A obviação/referência disjunta em complementação sentencial : uma proposta sintático-semântica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/20.500.12733/1619993 |
Resumo: | Orientador: Sonia Maria Lazzarini Cyrino |
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A obviação/referência disjunta em complementação sentencial : uma proposta sintático-semânticaObviation/Disjoint Reference in sentential complementation : one syntactic/semantic approachEfeito de referência disjuntaSintaxeSemânticaGramatica comparada e geral - SubjuntivoGramática comparada e geral - Orações subordinadasLinguas românicasBalcanicas, Peninsula - LínguasObviationSentential complementationMatrix predicateSemantic constraintRomance and Balkan languagesOrientador: Sonia Maria Lazzarini CyrinoTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da LinguagemResumo: Esta tese investiga padrões de referencialidade em complementação sentencial no português, italiano e grego moderno, especialmente, o fenômeno conhecido como obviação ou referência disjunta. Esta é uma restrição atestada nas línguas e se caracteriza pelo fato de o sujeito da oração subordinada ser obrigatoriamente disjunto em referência ao sujeito da oração matriz. Tradicionalmente, assume-se que a obviação é uma propriedade de complementação subjuntiva ou um fenômeno resultante, juntamente com o controle, da competição entre formas finitas/não-finitas. No entanto, os dados não condizem com essas hipóteses, já que a obviação é exibida tanto em complementação indicativa quanto nos contextos de infinitivo flexionado. Além disso, nem todo contexto volitivo exibe obviação. Assumindo a teoria de seleção semântica e a versão minimalista de subcategorização (cf. Adger, 2004), propomos que a obviação, exibida em complementação sentencial, é uma restrição semântica exigida por três tipos de predicados, os causativos, os volitivos e os perceptivos físicos, que serão tomados como predicados modais no sentido de serem capazes de impor restrições semânticas aos seus complementos. Estes predicados foram denominados de predicados de obviação, por compartilharem entre si algumas propriedades, como denotar leitura eventiva/não-epistêmica, exigir sujeito pronominal na encaixada independente referencialmente do sujeito matriz e subcategorizar complemento TP. Argumentamos ainda que esses predicados, devido ao seu caráter modal, selecionam semanticamente um traço [obviativo], que é transmitido ao sujeito da encaixada. Predicados de obviação se distinguem de outro grupo de predicado modal, os predicados de controle, por estes não permitirem que o argumento da encaixada seja disjunto do sujeito matriz. Esses dois grupos se distinguem de outro grupo de verbos que permitem referência livre, constituído especialmente por predicados epistêmicos, declarativos, dentre outros, que denotam leitura epistêmica/proposicional e subcategorizam complemento CP. Sintaticamente este grupo de predicados se distingue dos predicados de obviação por subcategorizarem estruturas distintas, pois, enquanto estes têm complemento TP, aqueles selecionam complemento CP. Para explicar por que obviação e controle são exibidos pelo predicado volitivo, propomos que há dois tipos de acepções no volitivo nas línguas: o volitivo padrão, que seleciona controle e o volitivo causativo, que exige obviação. Defendemos que o complemento infinitivo flexionado selecionado por causativo e perceptivo é uma estrutura TP, o que o diferencia da estrutura de infinitivo flexionado selecionada por factivos/epistêmicos/declarativos, que é tomado como um CP. Estes permitem referência livre e aqueles exigem obviação. Nossa proposta é mostrar que a obviação, exibida em complementação sentencial, não é um fenômeno restrito às línguas românicas ou às línguas que exibem a distinção finito/não-finito, mas são uma restrição semântica imposta por predicados de obviação os seus complementos e, devido a isso, essa restrição semântica será exibida por línguas que dispõem desses contextos em complementação sentencialAbstract: This thesis investigates patterns of referentiality in sentential complementation in Portuguese, Italian and Modern Greek, especially the phenomenon known as obviation or disjoint reference. This is a constraint attested in languages, and it is characterized by the fact that the subject of the subordinate clause must be disjoint in reference to the subject of the matrix sentence. Traditionally, obviation has been assumed to be a property of subjunctive complementation, or a phenomenon arising along with the control from the competition between finite/non-finite forms. However, the data are not consistent with these hypotheses, since obviation appears in indicative complementation and inflected infinitive contexts. Moreover, obviation is not displayed in every volitional context. Based on the theory of semantic selection and a minimalist version of subcategorization (cf. Adger, 2004), this thesis proposes that obviation, in sentential complementation, is a semantic constraint required by three types of predicates, the causative, volitional and physical perceptive predicates, which will be taken as predicates able to impose semantic constraints on their complements. These predicates are called obviation predicates, which share some common properties, as denoting eventive/non-epistemic reading, they require referentially independent subject pronouns in an embedded clause, and select a TP complement. We argue that these predicates, because of their modal character, select semantically a trace [obviative], which is transmitted to the subject in the embedded clause. Obviation predicates are distinguished from another group of modal predicates, control predicates, which do not allow, in an embedded clause, an argument referentially independent from the matrix subject. These two groups are distinguished from yet another group of verbs that allow free reference, specially constituted by epistemic, declarative predicates, among others, which denote an epistemic/propositional reading and select CP complements. Syntactically, this group can be distinguished from obviation predicates by selecting distinct structures, because while these have a TP complement, the former select CP complements. To explain why both obviation and control are displayed by volitional predicates, we propose that there are two types of volitional meanings in the languages: the default volitional that selects control, and the causative volitional, that requires obviation. Furthermore, we argue that the inflected infinitive complement selected by causative and perceptive verbs is a TP structure, and they require obviation, which differ from the inflected infinitive selected by factives/epistemic/declarative verb, which take CP complements and allows free reference. The purpose of this thesis is to show that obviation, in sentential complementation, is not a phenomenon restricted to the Romance languages, or languages that exhibit a distinction between finite and non-finite forms, but that it is a semantic constraint imposed by obviation predicates on their complements and, consequently, this constraint will appear in languages which have these contexts in sentential complementationDoutoradoLingüísticaDoutora em Linguística[s.n.]Cyrino, Sonia Maria Lazzarini, 1957-Sitaridou, IoannaGalves, CharlotteRamacciotti, Dante Eustachio LucchesiAndrade, Aroldo Leal deUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da LinguagemPrograma de Pós-Graduação em LinguísticaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASMeira, Vívian, 1981-2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf229 p. : il.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1619993MEIRA, Vívian. 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