Avaliação morfológica das alterações placentárias associadas à infecção pelo SARS-CoV-2 e associação com desfechos clínicos
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) |
Texto Completo: | https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1379041 |
Resumo: | Orientador: Maria Laura Costa do Nascimento |
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Avaliação morfológica das alterações placentárias associadas à infecção pelo SARS-CoV-2 e associação com desfechos clínicosMorphological evaluation of placental findings associated to SARS-CoV-2 infection and clinical outcomesSARS-CoV-2COVID-19PlacentaPatologiaGravidezPathologyPregnancyOrientador: Maria Laura Costa do NascimentoDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências MédicasResumo: INTRODUÇÃO: O surgimento da síndrome respiratória aguda grave causada pelo coronavírus 2 (SARS-CoV-2) a partir de 2019 (COVID-19) trouxe muitos desafios, sobretudo aos serviços de saúde. À semelhança de outras infecções respiratórias epidêmicas, houve uma maior gravidade dos casos na população obstétrica com potenciais implicações perinatais, como o risco de transmissão vertical. Um dos modos de se avaliar a gestação é a morfologia placentária. À princípio, os achados morfológicos da placenta foram considerados inespecíficos na COVID-19. No entanto, poucos estudos investigaram a influência do trimestre de infecção e gravidade da doença. Dessa forma, buscou-se investigar a morfologia placentária, conforme essas condições. MÉTODOS: Estudo caso-controle aninhado (nested) a um estudo de coorte prospectivo, de gestantes com infecção suspeita por SARS-CoV-2, testadas por ensaio de RT-qPCR e atendidas em maternidade de referência terciária, no período de março de 2020 a outubro de 2021, no contexto do estudo REBRACO (Rede Brasileira de COVID-19 em Obstetrícia). Foram realizadas análises macro e microscópicas das placentas, com coleta de dados clínicos e obstétricos, pelo trimestre de infecção por COVID-19 durante a gravidez, pela gravidade da infecção e os desfechos maternos e perinatais. Os achados morfológicos da placenta foram classificados em lesões circulatórias materna e fetal e inflamações aguda e crônica, segundo o Consenso de Amsterdã (2016), com análise descritiva e comparativa guiada pelo trimestre de infecção (primeiro/segundo trimestre versus terceiro trimestre) e pela gravidade clínica da doença (síndrome respiratória aguda grave versus não grave versus doença assintomática). Os casos suspeitos com exame molecular negativo para SARS-CoV-2 foram considerados como grupo controle para comparação dos achados placentários. RESULTADOS: Noventa e um discos placentários foram elegíveis, de 85 mulheres com infecção por SARS-CoV-2 comprovada. Em 73,6% delas havia comorbidades, como diabete melito (36,5%), obesidade (35,3%) e hipertensão arterial (24,7%). A infecção ocorreu no terceiro trimestre em 68,2%, no segundo em 25,3% e no primeiro em 6,6%; 16,5% eram assintomáticas, 61,5% sintomáticas não graves e 22,0% sintomáticas graves (com dois óbitos maternos). Partos prematuros ocorreram em 33,0%, com um óbito fetal na vigência de infecção. O peso da placenta foi baixo em 17,6% e aumentado em 4,4%. A malperfusão vascular materna foi global em 45,1%, segmentar em 7,7% e ambas em 8,8%. Houve malperfusão vascular fetal de baixo grau em 22,0% dos casos e de alto grau em 6,6%. Houve vilosite crônica de baixo grau em 24,2% dos casos, com placentite do COVID em três casos. Observou-se associação entre arteriopatia decidual (p=0,047) nas infecções do primeiro/segundo trimestre. Considerando a gravidade, a corangiose foi mais frequente em mulheres assintomáticas (p=0,026). No grupo controle houve 42 discos de 41 mulheres, apresentando frequência maior de pacientes com menos de vinte anos (p=0,007), obesas (p=0,002) e com pré-eclâmpsia (p=0,015), com infecções diagnosticadas no terceiro trimestre. Entretanto, a malperfusão vascular materna do tipo global foi mais frequente no grupo com COVID-19 (p=0,038). Não houve diferença significativa entre as demais lesões entre os dois grupos. CONCLUSÃO: Alterações placentárias são mais frequentes após infecção por COVID-19 nos dois primeiros trimestres da gestação, com alterações hipóxicas predominantes. A lesão placentária extensa é rara, embora possa ser mais comum em mulheres com condições médicas subjacentesAbstract: INTRODUCTION: The emergence of severe acute respiratory syndrome caused by coronavirus 2 (SARS-CoV-2) from 2019 (COVID-19) was challenging, especially to health services. As with other epidemic respiratory