A trajetoria de mulheres portadoras das lesões por esforços repetitivos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Neves, Ilidio Roda
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1596661
Resumo: Orientador: Aparecida Mari Iguti
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spelling A trajetoria de mulheres portadoras das lesões por esforços repetitivosSaúde e trabalhoLesões por esforços repetitivosGêneroMulher e trabalhoOrientador: Aparecida Mari IgutiDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências MédicasResumo: O objetivo deste estudo é reconstituir a trajetória de trabalho de portadoras de Lesões por Esforços Repetitivos, através de relatos de 4 grupos terapêuticos ocorridos no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do Estado de São Paulo, entre os anos de 1995 e 1997. Esses grupos trazem considerações sobre as relações com os familiares, com os parentes e os amigos, com a empresa e com os colegas de trabalho, com a assistência à saúde e a previdência social e os impactos da doença sobre a vida cotidiana. Trata-se de um estudo descritivo-exploratório. São identificados os temas recorrentes, eixos centrais das discussões, ocorridos nos encontros e transcritos trechos de falas que sintetizam os seus significados, e ordenados de forma a constituir um corpo de idéias, um discurso coletivo. Participam dos grupos 48 trabalhadores (sendo 42 mulheres), a grande maioria pacientes crônicos, com mais de 2 anos de afastamento do trabalho, dos setores de serviços e da indústria, em funções como caixa, operário, digitador e telefonista/recepcionista. Entre os relatos das trabalhadoras se observa que, tal como na literatura, se encontram focadas nos postos tradicionalmente considerados femininos. Concluímos que, para estes grupos, as LER não são uma questão de gênero, mas de organização do trabalho. O adoecimento ocorre em decorrência da forma como essas trabalhadoras são exploradas, se empenham em cumprir às exigências por produtividade e competitividade e por se submeterem às regras e normas impostas pelas empresas. Os homens participantes dos grupos vivenciam situações análogas diferenciando-se na relação com o trabalho doméstico. Elas sentem-se traídas pela empresa e com um apoio inconstante da família e dos amigos, que não compreendem a doença que, apesar de crônica, raramente deixa sinais. Nas instituições de saúde e previdência social, das quais esperavam orientação e ajuda para enfrentar o problema, o que encontram é mau atendimento, falta de informações adequadas e desrespeito. Elas reivindicam um serviço que as veja como ser humano em toda a dimensão biopsicossocial, que possa ser acolhido no seu sofrimento, que ouça o que têm a dizer sobre sua dor, que possa explicar o seu problema de saúde, as formas de tratamento e o seu prognóstico. O que querem é estabelecer com os profissionais de saúde uma relação de parceria que as leve a se apropriar do seu cuidado e diminua seu sofrimento. A dor constante é motivo de sofrimento tanto físico como mental, o que permeia todas as relações e interfere no humor, no relacionamento com as outras pessoas, no modo como se vêem e na visão sobre o futuro. Têm muitas dificuldades para enfrentar a situação de portadoras das LER e de encontrar alternativas para o dia-a-dia. Sentem-se incapazes, impotentes e limitadas em sua condição atualAbstract: The objective of this study is to reconstruct the working trajectory of individuals suffering from Repetitive Strain Injuries (RSI), based on the reports of four therapeutic groups conducted at the Worker¿s Healthcare Referral Center in the State of Sao Paulo (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do Estado de São Paulo), between 1995 and 1997. These groups bring considerations about their relationship with their family, relatives and friends, with their company and workmates, with the Social Welfare and Healthcare services, as well as the impact of the disease on their daily routine. This is an exploratory-descriptive study. The recurring themes and the main issues of the meetings were identified, and fragments of speeches that synthesize the discussions were transcribed in order to create a body of ideas, a collective discourse. Forty-eight workers participated in the groups (forty-two of them women). The great majority of them were chronic patients who had been away from work for over two years. They came from the service and the manufacturing industries, having worked in functions such as cashiers, manual laborers, computer and telephone operators and receptionists. From the women¿s reports it is possible to observe that, as in the literature, these injuries are focused on jobs traditionally considered as feminine. We can conclude that for these groups, the RSI is not a matter of genre, but of work distribution. The injuries occur due to the way these women are exploited, the effort they make to fulfill demands for productivity and competitiveness and the way they submit themselves to the rules and norms imposed by companies. The male participants experience analog situations, differentiating in the relation with the housework. The women feel betrayed by the company and have an inconstant support from their family and friends, who do not understand their disease as a chronic disease, since it rarely displays outward signs. At the Social Welfare and Healthcare Institutions, from which they expected orientation and help to solve the problem, they only find poor service, lack of adequate information and disrespect. They claim a service that treats them as human beings in a bio-psychosocial dimension, that comforts them in their suffering, that listens to their complaints of pain, with professionals able to explain their health problem to them, as well as the adequate treatment and prognosis. What they want is to establish a relationship of partnership with the healthcare professionals in order to benefit from this interaction, lessening their suffering. The constant pain is the reason for the physical and mental suffering, which interferes in their relationships, sense of humor, self-assessment and in their views of the future. They have many difficulties in overcoming this condition and finding alternatives for their daily routine. They feel incapable, restricted and impotent because of their present conditionMestradoMestre em Saúde Coletiva[s.n.]Iguti, Aparecida Mari, 1955-Dinis, Nilson FernandesSantiago, Silvia MariaUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências MédicasPrograma de Pós-Graduação em Saúde ColetivaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASNeves, Ilidio Roda20032003-04-30T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf215 p.(Broch.)https://hdl.handle.net/20.500.12733/1596661NEVES, Ilidio Roda. A trajetoria de mulheres portadoras das lesões por esforços repetitivos. 2003. 215 p. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1596661. Acesso em: 2 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/301947porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-02-18T03:53:21Zoai::301947Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2017-02-18T03:53:21Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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