Terapia ocupacional como instrumento nas ações de saude mental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Benetton, Maria Jose
Data de Publicação: 1994
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1581913
Resumo: Orientadores: Itiro Shirakawa, Roosevelt Moises Smake Cassorla
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spelling Terapia ocupacional como instrumento nas ações de saude mentalSaúde mentalTerapia ocupacionalOrientadores: Itiro Shirakawa, Roosevelt Moises Smake CassorlaTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias MedicasResumo: A Terapia Ocupacional tem no empirismo, muitas vezes, um elemento dificultador de sua transmissão. Ela toma o que de experimentado e pronto existe no empirismo da clínica buscando a generalização de maneira a poder demonstrar tais experimentos como pressupostos para a criação e o estabelecimento de técnicas. Como se trata da aplicabilidade das intervenções da Terapia Ocupacional na área de Saúde Mental, os procedimentos clínicos analisados foram escolhidos dentro desse universo. Com tal objetivo, a autora define em primeiro lugar a profissão Terapia Ocupacional. Terapia Ocupacional é a arte de aplicar conhecimentos científicos empíricos e certas habilidades específicas decorrentes do uso de atividades, a criação de estruturas, dispositivos e processos que se utilizam para converter recursos físicos, psicológicos e sociais em formas adequadas à preservação, manutenção e tratamento em áreas como Saúde, Educação, Social e outras correlatas. Assim definida, a profissão Terapia Ocupacional adquire o caráter de método constituído por procedimentos técnicos também denominados de terapia ocupacional. A autora define no geral a população-alvo da Terapia Ocupacional como indivíduos que por fatores de ordem física e/ou psicológica e/ou social apresentam, definitivamente ou temporariamente, problemas de inserção social. Indivíduos que, por esses motivos, podem ser denominados de problema social. A característica absolutamente contextual através da qual devem ser analisados tais problemas não permite mais do que a existência, para esses indivíduos, de um diagnóstico situacional em Terapia Ocupacional. Um diagnóstico, então, que não permite classificações ou generalizações mais do que as já previstas pelas áreas correlatas à da Terapia ocupacional e que são por ela recebidas e aceitas como componentes a mais para um diagnóstico situacional. A Saúde Mental, como área de conhecimento, está implícita em todo caminho a ser trilhado pela Terapia Ocupacional. Além disso,se toda memória social trazia a Terapia Ocupacional como ligada à doença mental, esta tese propõe uma revisão de tal forma a fazê-la parte do conhecimento multidisciplinar na área de Saúde Mental. O estudo das intervenções neste área, então, inicia-se com a definição de seu instrumento: atividades. Para a autora, são as atividades, tomadas como instrumento técnico nos procedimentos de terapia ocupacional, que especificam a Terapia Ocupacional. Ela, porém, toma o cuidado do explicitar que tal uso não é exclusivo da terapeuta ocupacional. Para a terapia ocupacional, atividades (no plural) são definidas como o terceiro elemento de uma relação que ocorre a partir do pressuposto de que existe uma terapeuta ocupacional e um segundo indivíduo que apresenta qualquer tipo de motivo, necessidade ou vontade de lá se encontrar para fazer terapia ocupacional. Vistas dessa maneira as atividades são instrumentos indispensáveis na clínica de terapia ocupacional e, como tal, alvo de conhecimento imprescindível para as terapeutas ocupacionais, que a autora sugere seja adquirido na disciplina que denomina de Laboratório de Análise de Atividades terapeutas ocupacionais, que a autora sugere seja adquirido na disciplina que denomina de Laboratório de Análise de Atividades. No que diz respeito à definição e análise do instrumento atividades, a autora localiza alguns temas importantes: a relação entre processo e produto na realização de atividades; o não pré-estabelecimento de significações e de objetivos na escolha e determinação para o uso terapêutico das atividades; a importância dos materiais utilizados na realização de atividades; e ainda Arte e Criatividade, temas constantemente relacionados ao uso e análise de atividades em Terapia Ocupacional. O segundo termo a ser tratado é a terapeuta ocupacional. Se pensamos na memória social como resultado da tradição cultural, a Terapia Ocupacional é uma profissão marcada, até hoje, pelo feminino. A partir dessa constatação procura-se estabelecer discussões sobre a eficácia da combinação de aspectos terapêuticos e psicoeducacionais na formação, na qualificação, na responsabilidade e no sucesso das terapeutas ocupacionais. São revistas, à luz de novos aportes teóricos, questões vocacionais da personalidade terapêutica, antigamente definida como materna, e da profissão feminina, ambos em função do estabelecimento de um saber. Definidas estas questões prioritárias, abre-se o espaço para apresentações técnicas. Tendo em mente a impossibilidade da pura e simples aplicação de técnicas na clínica, a autora opta por denominar de procedimentos terapêuticos sua forma de atuação clínica. É certo que, na clínica, procedimentos terapêuticos são inesgotáveis. Então, a autora utiliza-se de uma adaptação da técnica de trilhas associativas, por ela inventada para a clínica, para a apresentação desses procedimentos dentro de uma certa lógica associativa. Com isso os temas trabalhados foram: 1- Delimitação do campo de intervenção da Terapia Ocupacional em Saúde Mental como busca de soluções que, de início, são de ordem prática tanto através das elaborações teóricas que as determinaram, como das que surgiram da própria prática, na expectativa de que tenham sido'suficientemente generalizadas e, portanto, capazes de ser transmitidas. 