Ecologia alimentar de grupos de sauás ("Callicebus nigrifrons") em uma floresta estacional semidecidual

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Verçosa, João Victor de Amorim, 1998-
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/13647
Resumo: Orientador: Eleonore Zulnara Freire Setz
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spelling Ecologia alimentar de grupos de sauás ("Callicebus nigrifrons") em uma floresta estacional semidecidualFeeding ecology of groups of titi monkeys ("Callicebus nigrifrons") in a semideciduous forestDietaPadrão de atividadeComportamento alimentarForrageamentoJapi, Serra do (SP)DietActivity patternFeeding behaviorForagingOrientador: Eleonore Zulnara Freire SetzDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de BiologiaResumo: Os recursos alimentares variam de acordo com padrões e processos ecológicos que acontecem no tempo e no espaço, tendo em vista que a disponibilidade dos recursos está associada a fatores como a sazonalidade. De acordo com a Teoria do Forrageio Ótimo (TFO), os animais tendem a forragear a obter a maximização do ganho energético e minimização de gastos de forrageio. O comportamento, dieta e a forma de forrageio dos sauás estão interligados e, por isso, o nosso objetivo foi compreender a ecologia alimentar em três grupos (G1, G2 e G3) vizinhos de um primata da América Latina, os sauás (Callicebus nigrifrons), em uma área de floresta semidecidual, a Serra do Japi (Jundiaí-SP). Realizamos o estudo entre abril de 2022 e março de 2023. Abordamos a ecologia alimentar sob três perspectivas: padrão de atividades, dieta e uso de manchas de alimentação. Os sauás passam a maior parte do tempo descansando (37,4%), principalmente na estação chuvosa, enquanto na estação seca passam maior parte do tempo se alimentando e locomovendo. Assim, os sauás adotam estratégia de maximização de energia, consumindo itens de alta qualidade, os frutos carnosos, apesar do alto custo de locomoção. Os frutos são o principal item alimentar dos sauás (58,6%), sendo pelo menos 80 espécies de 38 famílias que compõem a dieta, no total. Miconia cinnamomifolia (10,5%), Nectandra megapotamica (7,7%), Cryptocarya aschersoniana (5,8%) e Prunus myrtifolia (5,8%) são os principais itens alimentares, sendo os três primeiros com a frutificação principalmente nos meses da estação seca. Isso pode ter explicado não termos encontrado variação sazonal para os frutos entre as estações, embora a dieta dos sauás seja diferenciada, entre o período seco e chuvoso, devido ao consumo de partes vegetativas e flores. Encontramos também que os sauás passam mais tempo nas manchas de alimentação quanto maior a distância para chegar nelas e quanto maior a qualidade das manchas (maior circunferência do tronco, com maior fenologia de frutificação e maior tamanho de fruto). Portanto, a combinação do padrão de atividades, dieta e uso de manchas nos permite concluir que os sauás sejam maximizadores de energia, pois, embora na estação seca exista menor disponibilidade de recursos, é possível que os sauás invistam mais tempo de locomoção para obtenção dos frutos, que são recursos de alta qualidade, em mancha de alimentação que também são de alta qualidade. Dessa forma, se alimentam em proporções similares de frutos durante as estações e, durante a estação chuvosa, com a maior disponibilidade de recursos, podem investir maior tempo de descanso. Além disso, encontramos diferenças entre a dieta dos grupos e comportamentos exibidos entre eles, principalmente em relação ao G1, o que pode ser explicado pela área em que ocupam, diferenças de disponibilidade de recursos ou inerentes a cada grupo. Assim, nosso trabalho mostra a importância da integração de diferentes conhecimentos da história natural de uma espécie, partindo de pressupostos da TFO, para compreensão da ecologia alimentar. Ademais, vemos a importância de trabalhos que sejam realizados com mais de um grupo, para entender as diferenças que possam existir entre elesAbstract: Food resources exhibit variations influenced by ecological patterns and processes across time and space, with availability associated with factors like seasonality. According to Optimal Foraging Theory (OFT), animals forage to maximize energy gain while minimizing foraging costs. The behavior, diet, and foraging strategies of monkeys are interconnected, leading us to investigate the feeding ecology of three neighboring groups (G1, G2, and G3) of a Latin American primate species, the titi monkeys (Callicebus nigrifrons), within the continuous semideciduous forest area of Serra do Japi (Jundiaí-SP). The study was conducted from April 2022 to March 2023, focusing on three important aspects for feeding ecology: activity patterns, diet composition, and the use of feeding patches. Titi monkeys dedicate most of their time to resting (37.4%), particularly during the rainy season. However, during the dry season, they allocate more time to feeding and moving. Despite the high cost of locomotion, titi monkeys adopt an energy maximization strategy by consuming high-quality food items, such as fleshy fruits. Fruits constitute the primary component of their diet, accounting for 58.6% of their food intake. The diet includes at least 80 species from 38 families, with Miconia cinnamomifolia (10.5%), Nectandra megapotamica (7.7%), Cryptocarya aschersoniana (5.8%), and Prunus myrtifolia (5.8%) being the main food items. The fruiting period of the first three species primarily occurs during the dry season, although the titis' diet differs between the dry and rainy periods due to the consumption of vegetative parts and flowers. We also found that they spend more time in feeding patches that are farther away and of higher quality (greater diameter, greater fruiting phenology, and larger fruit size). Therefore, the combination of activity patterns, diet, and patch use leads us to conclude that titi monkeys are energy maximizers. Even though resources are less available during the dry season, titis may invest more time in moving to obtain high-quality fruits in feeding patches that are also of high quality. Thus, they feed on fruits in similar proportions during the seasons and, during the rainy season, with higher resource availability, they can invest more time in resting. Additionally, we found differences in diet and behaviors among the groups, especially in relation to G1, which can be explained by the area they occupy, differences in resource availability, or inherent group characteristics. Therefore, our research shows the importance of integrating different aspects of a species' natural history, starting from the assumptions of OFT, to understand feeding ecology. Furthermore, we highlight the importance of studies conducted with multiple groups, considering the differences that may exist among themMestradoEcologiaMestre em EcologiaCNPQ130675/2021-0FAPESP2021/11416-0CAPES001[s.n.]Setz, Eleonore Zulnara Freire, 1953-Gaspar, Denise de AlemarPereira, Raul CostaUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de BiologiaPrograma de Pós-Graduação em EcologiaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASVerçosa, João Victor de Amorim, 1998-20232023-07-31T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf1 recurso online (152 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/13647VERÇOSA, João Victor de Amorim. Ecologia alimentar de grupos de sauás ("Callicebus nigrifrons") em uma floresta estacional semidecidual. 2023. 1 recurso online (152 p.) Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/13647. Acesso em: 3 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1363421Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDFporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-11-09T16:10:15Zoai::1363421Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2023-11-09T16:10:15Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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