A fotografia e o acaso

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Entler, Ronaldo
Data de Publicação: 1994
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1582668
Resumo: Orientador: Etienne Samain
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spelling A fotografia e o acasoFotografiaTeoria dos jogosImagens fotográficasOrientador: Etienne SamainDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas. Instituto de ArtesResumo: Mas, é preciso ter claro que tais potencialidades são sempre um devir condicionado a qualquer coisa que, em se falando de acaso, não estabelece com elas nenhuma relação de necessidade. Só se pode falar em potencial idades como forças inelutáveis sob alguma pena a partir do momento em que se cumpram tais condições. Caso contrário, seria como se considerar a vitória antes mesmo de haver um jogo. De qualquer forma, o acaso está muito mais presente em nossas vidas do que poderíamos supor. Como já foi dito, ele é antes a regra do que uma exceção. E a dificuldade em aceitá-lo provém da necessidade de conceber um universo ordenado, que possa ser submetido à racional idade e à compreensão humana. Se em parte, como propunham os Epicuristas, o acaso garante o livre arbítrio do homem, mais ainda, ele tira do alcance da intencional idade fatos dos mais significativos para seu destino. A questão é que, ainda assim - mesmo com o acaso - muitos dos caminhos tomados, e que hoje nos parecem os únicos possíveis, resultam de uma complexa trama de causas cuja totalidade das trilhas nunca se poderá seguir. Mesmo se esquivando de qualquer tipo de controle, esse acaso não apenas promove resultados que posteriormente nos parecem coincidir exatamente com aqueles que tínhamos em mente, como também oferecem novas possibilidades que, anteriormente, sequer poderiam ser consideradas no espectro das certezas que julgamos ter sobre o funcionamento do universo e sobre os desdobramentos de nossos planos. Enfim, não só é possível, mas é realmente provável que alguns acertos (ou erros certeiros) surjam em meio a esse caos. EM RESUMO: No início deste capítulo foram propostas três categorias de acasos. A primeira delas, a do acaso absoluto 31, se fundamenta na negação das idéias de "existência" e de "natureza", tomadas aqui como o fenômeno antropológico da observação de certas generalidades circunstanciais, dentro de um acaso fundamental. Este seria uma acaso essencialmente objetivo. Assumindo o campo da relação (que aqui mais interessa) entre o homem e os acasos, apenas tangencio esta defiinição na medida em que muitos dentre outros acasos estão, num sentido relativo, dotados de um caráter absoluto (absolutista): decisivo e definitivo. Uma segunda categoria, o acaso é tomado como um recurso que visa preencher o vazio deixado pelo desconhecimento de uma causa. Se um fenômeno é absolutamente determinado, mas suas causas s~o inacessíveis a um observador, então, esse fenômeno apenas pode ser considerado casual num âmbito essencialmente subjetivo. Esta categoria interessa a esta reflexão principalmente no que se refere a certos eventos psíquicos, através dos quais alguns aparentes acasos, revelam um forte conteúdo inconsciente. A terceira categoria, a dos cruzamentos causais, pode ser situada numa relação entre uma objetividade e uma subjetividade. Este acaso se define pelo encontro de duas ou mais séries causais, um cruzamento objetivamente indeterminado, sendo que o fenômeno daí resultante não é necessário em nenhuma delas, separadamente. Porém, a consideração da dinâmica da natureza em séries isoladas é um fato subjetivo: resulta da delimitação de um campo fenomenológico caótico, que nos permite eleger a ordem necessária ao desenvolvimento de nossos projetos, com um mínimo de segurança. Normalmente um cruzamento é percebido na medida em que estamos inseridos dentro de uma das séries. Tomamos um projeto, calculamos o movimento de um corpo, determinamos um objetivo e não contamos com interferências (as outras séries causais): condições ideais, semelhantes àquelas de um laboratório, mas que na natureza somente podem ser asseguradas em termos de probabilidades. Este sentido de acaso como interferência nJo programada será fundamental a este trabalho. Nas três categorias, algumas coisas em comum, a partir do que se pode denominá-las acaso: a impossibilidade de controle e de previsão, e a ausência (ou ineficiência) de qualquer intencionalidade. 31-Relembrando que tomo essencialmente para a definição desta categoria a tese de Clément ROSSET (Lógica do pior), sobre o que ele chama de filosofia tragicaAbstract: Not informed.MestradoMestre em Multimeios[s.n.]Samain, Etienne Ghislain, 1938-Universidade Estadual de Campinas. Instituto de ArtesPrograma de Pós-Graduação em MultimeiosUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASEntler, Ronaldo19941994-03-21T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf172 f. : il.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1582668ENTLER, Ronaldo. A fotografia e o acaso. 1994. 172 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Artes, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1582668. 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