2 - Definição de terapia ocupacional dinâmica que busca estabelecer a relação triádica paciente-terapeuta-atividade calcada em duas estruturas dinâmicas: a da realização de atividades, e a intrapsíquica, definida pela Psicanálise. 3. Como conseqüência dessa postura o espaço terapêutico da terapia ocupacional é estabelecido como estando entre a realidade externa e a realidade interna do indivíduo. 4. Para que tenha um sentido tanto terapêutico como psicoeducacional, a intervenção nesse espaço entre realidades deve ser constituída num campo onde se reconheça a existência da transferência. 5. Após definidos os manejos de situações dentro desses temas apresentados, a autora relata historicamente a composição da técnica das trilhas associativas, que tinha como primeira função criar espaços para a existência de associações entre fatos e fenômenos tanto da realidade interna quanto da realidade externa do indivíduo. Esse primeiro movimento abriu portas para o estabelecimento de novos procedimentos voltados para a clínica da terapia ocupacional, que pretende ser social em dois sentidos: na multidisciplinaridade voltada para o conhecimento, e no direcionamento da manutenção e expansão da sociabilidade para doentes mentais. 6. A colocação anterior nos remete a três outros procedimentos clínicos importantes: o do ensino de atividades; o do significado das atividades, que acaba por remeter ao significado da própria terapia ocupacional; e o atendimento em grupos. Chega-se, por fim, aos resultados, que a autora preferiu demonstrar através da apresentação de casos clínicos tanto do seu consultório particular como dos ambulatórios específicos do Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da Escola Paulista de Medicina, onde atua como assistente clínica, professora e supervisora. Como conclusão, não se pode esperar de uma tese baseada em constatações um fechamento com confirmações ou exclusões. As apreciações finais giram em torno, fundamentalmente, de proposições para estudos e, pesquisas em Terapia Ocupacional mas, principalmente, para a clínica da Terapia OcupacionalAbstract: Empiricism in Occupational Therapy frequently inhibits its diffusion. 8ased upon what has already been clinically experimented, Occupational Therapy generalizes in arder to be able to demonstrate that such experiments are presuppositions enabling the creation and establishment of techniques. Since we are dealing with the use of Occupational Therapy interventions in mental Health, the clinical procedures that were analysed were chosen within this context. Having such objectives in mind, the author firstly defines the profession Occupational Therapy. Occupational Therapy is the art of applying empiric scientific knowledge and some specific skills resulting from the use of activities. It creates structures, mechanisms and processes used to convert physical, pshychological and social resources into forms that permit preserving, maintaining and treating in areas such as Health, Education, Social and others of the sort. From this point of view, the profession (Occupational Therapy) becomes a method constituted by technical procedures that are also known as occupational therapy. The author generally defjnes the Occupational Therapy target population as being farmed by individual s who definitively have social problems because of physical and/or psychological and/or social factors. Individuals who, for these reasons, are seen as a social problem. The strictly contextual factor through which such problems must be examined gives to these individuals a situational diagnosis in Occupational Therapy. A diagnosis that doesn't accept more classifications or generalizations than those that have already been established by correlated areas, considered by Occupational Therapy as additional components for a situational diagnosis. Mental Health seen as a knowledge area is implicitly present in every path Occupational Therapy is supposed to cover. Moreover, if social memory used to connect Occupational Therapy with Mental illness in the past, this thesis intends to reexamine this issue in order to consider it as a par tof a multidisciplinary knowledge in Mental Health. Thus, the study of interventions in this area begins with its tool: activities. To the author, the activities are seen as a technical tool in occupational therapy procedures which determine what Occupational Therapy is. However, the author emphasizes that the occupational therapist is not the only one to make use of this resource. As far as Occupational Therapy is concerned, activities are the third element of a relation that is based on the