O trabalho morreu! Viva o conhecimento : notas para um estudo dos serviços em uma sociedade de classes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pagotto, Maria Amelia Ferracciu
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1609657
Resumo: Orientador: Marcio Bilharinho Naves
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Pretende examinar essas transformações submetendo-as às categorias de análise desenvolvidas por Marx no conjunto de sua obra, de modo que, desmistificados alguns dos dilemas centrais à economia política clássica, o avanço do setor de serviços aparece como uma das dimensões centrais que atualizam as condições de produção do valor, sobretudo como atualização das bases do fetichismo. Da mesma maneira, recorrendo à análise gramsciana sobre a relação entre classe operária e desenvolvimento da base técnica da produção, esta pesquisa estabelece a vinculação histórica dos serviços com o próprio desenvolvimento do modo de produção capitalista; enfatiza ainda sua qualidade enquanto uma das muitas expressões da crise constitutiva do capitalismo, cujos saltos conjunturais apenas podem ser compreendidos à luz da luta entre as classes sociais e pela maneira como a vida estatal é reorganizada em função dessa mesma luta. De modo que, procura-se demonstrar que o novo arranjo dos serviços sob os processos de privatização e financeirização da economia indica mais do que um impacto técnico ou econômico resultante de uma modernização in abstracto, mas é expressão política das novas formas de direção e governo das massas. Finalmente, também se elabora uma crítica ideológica das abordagens teóricas sobre o setor de serviços mostrando sua filiação às teorias da estratificação social ou outras de viés economicista. De tudo o quanto foi investigado pôde-se depreender, da atual conjuntura, os movimentos que repõem as bases da dominação capitalista e buscam deslocar os horizontes de intervenção das classes subalternas. Para isso, procuramos discutir as raízes materiais e políticas que sustentaram a inflexão criminalizadora da teoria das classes sociais na atualidade a ponto de se chegar a uma construção social, com pretensões universalizantes, que a considera inoperante diante das transformações que recompõem a força de trabalho na atualidade. Foi possível demonstrar que, tomado pela visão de mundo neoliberal, a idéia de uma 'sociedade de serviços' promove a abertura de um novo horizonte que reutiliza os princípios do liberalismo econômico no qual prestadores de serviços substituem a relação salarial construindo, assim, uma sociabilidade livre das contradições classistas. Construção que acontece ao mesmo tempo no terreno material e nas superestruturas jurídico-políticas, adequando-as aos novos imperativos da acumulação. Construção de uma nova cidadania e de uma nova forma de organizar a produção. Construção que combina a contra-revolução capitalista com os elementos de passivização necessários à aparência de que capital e trabalho podem viver harmoniosamente. O setor de serviços aparece então, finalmente, iluminado por uma perspectiva marxista e gramsciana, como lugar privilegiado do embate hegemônico entre classes sociais antagônicasAbstract: The presented work searches to discuss the problems of the social classes and their forms of intervention in front of the capitalist restructuring in course, in which the service sector as well as the financialization of the economy and instauration of the neoliberalism processes appear as the most important dimensions while change indicators. It intends to examine these transformations submitting them to the categories of analysis by Marx in his whole work so that it can demystify some of the central dilemmas of the classical political economy and, the advance in the service sector appears as one of the central dimensions which updates the value production conditions and above all as updating the fetichism bases. Likewise, by falling back on the Gramscian analysis on the relationship between the working class and the development of the technical basis of production, this research establishes the historical bonding of services with its own development in the capitalist way of production; it still emphasizes its quality as one of the many expressions of discrepancies and the constitutive crisis of the capitalism whose gaps referring to the conjuncture can only be comprehended through the fight between the social classes and by the way the state life is reorganized according to this fight. This way, it is tried to demonstrate the new service arrangement under the privatization and financialization of the economy processes indicating more than a technical or economical impact which is an outcome from modernization in abstract, but it is a political expression of the forms of direction and government of the masses put into movement by the bourgeois in its imperialist dimension. Finally, it also elaborates an ideological criticism of the theoretical approaches on the service sector showing its filiation to the theories of social stratification or others from askance economicist. Everything which has been investigated can infer, from the present conjuncture, the movements which replace the capitalist domination bases and search to dislocate the horizons of intervention of subaltern classes. To do so, we try to discuss the material roots and policies which supported the criminalizing inflection of the social classes' theories nowadays to the point of arriving at a social construction with universalizing pretensions which consider it as not operating in front of the transformations which recompose the working force today. It was possible to show that the idea of a service society, absorbed by the neoliberal world view, promotes the opening of a new horizon that reinaugurates the principles of the economical liberalism founded in the idea of the possession of assets in which the service workers substitute the salary relationship and, by doing so, they construct then a sociability that is free from the classist contradictions. The service sector then appears finally enlightened by a Marxist and gramscian perspective as a privileged place of the hegemonic shock between the social antagonistic classesDoutoradoDoutor em Ciências Sociais[s.n.]Naves, Márcio Bilharinho, 1952-Dias, Edmundo FernandesAntunes, RicardoSoares, Jose de LimaAmaral, Angela Santana doUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Ciências SociaisUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASPagotto, Maria Amelia Ferracciu20092009-08-06T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf353 p.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1609657PAGOTTO, Maria Amelia Ferracciu. O trabalho morreu! Viva o conhecimento: notas para um estudo dos serviços em uma sociedade de classes. 2009. 353 p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas, Campinas, SP. 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