A saúde mental infantil na escola sob a perspectiva do professor : estigma, percepções e ações

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Biagi, Natália Baliani de, 1986-
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1641654
Resumo: Orientador: Eloisa Helena Rubello Valler Celeri
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Entretanto, o professor tem as suas próprias percepções, capacidade de desempenhar ações em SMI, podendo ter uma visão estigmatizante do transtorno mental infantil (TMI). Este estigma do TMI na perspectiva do PEF ou percebedor ainda não é bem conhecido na realidade brasileira. O conhecimento do referido estigma, bem como das percepções e ações em SMI pode ser útil para o planejamento das intervenções para promoção de SMI junto aos professores. Objetivo: Esse trabalho teve como objetivo estudar algumas questões de SMI na perspectiva do PEF, como o estigma do TMI, as percepções e ações em SMI, no contexto de um treinamento em SMI desenvolvido para PEF. Método: Um programa de treinamento em SMI foi desenvolvido no formato de aulas expositivas sobre os principais problemas de SMI, ministradas por psiquiatra da infância e da adolescência, em cinco encontros, de 150 a 180 minutos de duração cada e apresentado para 342 PEF. A etapa transversal compreendeu as respostas às questões de um instrumento originalmente desenvolvido nesta pesquisa para avaliação do estigma do TMI e às questões de avaliação das percepções e ações em SMI. A etapa longitudinal abrangeu as respostas às questões de avaliação das percepções em SMI para comparação antes e depois do treinamento. Os dados foram analisados de modo descritivo, com exceção da validação do instrumento, a qual utilizou a Teoria da Resposta ao Item. Resultados: As reações/crenças de violência, incompetência e não-recuperação (desesperança) foram os itens do instrumento que mais contribuíram com o estigma do TMI. A distância entre o estigma pessoal e o estigma público percebido do TMI foi demonstrada quantitativamente, sendo os itens mais discrepantes sobre incapacidade escolar, periculosidade e aparência descuidada. Os professores se sentiam capazes de perceber as crianças com problemas emocionais e/ou comportamentais (CPEC) (96-98%), porém não se sentiam confiantes em ajudá-las na mesma proporção (76-81%). Além disso, eles envolviam mais a equipe pedagógica (75%) e pouco os pais (48%) e os alunos (8%) durante o encaminhamento para serviço de SMI. Antes do treinamento, os professores já tinham conhecimento sobre SMI. Após a intervenção, a parcela de sujeitos que tinha ideias previamente equivocadas acerca das questões de SMI teve uma mudança em sua opinião. Conclusões: Estes achados abrem caminho para planejamento de tópicos e estratégias para campanhas de combate ao estigma e de promoção da SMI na escola. As noções errôneas de violência, incompetência e não recuperação das crianças com TMI, além da discrepância de percepção do próprio comportamento em relação ao comportamento do outro sobretudo nas crenças de incapacidade escolar, periculosidade e aparência descuidada devem ter prioridade. Além disso, a construção de parcerias sólidas entre a pesquisa e a prática envolvendo pesquisadores e professores de SMI e Educação devem ser encorajadas para fortalecimento do PEF como agente de SMI.Abstract: Introduction: Many children with mental disorders do not have access to treatment, suffering unfavorable consequences throughout their development. The stigma of childhood mental illness (CMI) is one of those consequences. In this context, the elementary school teacher (EST) is an adult who can play an important role in promoting child mental health (CMH) at school environment. However, teacher has his/her own perceptions, has ability to perform actions in CMH and may have a stigmatizing view of CMI. This stigma of CMI on the teacher/perceiver perspective is still not well known in the Brazilian reality. The knowledge of this stigma, as well as perceptions and actions in CMH can be useful for planning interventions to promote CMH with teachers. Objective: This work aimed to study some CMH issues on the EST perspective, such as CMI stigma, perceptions and actions in CMH. Method: A CMH training program was developed in the form of expository classes on the main CMH problems, taught by a child and adolescent psychiatrist, in five meetings, from 150 to 180 minutes per meeting duration and presented for 342 EST. The cross-sectional phase comprised the answers to assessment instrument of CMI stigma originally developed in this research and the answers to questions about perceptions and actions in CMH. The longitudinal phase comprised the answers to questions about perceptions in CMH for comparison before and after the training program. The data were analyzed in a descriptive way, except the validation of the instrument, where the Item Response Theory was used. Results: Our findings showed that the most important items to measure stigma from the perspective of the perceiver address notions of violence, incompetence and non-recovery (hopelessness) of children with EBP. The distance between the personal stigma and the perceived public stigma of the CMI was demonstrated quantitatively, with a greater discrepancy in the items on school disability, dangerousness and careless appearance. Teachers felt able to perceive children with emotional and/or behavioral problems (CEBP) (96-98%), but they did not feel confident in helping them in the same proportion (76-81%). In addition, when referring to the CMH service, they involved more pedagogical staff (75%) and fewer parents (48%) and students (8%). Teachers were already aware of CMH problems before the training program. Afterwards, those teachers who had previously misconceptions about CMH issues have changed their opinion. Conclusions: These findings pave the way for planning topics and strategies for campaigns to combat stigma and promote CMH at school. The mistaken notions of violence, incompetence and non-recovery of children with mental illness, in addition to the discrepancy in the individual's perception of others behavior/attitude when compared to their own behavior/attitude in the beliefs of school disability, dangerousness and careless appearance should take priority. In addition, these findings can help building bridges between research and practice for researchers and professionals in child mental health and education, strengthening the teacher as an agent of CMH.DoutoradoSaúde da Criança e do AdolescenteDoutora em CiênciasCAPES001[s.n.]Celeri, Eloisa Helena Rubello Valler, 1959-Azevedo, Renata Cruz Soares deDalgalarrondo, PauloCaetano, Sheila CavalcanteBassols, Ana Margareth SiqueiraUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências MédicasPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do AdolescenteUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASBiagi, Natália Baliani de, 1986-20212021-04-05T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf1 recurso online ( 142 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1641654BIAGI, Natália Baliani de. A saúde mental infantil na escola sob a perspectiva do professor : estigma, percepções e ações. 2021. 1 recurso online ( 142 p.) Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas. , Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1641654. 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