assumption that there is a first element called occupational therapist and a second one which is the individual himself who for some reason needs or wants to be under occupational therapy treatment. From this point of view, activities are fundamental tools in the Occupational Therapy clinic. Therefore, it is of utmost importance that occupational therapists have such knowledge. The author suggest this knowledge should be learned in what she calls "Activity Analysis Laboratory". In terms of definition and analysis of activities, the author points out some important issues: the relationship between process and product while activities are undertaken; no predetermination of significance or objectives in choosing and determining activities for therapeutical use; the importance of materials used in activities; Art and Creativity, topics frequently related to the use and analysis of activities in Occupational Therapy. The occupational therapist is the second aspect to be studied. If we think in terms of social memory as a result of cultural tradition, Occupational Therapy is a profession that concerns women basically. Taking this fact into account, there are discussions on the effectiveness of combining therapeutic and psychoeducational aspects in the occupational therapist~.;' education, qualification, responsibility and success. Submitted to new theoretical contributions, vocational issues concerning the therapeutical personality are reexamined. In the past, it was seen as having a motherly aspect and being a feminine profession. After these fundamental concepts are cleared the author introduces technical presentations. Having in mind it is impossible to simply use techniques in the clinic, the author defines her performace in the clinic as a technical procedures. It is evident that there are uncountable therapeutical procedures in the clinic. Consequently, the author uses an adpatation of the associative paths technique. This technique was created by the author for clinical utilization purposes in order to present these procedures within a certain associative logic. Here are the issues related to this technique: 1- To fix limits to Occupational Therapy interventions in Mental Health, that is, try to find answers that firstly are of a practical nature either through theoretical ideas which determined them or through those emerging from practice itself. These answers are expected to be generalized enough to enable their diffusion. 2- To define dynamic occupational therapy as establishing the triadic relation ( patient-therapist-activity ) based on two dynamic structures: that of undertaking activities and the intrapsychic as it is defined by Psychoanalysis. 3- Consequently, the Occupational Therapy Therapeutical area is established between the individual's external reality. 4- In order to have either a therapeutical or a psychoeducational character, the intervention in the area between two realities must take place where transference admittedly exists. 5- After having determined how to manage the situations within these topics, the author reports historically the constitution of the associative paths technique whose primary function was to create areas enabling associations with facts and phenomena from the individual's interior and exterior reality. This first movement introduced possibilities in terms of establishing new procedures concerning the Occupational Therapy clinic that intends to be social in two different ways: providing multidisciplinarity oriented to knowledge and maintaining and expanding sociability for the mentally ill. 6- This previous topic poses three other important clinical procedures: teaching activities, the meaning of activities which ends up by requiring the meaning of Occupational Therapy itself; and working with groups. Finally, as far as the results are concerned , the author preferred to demonstrate them through clinical cases presentation both in her private office and in Escola Paulista de Medicina Psychiatry and Psychology Department, where she works as a clinic assistant, teacher and supervisor. To conclude, it is impossible to have a thesis based on evidences ending with confirmations or exclusions. Final considerations fundamentally indicate proposals for studies and researches in Occupational Therapy specially oriented to the clinicDoutoradoDoutor em Saúde Mental[s.n.]Shirakawa, ItiroCassorla, Roosevelt Moises Smeke, 1945-Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências MédicasPrograma de Pós-Graduação em Saúde MentalUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASBenetton, Maria Jose1994info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf[203] f. : il.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1581913BENETTON, Maria Jose. Terapia ocupacional como instrumento nas ações de saude mental. 1994. [203] f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1581913. Acesso em: 2 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/82083porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-02-18T02:17:07Zoai::82083Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2017-02-18T02:17:07Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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