infections, there was a greater severity of cases in the obstetric population with potential perinatal implications, such as the risk of vertical transmission. One of the ways to evaluate gestational outcomes is the placental morphological description. At first, the morphological findings of the placenta were considered non-specific in COVID-19. However, few studies have investigated the influence of infection trimester and disease severity. Thus, we sought to investigate the placental morphology, according to these conditions. METHODS: Nested case-control study within a prospective cohort study of pregnant women with suspected or proven SARS-CoV-2 infection by RT-qPCR assay, attended at a tertiary reference maternity, from March 2020 to October 2021, included in the REBRACO study (Brazilian Network of COVID-19 in Obstetrics). Gross and microscopic analyzes of the placentas were performed, with collection of clinical and obstetric data, by the trimester of COVID-19 infection during pregnancy, by the severity of the infection and maternal and perinatal outcomes. The morphological findings of the placenta were classified into maternal and fetal circulatory lesions and acute and chronic inflammation, according to the guidelines of the Amsterdam Consensus (2016). A descriptive and comparative analysis was carried out guided by the trimester of infection (first/second trimester versus third trimester) and by the clinical severity of the disease (severe versus non-severe acute respiratory syndrome versus asymptomatic illness). Suspected cases with a negative molecular test for SARS-CoV-2 were considered as a control group for comparison of placental findings. RESULTS: Ninety-one placental discs were eligible, from 85 women. In 73.6% of them there were comorbidities, such as diabetes mellitus (36.5%), obesity (35.3%) and arterial hypertension (24.7%). SARS-CoV-2 infection occurred in the third trimester in 68.2%, in the second in 25.3% and in the first in 6.6%; 16.5% were asymptomatic, 61.5% were non-severely symptomatic and 22.0% were severely symptomatic (with two maternal deaths). Premature births occurred in 33.0%, with one fetal death during the infection. Placental weight was low in 17.6% and increased in 4.4%. Maternal vascular malperfusion was global in 45.1%, segmental in 7.7% and both in 8.8%. Low-grade fetal vascular malperfusion was present in 22.0% and high-grade in 6.6%. There was chronic low-grade villitis in 24.2% and placentitis in three cases. There was an association between decidual arteriopathy (p=0.047) and first/second trimester infections. Considering the severity, corangiosis was more frequent in asymptomatic women (p=0.026). In the control group there were 42 disks from 41 women. This group had a higher frequency of patients up to twenty years old (p=0.007), obese (p=0.002) and with preeclampsia (p=0.015), with infections diagnosed in the third trimester, however, global maternal vascular malperfusion was more frequent in the group with COVID-19 (p=0.038). There was no significant difference between the other lesions between the two groups. CONCLUSION: Placental abnormalities after an infection by COVID-19 were more frequent after first/mid-trimester infections, mainly hypoxic lesions. Extensive placental lesions are rare, although they may be more common upon underlying medical conditionsAbertoMestradoTocoginecologiaMestre em Ciências da Saúde[s.n.]Nascimento, Maria Laura Costa do, 1979-Altemani, Albina Messias de Almeida MilaniPolido, Carla Betina AndreucciUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências MédicasPrograma de Pós-Graduação em Ciências MédicasUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASAntolini Tavares, Arthur, 1985-20232023-12-22T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf1 recurso online (92 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1379041ANTOLINI TAVARES, Arthur. Avaliação morfológica das alterações placentárias associadas à infecção pelo SARS-CoV-2 e associação com desfechos clínicos. 2023. 1 recurso online (92 p.) Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Campinas, SP. Disponível em: https://acervus.unicamp.br/acervo/detalhe/1379041. Acesso em: 3 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1379041Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDFporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-04-22T22:24:55Zoai::1379041Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2024-04-22T22:24:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false |
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