Capitalismo contemporâneo : um balanço crítico acerca de suas interpretações

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ráo, Eduardo Martins, 1980-
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1639710
Resumo: Orientador: Eduardo Barros Mariutti
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spelling Capitalismo contemporâneo : um balanço crítico acerca de suas interpretaçõesContemporary capitalism : a critical balance about your interpretationsCapitalismoImperialismoPoupança e investimentoCrisesCapitalismImperialismSaving and investmentCrisesOrientador: Eduardo Barros MariuttiTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de EconomiaResumo: O objetivo desta tese de doutorado consiste em realizar uma reflexão crítica sobre as mais relevantes interpretações acerca do capitalismo contemporâneo, na condição de um período marcado fundamentalmente pelas transformações ocorridas a partir da década de 1970 e cristalizadas nos anos de 1990. Procedeu-se com a delimitação de um conjunto vasto de estudos e analistas circunscritos em três grandes grupos, dos quais se verifica aspectos comuns em termos da forma de suas avaliações sobre o capitalismo contemporâneo. Tais grupos serão elencados separadamente em cada uma das partes, constituindo, assim, as três primeiras partes da tese. Na primeira parte, encontram-se admitidas as noções de que o capitalismo passou por mudanças de caráter societal, isto é, as sociedades capitalistas apresentaram modificações a ponto de indicarem se tratar de uma nova ordem social em curso. Agrupamo-los em três principais correntes, a saber: os teóricos da "sociedade da informação", da "sociedade pós-fordista" e da "sociedade pós-moderna". Na segunda parte, residem os postulantes de que o capitalismo passou por mudanças em sua configuração, isto é, as sociedades capitalistas encontram-se diante de uma nova fase de desenvolvimento do capitalismo, ou então, de uma nova fase do imperialismo, ou ainda, de um momento em que se atingiram os limites do próprio capitalismo, instaurando-se um processo de crise estrutural ou sistêmica. Novamente, os distinguimos em três vertentes: os teóricos do capitalismo financeiro (ou financeirização) e do capitalismo (bio)cognitivo; os teóricos do novo-imperialismo e do capital-imperialista e os teóricos que atinam a emergência da crise estrutural ou sistêmica do capitalismo. Na terceira parte, estão as noções de que a ordem social apresenta-se ameaçada, necessitando, portanto, de uma nova revitalização, na tradição liberal e conservadora, em prol da defesa desta ordem. Sendo assim, empreendemos três movimentos que julgamos pertinentes, quais sejam: averiguamos as disputas envolvendo as vertentes do "liberalismo social" e do "neoliberalismo"; examinamos as contribuições de Mises e Hayek para a constituição de uma noção abrangente acerca do "neoliberalismo" e destacamos a relação do libertarianismo, do neoinstitucionalismo e do neoconservadorismo com o próprio "neoliberalismo". Uma vez percorrido este caminho, coube, na quarta parte da tese, a realização de outros três passos, a seguir: apontar alguns comentários e críticas sobre os estudos analisados nas três primeiras partes, levando em consideração as suas influências no debate acerca da transição do capitalismo ao pós-capitalismo; qualificar que as transformações processadas, desde meados da década de 1970, implicaram na conformação de um novo patamar para a acumulação e a reprodução social do capital, instaurando-se o surgimento de uma crise histórica do próprio modo de produção capitalista e, finalmente, sugerir uma noção de capitalismo enquanto um modo de produção da vida social, segundo o qual o capitalismo contemporâneo pode ser interpretado como sendo um período inserido no marco temporal do imperialismo capitalista, assumindo, então, uma nova morfologia a partir dos anos de 1970. Em síntese, sustentamos a hipótese de que o "capitalismo contemporâneo" pode ser entendido como um período inserido no marco temporal do imperialismo capitalista, à medida que significa propriamente um período marcado pelo aprofundamento/aceleração das tendências mais gerais de funcionamento do imperialismo que se conectam junto às transformações surtidas desde os anos de 1970. Esta "nova síntese" implica em um processo de retroalimentação que promove a emergência de um "novo" patamar para a acumulação de capital. No entanto, ao analisar-se este "novo" patamar, podemos sugerir que estamos diante de uma situação de crise histórica do próprio modo de produção capitalistaAbstract: The objective of this doctoral thesis consists of a critical reflection on the most relevant interpretations of contemporary capitalism, in the condition of a period fundamentally marked by the transformations that took place from the 1970s onwards and crystallized in the 1990s. A vast set of studies and analysts circumscribed in three large groups was delimited, of which there are common aspects in terms of the form of their evaluations of contemporary capitalism. These groups will be listed separately in each of the parts, thus constituting the first three parts of the thesis. In the first part, the notions that capitalism has undergone changes of a societal nature are admitted, that is, capitalist societies have presented modifications to the point of indicating that it is a new social order in progress. We group them into three main currents, namely: the "information society", the "post-Fordist society" and the "postmodern society" theorists. In the second part, reside the postulants that capitalism has undergone changes in its configuration, that is, capitalist societies are facing a new phase of development of capitalism, or a new phase of imperialism, or even a moment in which the limits of capitalism itself have been reached, a process of structural or systemic crisis has been established. Again, we distinguish them into three strands: the theorists of financial capitalism (or financeirization) and cognitive (bio)capitalism; the theorists of new-imperialism and capital-imperialist and the theorists who reach the emergence of the structural or systemic crisis of capitalism. In the third part, there are the notions that the social order presents itself as threatened, needing, therefore, a new revitalization, in the liberal and conservative tradition, in favor of the defense of this order. Thus, we have undertaken three movements that we consider pertinent, which are: we have investigated the disputes involving the "social liberalism" and "neoliberalism" strands; we have examined the contributions of Mises and Hayek to the constitution of a comprehensive notion about "neoliberalism" and we have highlighted the relationship of libertarianism, neo-institutionalism and neoconservatism with "neoliberalism" itself. Once this path has been taken, the fourth part of the thesis was followed by three other steps: point out some comments and criticisms about the studies analyzed in the first three parts, taking into account their influences on the debate about the transition from capitalism to post-capitalism; to qualify that the transformations which have taken place since the mid-1970s have implied the formation of a new level for the accumulation and social reproduction of capital, the emergence of a historical crisis of the capitalist mode of production itself and, finally, to suggest a notion of capitalism as a mode of production of social life, according to which contemporary capitalism can be interpreted as being a period inserted into the temporal framework of capitalist imperialism, assuming, then, a new morphology from the 1970s onwards. In synthesis, we sustain the hypothesis that "contemporary capitalism" can be understood as a period inserted in the temporal framework of capitalist imperialism, as it means a period marked by the deepening/acceleration of the more general tendencies of imperialism that are connected with the transformations that have taken place since the 1970s. This "new synthesis" implies a process of feedback that promotes the emergence of a "new" level for capital accumulation. However, by analyzing this "new" level, we can suggest that we are facing a situation of historical crisis of the capitalist mode of production itselfDoutoradoEconomia Social e do TrabalhoDoutor em Desenvolvimento EconômicoCAPES001[s.n.]Mariutti, Eduardo Barros, 1974-Prado, Eleutério Fernando da SilvaCampos, Fábio Antonio deSecco, Lincoln FerreiraProni, Marcelo WeishauptUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). 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