelha no sucesso reprodutivo das plantas deve ser avaliada pela quantidade de sementes viáveis formadas e não apenas pela porcentagem de frutos desenvolvidosAbstract: The sexual reproduction mediated by a poliinator agent is one of the mechanisms by which the plants increase the genetic variability of its offspring. The majority of the Angiosperms has hermaphroditic flowers what, at the same time, optimises the transference and the withdrawal of pollen in an unique visit and increases the possibilities of self-pollination. Certain morphological characters, as hercogamy, and the recognition and rejection systems of the endogenous pollen are characteristics of the plants that, allied to the foraging behaviour of the pollinators, act as means to diminish the inbreeding taxes. The reproductive phenology, the pollination biology and the reproduction biology of Cambessedesia hilariana (Melastomataceae) have been studied in a population occurring in a rocky outcrop of a semideciduous forest pertaining to the IAG-USP in Vinhedo/SP, between January 2001 and November 2002. The Cambessedesia hilariana flowering period extends from August to the beginning of June, with a peak between October and November. The flowers are receptive and all with viable pollen during the anthesis period (ca. 60 hours). Controlled crossings in bagged flowers in the pre-anthesis suggest: (i) absence of apomixis (n=60) and spontaneous self-pollination (n=30); (ii) low taxes of fruit- set (12,5%) due to handmade self-pollination (n=350); (iii) high taxes of fruit-set (74%) due to cross-pollination (n=200), as well as in natural conditions (n=60). These data indicate the great importance and efficiency of the pollinators, since the formation of fruits is significantly higher in cross-pollinations. In pistils settled in FAA, 84 hours after manual treatments, the pollen tubes reach and penetrate the micropyl of the ovules in cross pollinations as well as in self pollinations. However, in self pollinations the fruits are aborted in different development stages. It can be suggested that these abortions are involved with pos-zygotic mechanisms, as inbreeding depression or self-incompatibility. The pollination is carried out by buzzing bees, being the most frequent, Centris sp. (50,65%), Xylocopa sp. (18,49%), Centris cf. nitens (12,26'Yo), Bombus morio (1O,91'Yo) and Eug/ossa cordata (3,66%). Aiming to recognize the contribution of each pollinator species in seed formation, some flowers received a controlled number of visits, being the percentage of seeds formed in one and two visits, respectively: Centris sp.: 20,34%/28,35%; Xylocopa sp.: 65,42%/72,87'Yo; Centris cf. nitens: 48,04%/75,55%; Bombus morio: 39,78%/58,20%; Euglossa cordata: 22,85%/45,12%. The frequency of visitors varied during the flowering period. There was also a variation in the frequencies of visits during the day, noting that some species were active during low temperature periods and others during the hottest period of the day. The bees rarely visit the same flower more than once and the formation of seeds varies between 20% and 78%. The most frequent bee species, Centris sp., little contributes in the formation of seeds as its foraging behaviour favours geitonogamy. The contribution of the other bees, specially Centris cf. nitens and Euglossa cordata, is significantly higher after two visits. The most but in only one visit carries enough pollen to the formation of seeds and in enough quantity frequent pollinator (Centris sp.) is the one that less contributes in the formation of seeds, to maintain the fruit. The contribution of each bee species in the plants reproductive success must be evaluated by the number of viable seeds and not only by the percentage of fruits developed.MestradoMestre em Biologia Vegetal[s.n.]Sazima, Marlies, 1944-Martins, Angela BorgesGoldenberg, RenatoUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de BiologiaPrograma de Pós-Graduação não informadoUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASFracasso, Carla Magioni, 1976-20032003-02-25T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf68f. : il.(Broch.)https://hdl.handle.net/20.500.12733/1593719FRACASSO, Carla Magioni. Biologia da polinização e reprodução de Cambessedeira hilariana (Kunth.)DC. (Melastomatacae). 2003. 68f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1593719. Acesso em: 2 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/279967porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-02-18T03:45:04Zoai::279967Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2017-02-18T03:45:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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