Oração relativa : o que se fala e o que se aprende no portugues do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Correa, Vilma Reche
Data de Publicação: 1998
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1586291
Resumo: Orientadores: Mary Aizawa Kato, Shana Poplack
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spelling Oração relativa : o que se fala e o que se aprende no portugues do BrasilSociolinguísticaLíngua portuguesa - SintaxeAquisição de linguagemOrientadores: Mary Aizawa Kato, Shana PoplackTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da LinguagemResumo: No português do Brasil existem estratégias de relativização variando em freqüência de uso. A variante preposicionada, para determinados falantes, deve ser aprendida por meio da educação formal. Quando a relativização é de funções preposicionadas, a estrutura padrão ocorre sob certas condições de ordem social: escolaridade, sexo, idade, profissão, nível de formalidade. Como a variação só poderá ocorrer se estiver prevista pela gramática da língua e, num sentido mais amplo, dentro da gramática das línguas, aos fatores de ordem social somam-se os de ordem lingüística. Estes dados, particularmente, indicam que, se a função a ser relativizada for um adjunto adverbial dentro da relativa e não um complemento de outros termos dessa oração, o monitoramento da fala aumenta. Se o antecedente e o termo relativizado tiverem funções diferentes, a necessidade de se refletir sobre o que se vai falar também aumenta. Se ambos os fatores lingüísticos ocorrerem simultaneamente, criam-se as condições lingüísticas mais favoráveis ao uso da relativa padrão. Os dados empíricos comprovam que são consumidos anos de escolaridade antes que a relativa preposicionada, padrão, possa ter uso produtivo. Essa estratégia praticamente não é usada mesmo por muitos que freqüentaram os bancos escolares. Alunos do ensino médio, quando induzidos a usá-la, podem rejeitar essa estratégia, substituindo-a por outras construções sintáticas. Podem ainda produzir hipercorreções e hesitações na fala. A grande dificuldade que os alunos apresentaram para aprender a produzir uma relativa do tipo padrão deve-se, segundo este trabalho, à diferença entre as estratégias dos dois tipos de relativa. Essa diferença está na posição sintática que o termo a ser relativizado ocupa. Esse termo, na relativização padrão, deve ser extraído de dentro da sentença, mas na vernacular ele se encontra fora, numa posição mais acessível, porque dispensa o uso da preposição. A diferença entre as formas variáveis se encontra, portanto, no limiar entre o estritamente sintático e o discursivo. O perfil do falante, traçado por meio do levantamento dos fatores que condicionam as formas variantes no quadro das construções relativas, traz implicações de ordem metodológica para o ensino do português no Brasil, uma vez que revela uma realidade em que o ideal lingüístico e a norma culta não coincidem.Abstract: In Brazilian Portuguese there is not homogeneity in the use of relative clauses: there are vernacular relativization strategies for some functions used by speakers that never attended school and a standard construction, with a preposition, learned through forma! education and used together with the strategy without the preposition, for educated people. Considering that variation can only occur if previewed in the language grammar and, in a broader sense, in language grammars, whenever variation takes place with prepositional phrases, our particular data indicate that, if the function to be relativized is an adverbial adjunct (not a complement) to other syntactic term inside the sentence, self speech monitoring increases. If the antecedent and the relativized element have different syntactic functions, the need of personal awareness on the part of the speaker also increases If both linguistic factors co-occur, better conditions to produce the standard construction will be noticed. To linguistic factors we add factors of social order: the standard structure occurs under certain conditions: when the speaker is learned, and preferentially when be is highly learned; if the speaker is a man, in his 40s or over, if his linguistic performance is essential to his professional activities, and finally if the situation demands formality. Empirical data show that only after many years the student fully acquires the standard strategy. The use of this kind of relative is very scarce even among those who attended school. High school students, induced to use the standard relative, tended to reject it either replacing it by other syntactic arrangements, such as coordination, or changing the sentence verb. They also produced hypercorrections and made mistakes, showing an imperfect learning of the strategy. The students demonstrated a great resistance in producing the standard relative and the fact that they come do it practically only m the adult age is due, according to this study to differences in the own strategies of relativization. This difference remains in the syntactic position occupied by the element to be relativized. This element, in the standard strategy, moves from inside the clause, while, in the vernacular, it is outside the relative sentence in such a position that the process proves to be more accessible to the speaker, leaving out the preposition The difference between both structures is m the interface between, strict syntax and discourse. The speaker profile, traced with the delineation of the conditioning factors for relative variants has some implications of methodological order for the teaching of Brazilian Portuguese, to the extend that it reveals a reality in which linguistic ideal and standard norm do not matchDoutoradoDoutor em Linguística[s.n.]Kato, Mary Aizawa, 1934-Poplack, ShanaUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da LinguagemPrograma de Pós-Graduação em LinguísticaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASCorrea, Vilma Reche1998info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf165f.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1586291CORREA, Vilma Reche. Oração relativa: o que se fala e o que se aprende no portugues do Brasil. 1998. 165f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1586291. 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