Variaveis ambientais e a dinamica estrutural e populacional de uma floresta de galeria em Itutinga, MG
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2001 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/20.500.12733/1591256 |
Resumo: | Orientador: Flavio Antonio Maes dos Santos |
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Variaveis ambientais e a dinamica estrutural e populacional de uma floresta de galeria em Itutinga, MGMata ciliarEcologia vegetalOrientador: Flavio Antonio Maes dos SantosTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de BiologiaResumo: Foi estudada a dinâmica da comunidade arbórea (1993 a 1998) de uma floresta de galeria não inundável situada no município de Itutinga, Minas Gerais. A área, com cerca de 7,55 ha possui limites bem definidos com um campo limpo de altitude. Um total de 28 parcelas de 30 x 10 m foram distribuídas em quatro áreas da floresta (repetições) (blocos A, B, C e D) de forma a amostrar em cada uma destas áreas a vegetação arbórea localizada próxima ao córrego (setor Margem), próxima aos limites da floresta com o campo de altitude circundante (setor Borda) e a situação intermediária (setor Meio). Foram feitos dois levantamentos na área, um em 1993-1994 e o outro em 1998. O primeiro levantamento foi realizado durante o Mestrado do autor da tese e o segundo durante o Doutorado. Em cada levantamento, identificaram-se e mediram-se o diâmetro de todos os indivíduos nas parcelas com DNS (diâmetro ao nível do solo) _ 5 cm. Também foram estudadas variáveis ambientais de solo (propriedades físico-químicas, variação da umidade superficial durante um ano), topográficas, bem como a variação da penetração da luz (através de fotos hemisféricas) na área (Capítulo 1), de forma a subsidiar as interpretações relativas a dinâmica da comunidade. A partir dos dados dos dois levantamentos da vegetação arbórea, foram estudadas mudanças na estrutura vertical e horizontal da comunidade como um todo (não discriminada por espécies) (Capítulo 2) e das espécies (Capítulo 3), utilizando-se para isto as taxas de recrutamento, mortalidade, mudança em número de indivíduos, acréscimo, decréscimo e mudança em área basal. A maior variação ambiental na área ocorreu no sentido do distanciamento das margens do ribeirão até os limites da floresta com o campo de altitude circundante. A umidade e acidez do solo aumentaram com a proximidade do córrego e distanciamento da borda da floresta. Os valores de abertura do dossel (luz) diminuíram com o distanciamento da borda e aproximação das margem do córrego (R2=0,340; P<O,OOl), sendo isto associado à penetração de luz pela área onde a floresta se limita com o campo de altitude. Os valores da densidade da comunidade como todo (não discriminada por espécies) nos dois levantamentos foram estatisticamente iguais, mas houve um aumento significativo líquido em área basal (P<0,05). As maiores variações das taxas da comunidade, assim como as variáveis ambientais, ocorreram entre os setores, ou seja, em relação ao distanciamento do córrego e proximidade dos limites da floresta com o campo de altitude. A Borda apresentou uma dinâmica da comunidade mais rápida, com maior mortalidade (-0,028), mas também maior recrutamento (0,035). Isto foi correlacionado principalmente às maiores intensidades luminosas deste setor, favorecendo possivelmente aquelas espécies mais exigentes de luz e provavelmente menos longevas. Foram identificados indícios de competição limitando o aumento da biomassa e levando ao decréscimo do recrutamento (relação negativa significativa entre área basal inicial e acréscimo em área basal (R2=0,369; P<O,OOl) e entre área basal inicial e recrutamento (R2=0,177; P=0,026)). A área (repetição) correspondente ao Bloco C foi, entre as demais, a que apresentou maiores variações das taxas populacionais, sendo isto ligado a um distúrbio de data, origem e natureza pouco conhecidos que atingiu esta área no passado (há sinais deste distúrbio como, por exemplo, vestígios de carvão no solo). A mortalidade e o recrutamento foram significativamente maiores entre as plantas de menor porte (Teste X2; P<O,Ol). No entanto, as estruturas de tamanho, embora tenham diferido entre os blocos (repetições) e entre os setores (Borda, Meio e Margem), parecem não estar mudando significativamente dentro de cada bloco ou setor. A variabilidade ambiental da área parece estar contribuindo para a manutenção de espécies com diferentes requisitos ecológicos. A Borda, em particular, parece estar proporcionando um ambiente adequado à manutenção de espécies mais exigentes de luz que, de outra forma, dependeriam exclusivamente do aparecimento de clareiras para a sua permanência na área. Em termos de densidade, apenas