Ensino de Filosofia, Colonialidade e Eurocentrismo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/20.500.12733/1641903 |
Resumo: | Orientador: Renê José Trentin Silveira |
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Ensino de Filosofia, Colonialidade e EurocentrismoTeaching of Philosophy, Coloniality and EurocentrismFilosofia - Estudo e ensinoColonialidadeEurocentrismoHistoriografiaTeaching of PhilosophyColonialityEurocentrismHistoriographyOrientador: Renê José Trentin SilveiraTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de EducaçãoResumo: Este trabalho demonstra e critica a colonialidade e o eurocentrismo no ensino de filosofia. Parte de algumas questões motivadoras, a saber: Por que a história da filosofia apresenta um consenso, a despeito das diferenças teóricas e das instituições formadoras, em torno de seus marcos históricos, caracterizações, autores e temas considerados relevantes? Por que a discussão acerca da modernidade ignora as questões relacionadas ao colonialismo? Por que o racismo não aparece (ou surge de forma incipiente) como tema filosófico no ensino de filosofia? A investigação apresenta uma perspectiva pouco explorada: a análise da história oficial da filosofia, sua construção, sua inscrição institucional e suas implicações para o ensino. Utilizam-se, sobretudo, os aportes teóricos da Filosofia da Libertação, do Pensamento Decolonial, de estudos de filosofia brasileira e latino-americana e de trabalhos sobre historiografia filosófica. A metodologia baseia-se em pesquisa bibliográfica e análise conceitual. O texto está dividido em quatro capítulos. No primeiro capítulo é problematizado o consenso sobre a história da filosofia, tomando como casos ilustrativos as filosofias moderna e contemporânea. Um quadro geral dos autores, temas e correntes comumente ensinados é analisado através das noções de colonialidade e eurocentrismo. O segundo capítulo trata da herança historiográfica da filosofia. Aborda a formação do cânone historiográfico a partir do estudo da visão histórica hegeliana. Discute-se a importância de Hegel para o ensino de filosofia e se examina a obra "Lições sobre a História da Filosofia". Mostra-se como Hegel, informado por concepções racistas, contribuiu para criar uma cartografia da razão filosófica que excluiu povos e culturas. Ilustra-se ainda como tal visão continua a ser reproduzida em livros atuais. O terceiro capítulo contextualiza institucionalmente a herança historiográfica apresentada no capítulo anterior. Investiga-se como a filosofia enquanto disciplina específica, autônoma e com uma história própria é uma construção histórica ocorrida em determinado tempo e lugar. Comparam-se alguns modelos de ensino de filosofia (o medieval, o jesuíta e o alemão) a fim de expor os principais aspectos da herança institucional que deu suporte à colonialidade e ao eurocentrismo da história da filosofia. Salienta-se como o modelo alemão, sob o influxo do idealismo, estabeleceu a condição disciplinar da filosofia. O último capítulo destaca a colonialidade e o eurocentrismo no ensino de filosofia brasileiro. Ocupa-se de dois modelos fundamentais para a institucionalização do ensino de filosofia no país: o eclético (no século XIX) e o estruturalista (no século XX). Debate suas características, repercussões e problemas. Indica a presença nesses modelos da influência francesa, das heranças institucional e historiográfica. Ao final, sublinha-se o elemento metodológico do estruturalismo e como este reforça a colonialidade do ensino. Conclui-se que a filosofia, tal como a concebemos, praticamos e avaliamos nas universidades e escolas, mantém-se nos quadros conceituais de uma historiografia cujos contornos fundamentais foram elaborados no século XIX. O trabalho desenvolvido pretende ser um contributo à tarefa de descolonização do ensino de filosofia ao criticar a colonialidade do ensino filosófico e suas marcas eurocêntricasAbstract: This work demonstrates and criticizes coloniality and Eurocentrism in the teaching of philosophy. It starts with some motivating questions, namely: Why does the history of philosophy have a consensus, despite theoretical differences and educational institutions, around its historical milestones, characterizations, authors and themes considered relevant? Why does the discussion about modernity ignore issues related to colonialism? Why does racism not appear (or appear incipiently) as a philosophical theme in the teaching of philosophy? The investigation presents a little explored perspective: the analysis of the official history of philosophy, its construction, its institutional inscription and its implications for teaching. Above all, theoretical contributions from the Philosophy of Liberation, from Decolonial Thought, from studies of Brazilian and Latin American philosophy and works on philosophical historiography are used. The methodology is based on bibliographic research and conceptual analysis. The text is divided into four chapters. In the first chapter, the consensus on the history of philosophy is problematized, taking modern and contemporary philosophies as illustrative cases. A general picture of the authors, themes and currents commonly taught is analyzed through the notions of coloniality and Eurocentrism. The second chapter deals with the historiographical heritage of philosophy. It approaches the formation of the historiographic canon from the study of the hegelian historical vision. The importance of Hegel for the teaching of philosophy is discussed and the work "Lessons on the History of Philosophy" is examined. It shows how Hegel, informed by racist conceptions, contributed to create a cartography of philosophical reason that excluded peoples and cultures. It is also illustrated how this vision continues to be reproduced in current books. The third chapter institutionally contextualizes the historiographical heritage presented in the previous chapter. It investigates how philosophy as a specific, autonomous discipline with its own history is a historical construction that occurred in a certain time and place. Some models of teaching philosophy (the medieval, the Jesuit and the German) are compared in order to expose the main aspects of the institutional heritage that supported the coloniality and the Eurocentrism of the history of philosophy. It emphasizes how the German model, under the influence of idealism, established the disciplinary condition of philosophy. The last chapter highlights coloniality and Eurocentrism in the teaching of Brazilian philosophy. It deals with two fundamental models for the institutionalization of philosophy teaching in the country: the eclectic (in the 19th century) and the structuralist (in the 20th century). Discuss their characteristics, repercussions and problems. It indicates the presence in these models of French influence, of institutional and historiographical inheritances. In the end, the methodological element of structuralism is emphasized and how it reinforces the coloniality of teaching. It is concluded that philosophy, as we conceive, practice and evaluate it in universities and schools, remains in the conceptual frameworks of a historiography whose fundamental contours were elaborated in the 19th century. The work developed intends to be a contribution to the task of decolonizing the teaching of philosophy by criticizing the coloniality of philosophical teaching and its Eurocentric marksDoutoradoEducaçãoDoutor em Educação[s.n.]Silveira, Renê José Trentin, 1963-Pansarelli, DanielOliveira, Eduardo David deGallo, Silvio Donizetti de OliveiraTomazetti, Elisete MedianeiraUniversidade Estadual de Campinas. Faculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASJesus, Rodrigo Marcos de, 1983-20212021-06-07T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf1 recurso online (238 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1641903JESUS, Rodrigo Marcos de. Ensino de Filosofia, Colonialidade e Eurocentrismo. 2021. 1 recurso online (238 p.) Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1641903. Acesso em: 15 mai. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1166387Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDFporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-09-17T15:56:32Zoai::1166387Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2021-09-17T15:56:32Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false |
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