Corpo-linha-selvagem, um modo de fiar com uma terra viva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leitão, Mariana Vilela, 1975-
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/17700
Resumo: Orientador: Susana Oliveira Dias
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spelling Corpo-linha-selvagem, um modo de fiar com uma terra vivaBody-line-wild, a way of spinning with the living earthCorpoFiaçãoMultiespécieBodySpinningMultiespecieOrientador: Susana Oliveira DiasDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da LinguagemResumo: Essa escrita empenha uma trama afirmativa de esforços. Propõe desenvolver o conceito-prática corpo-linha-selvagem, como um modo de estar e fazer mundos, um modo mais amoroso e relacional. Tem a pesquisa teórica-artística em torno da linha para além do aspecto formal das artes visuais e das técnicas das artes manuais. Objetiva fazer perceber as linhas visíveis e invisíveis, tangíveis e intangíveis que nos constitui e nos cerca. A linha como possibilidade de emaranhamentos entre seres, entre vida e morte, entre mundos onde tudo está misturado e nada está ontologicamente separado do resto (COCCIA, 2018). Na companhia de pés de algodão e ovelhas, essa dissertação conflui com a prática ancestral do fiar e sustenta uma metodologia e procedimento de pesquisa artesanal que se dá em quatro movimentos: coletar, esguedelhar, cardar e fiar. O primeiro movimento, a coleta dos materiais de pesquisa, tem o desafio de lidar com eles em sua forma bruta, com um olhar mais voltado ao corpo das coisas e a não separação entre organismo e meio (GREINER, 2008; INGOLD, 2015). O segundo movimento, o esguedelho, evidencia a ação de esmiuçar, reduzir e dar atenção às práticas, principalmente a do fiar e do cultivo. O movimento da carda abre a possibilidade da "alteridade como um estado criativo" (GREINER, 2017) e busca liberar as linhas e promover, a partir da ação de friccionar e ter que "ficar com o problema" (HARAWAY, 2023), um certo alinhamento entre elas, alinhamento não como concordância mas como "confluência" (BISPO, 2022); para, no quarto movimento, o de fiar, buscar a mistura, torção e tensionamento entre os materiais, capaz de produzir um fio-conceito-prática de um corpo-linha-selvagem que se faz em meditação, em poesia, em um pensar vegetal, na relação entre corpos e o meio, sejam eles corpos humanos, não humanos e mais que humanos. Proponho a fabulação da fiandeira como personagem que dará não só a ver as linhas, mas pensar sobre elas e senti-las no e além do corpo. Esta escrita pretende trazer outras lógicas para a relação feminino e linhas, seres e linhas e empenha-se em dar a ver o mundo como uma miríade de linhas múltiplas, sempre em movimento. Fiar e tecer mundos é saber que elas (as linhas) vão emaranhar. Sempre. Num mundo todo vivo há emaranhados diversos que se afirmam em coexistências, onde vida e morte fazem parte da trama, num fluxo-rítmico selvático. Essa escrita-pesquisa-prática é um convite para envolver-se com um modo de fiar com a terra/Terra viva. Palavras-chave: corpo, linha, selvagem, arte, fiar, multiespécieAbstract: This writing engages in an affirmative weave of efforts. It proposes to develop the concept-practice of body-line-wild as a way of being and creating worlds, a more loving and relational mode. The theoretical-artistic research around the line goes beyond the formal aspect of visual arts and the techniques of manual arts. It aims to make us aware of the visible and invisible, tangible and intangible lines that constitute and surround us. The line as a possibility of entanglements between beings, between life and death, between worlds where everything is mixed, and nothing is ontologically separated from the rest (COCCIA, 2018). In the company of cotton plants and sheep, this dissertation flows together with the ancestral practice of spinning and supports an artisanal research methodology and procedure that unfolds in four movements: collecting, scutching, carding, and spinning. The first movement, the collection of research materials, faces the challenge of dealing with them in their raw form, with a gaze more focused on the body of things and the non-separation between organism and environment (GREINER, 2008; INGOLD, 2015). The second movement, scutching, highlights the action of digging in, reducing, and paying attention to practices, especially spinning and cultivation. The carding movement opens up the possibility of "alterity as a creative state" (GREINER, 2017) and seeks to release the lines, promoting, through the action of friction and having to "stay with the problem" (HARAWAY, 2023), a certain alignment between them – alignment not as agreement but as "confluence" (BISPO, 2022); in the fourth movement, spinning, seeking the mixture, twisting, and tensioning between materials capable of producing a thread-concept-practice of a body-line-wild that comes into being through meditation, poetry, vegetal thinking, in the relationship between bodies and the environment, whether they are human, non-human, or more than human bodies. I propose the fabulation of the spinner as a character that not only reveals the lines but thinks about them and feels them in and beyond the body. This writing aims to bring other logics to the relation feminine and lines, beings and lines, striving to reveal the world as a myriad of multiple lines, always in motion. Spinning and weaving worlds is knowing that they will entangle. Always. In a fully alive world, there are diverse entanglements that affirm themselves in coexistence, where life and death are part of the weave, in a wild rhythmic flow. This writing-research-practice is an invitation to engage in a way of spinning with the living earth/Earth. Keywords: body, line, wild, art, spinning, multispeciesAbertoMestradoDivulgação Científica e CulturalMestra em Divulgação Científica e Cultural[s.n.]Dias, Susana Oliveira, 1973-Wunder, AlikCosta, Greciely Cristina daUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da LinguagemPrograma de Pós-Graduação em Divulgação Científica e CulturalUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASLeitão, Mariana Vilela, 1975-20242024-02-05T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf1 recurso online (111 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/17700LEITÃO, Mariana Vilela. Corpo-linha-selvagem, um modo de fiar com uma terra viva. 2024. 1 recurso online (111 p.) Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/17700. Acesso em: 3 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1385600Cover: https://repositorio.unicamp.br/capa/capa?codigo=1385600Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDFporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-05-24T14:22:16Zoai::1385600Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2024-05-24T14:22:16Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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