duas das 41 espécies analisadas (com 10 indivíduos ou mais) (4,9%) apresentaram taxas de mudança superior a 0,05, sendo esta proporção inferior aos resultados encontrados em outras áreas comparadas, que softeram perturbações intensas no passado. Dentre estas 41 espécies analisadas, 48,8% aumentou em número de indivíduos na área, 14,6% não mudou e 36,6% decresceu em número de indivíduos. Por outro lado, 78,0% das espécies apresentou mudança positiva em área basal. Assim, a análise das espécies individuais seguiu a tendência também encontrada para a comunidade como um todo (não discriminada por espécies), ou seja, pequena mudança em densidade, mas aumento em área basal. Tais mudanças ocorridas concentraram-se no Bloco C, sendo possivelmente ligadas ao já referido distúrbio. O estudo das mudanças na estrutura horizontal e vertical das populações se concentrou nas três espécies dominantes na área: Protium spruceanum, Copaifera langsdorjJii e Pera glabrata. Dentre estas espécies, Protium spruceanum foi, provavelmente, a mais sensível a variações ambientais, já que foi a única espécie cuja dinâmica foi diferenciada entre os diferentes blocos de parcelas da floresta (repetições), apresentando maiores taxas de mudança em número de indivíduos (0,032) e área basal (0,059) e maior recrutamento (0,040) no bloco C. Isto pode estar relacionado, pelo menos em parte, aos efeitos do antigo distúrbio que ocorreu neste bloco, que, de uma forma desconhecida, podem estar favorecendo esta espécie. Protium spruceanum também apresentou uma variabilidade das taxas populacionais significativamente maior na área de borda da floresta, sendo isto relacionado à alta heterogeneidade ambiental deste trecho da floresta (em termos de luz por exemplo). Copaifera langsdorffii e Pera glabrata praticamente não diferiram em termos de dinâmica entre os diferentes blocos (repetições) ou em relação ao distanciamento do córrego e proximidade da borda da floresta, indicando que provavelmente estas espécies apresentam taxas populacionais menos sensíveis às variações ambientais existentes na área. Copaifera langsdorffii apresentou baixo recrutamento (0,001), mas também baixa mortalidade (-0,006). A taxa de mudança de Pêra glabrata em termos de indivíduos foi negativamente relacionada com a densidade da comunidade (R2=0,248; P=0,050), indicando haver possivelmente um efeito da competição interespecífica difusa na densidade desta espécie. As taxas médias de crescimento entre as espécies analisadas (50 indivíduos ou mais) variaram de 0,007 a 0,018. As taxas de crescimento dos indivíduos dentro de cada espécie foram muito variáveis, no entanto, de uma forma geral, as espécies estudadas (com mais de 50 indivíduos) possuíram trajetórias de crescimento que se adequaram aos modelos propostos na literatura: linear, exponencial e sigmoidal. A grande variabilidade espacial do ambiente, das taxas das comunidades e das taxas das populações aponta para a necessidade de que, quando se objetiva compreender a dinâmica de sistemas como o da presente área de estudos, a avaliação deve ir além de valores médios supostamente representativos do sistema como um todo. Tal avaliação deve também considerar as particularidades das diferentes sub-áreas para que a dinâmica do todo faça sentido. Entre as poucas generalizações possíveis para a presente área está a relativa estabilidade da densidade da comunidade como um todo e das populações em particular, assim como a tendência destas a aumentar em área basal. Além disto, as variações espaciais das taxas da comunidade e das populações em particular foram correlacionadas, de uma forma geral, à variação ambienta! existente entre o córrego e a borda da florestaDoutoradoDoutor em Biologia Vegetal[s.n.]Santos, Flavio Antonio Maës dos, 1958-Oliveira Filho, Ary Teixeira deCarvalho, Douglas Antonio deMartins, Fernando RobertoJoly, Carlos AlfredoUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de BiologiaPrograma de Pós-Graduação não informadoUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASVan den Berg, Eduardo20012001-11-28T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf115p. : il.(Broch.)https://hdl.handle.net/20.500.12733/1591256VAN DEN BERG, Eduardo. Variaveis ambientais e a dinamica estrutural e populacional de uma floresta de galeria em Itutinga, MG. 2001. 115p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1591256. Acesso em: 2 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/222756porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-02-18T03:28:59Zoai::222756Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2017-02-18T03:28:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false |
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