Mulheres e processos de subjetivação : experiências sobre o parto e nascimento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gatto, Graziela Maria da Silva, 1983-
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1639741
Resumo: Orientador: Juliana Luporini do Nascimento
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spelling Mulheres e processos de subjetivação : experiências sobre o parto e nascimentoWomen and process of subjectivation : experiences about childbirth and birthPartoCorpo humanoPoderSubjetivaçãoParturitionHuman bodyPowerSubjectivationOrientador: Juliana Luporini do NascimentoTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências MédicasResumo: A pesquisa tem como eixo central analisar processos de subjetivação das mulheres por meio das experiências do parto e nascimento, que realizaram acompanhamento de pré-natal e do parto na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e/ou na rede privada do Distrito Norte de Campinas / São Paulo, estando assim, sobre prerrogativas da humanização e do Programa Rede Cegonha, instituído pelo Ministério da Saúde brasileiro em 2011. Pretendemos incorporar ao processo de implantação de políticas públicas de humanização do parto e nascimento, compreensões sobre diferentes configurações de relação de poder exercidas neste cenário, e da relação entre corpo, governamentalidade e Estado. A partir de contribuições foucaultianas e de autores que compreendem gênero como construção político-cultural, discutimos o modo como políticas públicas de saúde e seus programas se afirmam como instâncias de produção de corpos e identidades socioculturais. Ao tomarmos o corpo como campo de análise e o entendendo como recanto de produção de distintos discursos e práticas, questionamos: que corpo é esse? Como ele é/foi construído? Como a mulher percebe a si mesma frente às políticas de humanização do parto e nascimento? Por ressaltarmos a construção social da realidade, recorremos à pesquisa qualitativa, na qual foram realizadas 17 entrevistas semiestruturadas divididas em 2 blocos de critérios distintos. O primeiro bloco foi subdivido em: i) 4 entrevistas com puérperas primíparas, de raças e classes sociais distintas, maiores de 18 anos, com filhos (as) de até 2 anos de idade, representantes do Distrito Norte de Saúde do município de Campinas/São Paulo e que realizaram acompanhamento de pré-natal e de parto no SUS de forma majoritária; ii) quatro entrevistas com puérperas primíparas que compartilhavam dos mesmos critérios citados, exceto que tivessem sido acompanhadas pelo sistema privado de saúde. O segundo bloco foi composto por nove entrevistas com profissionais da Área Técnica Nacional de Saúde da Mulher/Eixo Obstétrico responsáveis pelo Programa Rede Cegonha. Os dados produzidos foram submetidos à análise de discurso de base foucaultiana, especialmente, sobre os processos de subjetivação (resistência e sujeitamento) e sobre o biopoder. Por meio dos resultados, destacamos: i) a importância das experiências do parto e do nascimento na vida das mulheres entrevistadas; ii) o corpo como lugar de controle e de resistência; iii) a presença de aspectos relacionados ao governo de si nos discursos das mulheres primíparas; iv) a importância do acesso à informação no processo de autogoverno das puérperas entrevistadas; v) as mulheres do setor privado de saúde demonstraram maior reflexão sobre o uso de seus direitos, demonstrando que o governo de si não é exercido de forma igualitária; vi) o desafio na necessidade de investimentos contínuos no setor público de saúde em prol de uma assistência qualificada x cortes orçamentários e sucateamento das políticas públicas de saúde. Pretendemos com esta pesquisa contribuir para a análise crítica de práticas discursivas e não discursivas das políticas de saúde sobre o parto e nascimento, e principalmente, destacar as potencialidades provenientes do encontro das mulheres consigo e com seus próprios corpos a partir da experiência do parto e nascimentoAbstract: The research has its central axis in the analysis in the subjectivation of women that undergo the experiences of childbirth and birth, specifically those who underwent natal and prenatal care in the SUS ¿ Sistema Único de Saúde (Unique Health System) and/or in the private sector of de North District of Campinas / Sao Paulo. The research is, therefore, about the prerogatives of humanization of the Programa Rede Cegonha (Stork Web Program), implemented by the Brazilian Health Ministry in 2011. Our goal is to incorporate in the process of implantation of public policy of humanization in childbirth and birth, the comprehension of different configurations of power relations exerted in these scenarios and the relation between body, governmentality and the State. From a Foucaultian and other authors contributions and basis who understand gender as a political and cultural construction, we discuss the way that health public policy and their programs assert themselves as instances of production of bodies and socio-cultural identities. As we take the body as a field of analysis and by the way of understanding its nook of production through distinct discourses and practices, we question: what body is this? How was and is it built? How does the woman perceive herself when confronted with policies of humanization of childbirth and birth? Since we underscore the social construction of reality, we resorted to a qualitative research in which we realized 17 semi structured interviews divided in 02 blocks of distinct criteria. The first block was subdivided in: i) 04 interviews with postpartum primaparous women of different races and social background, over 18 years of age, with children aged up until 02 years, representing the North Health District of the municipality of Campinas/São Paulo that realized, in their majority, childbirth and birth monitoring in the SUS ¿ Unique Health System; ii) four interviews with post-partum primaparous women that shared the same criteria above mentioned, except that they were monitored by the private health system/sector. The second bloc was composed of nine interviews with professionals that hailed from the Área Técnica Nacional de Saúde da Mulher / Obstetric Axis (National Women's Health Technical Area) responsible for the Stork Web Program. The produced data was submitted to foucaultian based discourse analysis, especially concerning the process of subjectivation (resistance and subjection) and biopower. By the means of the results, we highlight: i) the importance of childbirth and birth experiences in the lives of the interviewed women; ii) the body as a place/locus of control and resistance; iii) the presence of aspects linked to self-government in the discourse of primaparous women; iv) the importance to accessing information in the process of self-government of the post-partum women interviewed; v) the women in the private health sector demonstrated deeper reflections about the use of their rights, which attests that self-government isn¿t exerted in an egalitarian manner; vi) the challenge that comes from the necessity of continued investments in the public health sector in favor of a qualified assistance X budget cuts and scrapping of public health policy. We intend, with this research, to contribute to the critical analysis of discursive and non-discursive practices in the health policy of childbirth and birth and, mainly, highlight potentialities outcropping from women meeting/knowing themselves and their own bodies through the experiences of childbirth and birthDoutoradoCiências Sociais em SaúdeDoutora em Saúde ColetivaCAPES001[s.n.]Nascimento, Juliana Luporini do, 1974-Silva, Rafael Afonso daBacelar, KlevertonNobre, Maria TeresaVasconcelos, Michele de Freitas Faria deUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências MédicasPrograma de Pós-Graduação em Saúde ColetivaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASGatto, Graziela Maria da Silva, 1983-20192019-08-27T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf1 recurso online ( 182 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1639741GATTO, Graziela Maria da Silva. Mulheres e processos de subjetivação: experiências sobre o parto e nascimento. 2019. 1 recurso online ( 182 p.) Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1639741. Acesso em: 3 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1149349Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDFporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-09-30T08:20:36Zoai::1149349Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2020-09-30T08:20:36Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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