A pedagogia gerencialista do Capital : neoliberalismo, empresariamento e mercadorização da educação "pública"- estatal (Fundação Lemann, Instituto Unibanco e Estado do Piauí - 2003/2017)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Iael de, 1974-
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1639185
Resumo: Orientador: Evaldo Piolli
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spelling A pedagogia gerencialista do Capital : neoliberalismo, empresariamento e mercadorização da educação "pública"- estatal (Fundação Lemann, Instituto Unibanco e Estado do Piauí - 2003/2017)The managerial pedagogy of Capital : neoliberalism, entrepreneurship and commodification of "public" education - state (Lemann Foundation, Instituto Unibanco and State of Piauí - 2003/2017)GestãoGerencialismoReforma administrativa - BrasilPolíticas públicasMercantilizaçãoManagementManagerialismAdministrative reform - BrazilPublic policiesMercantilizationOrientador: Evaldo PiolliTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de EducaçãoResumo: O capital é um sistema metabólico crísico. Por isso, está perpetuamente se reestruturando, procurando garantir sua reprodução sistêmica. Para que o modo de produção capitalista da vida social seja consensualmente legitimado, precisa conformar sua pedagogia às renovadas necessidades metamórficas da produção ampliada do valor, respondendo aos novos desafios da acumulação e de sua taxa decrescente. É assim que no estágio atual do desenvolvimento do capital em crise estrutural assiste-se à dominação e direção da Pedagogia Gestionária Gerencialista do Capital, personificada pelo empresariado ¿ e também pelo Terceiro Setor ¿, reformulando a lógica de operacionalidade jurídico-política do Estado de Direito, que passa a ser a lógica gerencial, empresarial, privada. A reforma do Aparelho e do Aparato de Estado responde às novas necessidades da sociabilidade neoliberal, criando as bases infraconstitucionais para o empresariamento, mercadorização e mercantilização do que é denominado como "público", que, na verdade, é estatal. A educação se transforma na principal mercadoria para o capital e suas personas, já que além do lucro que gera torna-se a principal responsável, perante a crise estrutural do capital, em produzir e promover o novo senso comum, o novo consenso, a nova força de trabalho apta a se adaptar e sobreviver ao desemprego estrutural, às flutuações do mercado, as incertezas e inseguranças da economia, forma(ta)ndo indivíduos com uma concepção de mundo empresarial, que tem como principais características: o empreendedorismo, a responsabilidade individual, o protagonismo individual, a resiliência, a inovação, a adaptação, a modernização, a concorrência e competição, a meritocracia, criando o capital humano e social necessários para a nova fase da acumulação e produção capitalista. A subjetividade da juventude é capturada pelo empresariado e a educação, após as mudanças na base infraconstitucional, é descaradamente abocanhada pelo empresariado, respaldado na legalidade e legitimidade das leis. Estado, mercado e sociedade civil rearticulam e reconfiguram seus papéis e funções. A hegemonia e supremacia fica à cargo das personas do capital. Fundações e Institutos, como a Fundação Lemann e o Instituto Unibanco no Estado do Piauí, vão progressivamente se apropriando e passando a dirigir e dominar o que, como, quando, para que, para quem e aonde se ensina. Tudo parece indicar a vitória integral da Pedagogia Gestionária Gerencialista do Capital. Mas a esperança lateja nas contradições, que se repõem estrutural e historicamente. A educação também contém essas mesmas contradições presentes no real. Deriva daí ela ser condicionada e condicionante, determinada e determinante, de onde advém a possibilidade de contribuir para a articulação entre o complexo da educação e o complexo da produção, radicalizando as lutas sociais e desenvolvendo atividades educativas de caráter emancipador. Expor e evidenciar o que se está vivendo hoje no campo educativo; como os governos que se revezaram no poder desde a década de 1990 contribuíram para a atual conformação das relações entre "público"-estatal e privado, fortalecendo este último e consumando sua hegemonia (direção e dominação); desmascarar o discurso e as práticas empresariais é o que se pretende com este trabalho, uma vez que esta é entendida como uma das principais tarefas para que se possa resgatar e retomar o significado ontológico da educação, como também romper e superar a captura da subjetividade dos professores efetuada pelo empresariado, de modo a desenvolver e construir propostas pedagógicas contra-hegemônicas e anticapitalistas para além do capital, que tenham caráter emancipadorAbstract: Capital is a