As diferenças entre o que se fala e o que se escreve no português do Brasil : a aquisição do clítico se indeterminador e apassivador

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Lara Ribeiro, 1993-
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1632790
Resumo: Orientadores: Ruth Elisabeth Vasconcellos Lopes, Mary Aizawa Kato
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spelling As diferenças entre o que se fala e o que se escreve no português do Brasil : a aquisição do clítico se indeterminador e apassivadorThe differences between what is spoken and whats is written in Brazilian Portuguese : the acquisition of the se indeterminate and passive cliticLingua portuguesa - Português escrito - BrasilLíngua portuguesa - Português falado - BrasilLingua portuguesa - Gramatica gerativaAquisição da segunda linguagemLíngua portuguesa - ClíticosPortuguese language - Written Portuguese - BrazilPortuguese language - Spoken Portuguese - BrazilPortuguese language - Generative grammarSecond language acquisitionPortuguese language - CliticsOrientadores: Ruth Elisabeth Vasconcellos Lopes, Mary Aizawa KatoDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da LinguagemResumo: A fim de explorar o tema da distância entre o que se fala e o que se escreve no Português Brasileiro (PB), Kato, Cyrino e Correa (2009) propõem que a instituição escolar recupera determinados traços estilísticos da gramática portuguesa do século XIX e os postula como gramaticais, sendo um desses fósseis gramaticais o clítico se nas funções de indeterminador e de apassivador. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo investigar como se dá a aquisição desse clítico, principalmente por falantes letrados do PB. Pretende-se averiguar a hipótese de que a aquisição desse clítico para o PB se comporta tal como um item de uma língua estrangeira (L2), conforme proposto por Kato (2005). Para cumprir tal objetivo, foi traçado um breve panorama sobre os estudos realizados até o momento sobre a aquisição de L2 bem como sobre a natureza do se e seu percurso diacrônico. Esse último foi realizado com base nos estudos de Nunes (1990), no qual o autor estabelece o estatuto teórico das construções que envolvem o se, apassivador e indeterminador, dentro do quadro da Teoria da Regência e Ligação desenvolvida a partir de Chomsky (1981). Frente a dados diacrônicos do PB, o autor registrou alterações relativas principalmente à supressão do clítico em sentenças finitas e à sua inserção em sentenças infinitivas, além do processo de reanálise sintática que permitiu que se apassivador deixasse de receber a interpretação passiva para ser interpretado apenas como indeterminado. Com efeito, após a observação e a análise de um corpora composto por cinco bancos de dados, cada um representativo de uma fase da aquisição da escrita, viu-se que a função indeterminadora de se tomou espaço na língua e parece ser preferida em relação à forma apassivadora independente do material em que a sentença é produzida. Do mesmo modo, confirmou-se a hipótese de que a aquisição de se indeterminador e de se apassivador dependem da escolarização. Em bancos de dados representativos da fala em período de aquisição e dos primeiros anos escolares, sua presença é inexpressiva, levando em torno de 12 anos de escolarização para que se faça significativa. Atestou-se, portanto, que o conhecimento interno de um falante escolarizado do Português Brasileiro envolve duas gramáticas, tal qual Kato (2000) propôs: uma interna adquirida naturalmente, com inovações, e uma periférica adquirida na escola, conservadora e pautada nas normas da Gramática Tradicional, que ainda prevê o uso do se e condena outras formas de realizar a indeterminação. Essa última gramática é acionada em situações de fala monitorada ou na escrita que, por essa razão, não apresenta muitas inovações depois de adquirida a gramática escolarAbstract: Kato, Cyrino & Correa (2009), discussing the distance between written and spoken Brazilian Portuguese (BP), show that the school system tends to recover certain stylistic features of the 19th Century Portuguese grammar. Those are treated as grammatical fossils by the authors. Amongst them the se indeterminate and passive clitic is to be found. This thesis examines the acquisition of such clitic, mainly by highly educated speakers of BP. One of its goal is to see to what extent the se clitic is acquired as a second language (L2) grammar, as Kato (2005) has proposed. To achieve that, we examine different proposals for L2 acquisition and also the diachronic changes involving the clitic, focusing on its present syntactic status. For the diachronic picture we based our work on Nunes (1990), which examined the indeterminate and passive se constructions within the Government and Binding Theory framework (Chomsky, 1981). Nunes shows that the clitic disappears from finite sentences, while it is introduced in non-finite ones. He also shows that the passive se is reanalyzed, receiving an indeterminate interpretation. Our results support his proposal. We have analyzed five different corpora, one for each stage in the acquisition of written BP. Our results show that the indeterminate interpretation took over the passive one, becoming the preferred form. They also show that the acquisition of the se clitic is dependant on schooling. It is basically nonexistent in data from young toddlers acquiring BP, as well as from texts produced by children in their first years at school. It takes around 12 years of schooling for it to become productive. These results show that a highly educated speaker of BP will have two internal grammars, as proposed by Kato (2000): One acquired as a first language ¿ the internal core grammar of the speaker ¿ and a marked one acquired at school, very conservative and based on grammatical fossils of the language. The latter is used in formal spoken BP and in written texts; which, thus, will not provide an environment for innovationMestradoLingüísticaMestra em LinguísticaCAPES[s.n.]Lopes, Ruth Elisabeth Vasconcellos, 1960-Kato, Mary Aizawa, 1934-Morais, Maria Aparecida Correa Ribeiro TorresCyrino, Sonia Maria LazzariniUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da LinguagemPrograma de Pós-Graduação em LinguísticaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASSilva, Lara Ribeiro, 1993-20172017-12-19T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf1 recurso online (118 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1632790SILVA, Lara Ribeiro. As diferenças entre o que se fala e o que se escreve no português do Brasil: a aquisição do clítico se indeterminador e apassivador. 2017. 1 recurso online (118 p.) Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1632790. Acesso em: 3 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/991288Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDFporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2018-02-28T13:31:04Zoai::991288Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2018-02-28T13:31:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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