physical metabolic system. Therefore, it is perpetually restructuring itself, seeking to guarantee its systemic reproduction. In order for the capitalist mode of production of social life to be consensually legitimized, it must conform its pedagogy to the renewed metamorphic needs of expanded value production, responding to the new challenges of accumulation and its decreasing rate. This is how, in the current stage of capital development in structural crisis, we can see the domination and direction of the Managerial Managerial Pedagogy of Capital, personified by the business community - and also by the Third Sector -, reformulating the logic of legal-political operation of the rule of law. , which becomes the managerial logic, business, private. The reform of the State Apparatus and Apparatus responds to the new needs of neoliberal sociability by creating the nonconstitutional basis for the entrepreneurialization, commodification, and commodification of what is termed "public," which is actually state-owned. Education becomes the main commodity for capital and its personas, since in addition to the profit it generates, it becomes the main responsible, before the structural crisis of capital, in producing and promoting the new common sense, the new consensus, the new Workforce able to adapt and survive structural unemployment, market fluctuations, economic uncertainties and insecurities, forming individuals with a conception of the business world, whose main characteristics are: entrepreneurship, individual responsibility , individual protagonism, resilience, innovation, adaptation, modernization, competition and competition, meritocracy, creating the human and social capital necessary for the new phase of capitalist accumulation and production. The subjectivity of youth is captured by the business community and education, after changes in the infraconstitutional basis, is blatantly taken over by the business community, backed by the legality and legitimacy of the laws. State, market, and civil society rearticulate and reconfigure their roles and functions. Hegemony and supremacy rests with the personas of capital. Foundations and institutes, such as the Lemann Foundation and the Unibanco Institute in the State of Piaui, are progressively appropriating and directing and mastering what, how, when, for what, for whom and where they teach. Everything seems to indicate the full victory of the Management Managerial Pedagogy of Capital. But hope throbs on contradictions, which are structurally and historically restored. Education also contains these same contradictions present in the real. It derives from it being conditioned and conditioning, determined and determinant, from which comes the possibility of contributing to the articulation between the education complex and the production complex, radicalizing social struggles and developing emancipatory educational activities. To expose and highlight what is going on today in the educational field; how the governments that took turns in power since the 1990s contributed to the current shaping of relations between "public" -state and private, strengthening the latter and consummating its hegemony (direction and domination); unmasking the discourse and business practices is what is intended with this work, since it is understood as one of the main tasks for rescuing and retaking the ontological meaning of education, as well as breaking and overcoming the capture of the subjectivity of the students. teachers made by the business community, in order to develop and build counter-hegemonic and anti-capitalist pedagogical proposals beyond the capital, which have an emancipatory characterDoutoradoEducaçãoDoutora em Educação[s.n.]Piolli, Evaldo, 1963-Heloani, José Roberto MontesPereira, LucianoGoulart, Débora CristinaRocha Junior, Fernando LeitãoUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASSouza, Iael de, 1974-20202020-02-12T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf1 recurso online ( 606 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1639185SOUZA, Iael de. A pedagogia gerencialista do Capital: neoliberalismo, empresariamento e mercadorização da educação "pública"- estatal (Fundação Lemann, Instituto Unibanco e Estado do Piauí - 2003/2017) . 2020. 1 recurso online ( 606 p.) Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1639185. Acesso em: 3 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1129197Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDFporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-07-10T08:28:51Zoai::1129197Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2020-07-10T08:28:51Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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