A prudência na filosofia prática de Kant

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mêrces Muniz, Luís Gustavo das, 1983-
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1637042
Resumo: Orientadores: Daniel Omar Perez, Günter Zöller
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spelling A prudência na filosofia prática de KantPrudence in Kant's practical philosophyKant, Immanuel, 1724-1804PrudenciaÉticaAntropologiaFilosofia alemãPrudenceEthicsAnthropologyPhilosophy, GermanOrientadores: Daniel Omar Perez, Günter ZöllerTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências HumanasResumo: Este trabalho tem o objetivo principal de discutir o conceito de prudência na filosofia prática de Kant. A prudência enquanto uma importante capacidade prática tem sido pouco discutida pelos estudiosos de sua obra, assim como seu significado tem sido compreendido de forma insuficiente e reduzido frequentemente a uma habilidade em função da felicidade. Assim, ao longo deste trabalho defendemos que a prudência de acordo com Kant é uma habilidade e uma capacidade necessária para a aplicação dos deveres morais, para promover a vida moral dos sujeitos e para também compreender de um modo geral a filosofia prática kantiana, ou seja, a exequibilidade da lei moral na vida prática do ser humano. Mostramos que a noção de Klugheit referida por Kant em alguns de seus textos e lições [Vorlesungen] é dotado de diferentes sentidos que nos permitiria repensar e ampliar o seu papel em sua filosofia prática. A prudência não é apenas uma habilidade de encontrar os meios para alcançar os fins pessoais que nos trazem vantagens. O conceito de prudência tem uma relação complexa com outros assuntos na filosofia prática de Kant, tal como podemos observar em seus textos sobre política, educação e antropologia. A prudência não apenas joga um papel importante na promoção da felicidade dos indivíduos, mas também é uma importante capacidade de julgar que participa da formulação das máximas ou regras que orientam as ações e que serão testadas pela fórmula universal do Imperativo Categórico. Ela desempenha um papel nas questões casuísticas kantianas, bem como pode ser útil na aplicação de deveres imperfeitos, na medida em que ela empiricamente julga o contexto em que a lei moral é aplicada. Tal capacidade tem a função não apenas de disciplinar as inclinações, mas também o de harmonizar nossos propósitos, impedindo que paixões e afecções limitem e ceguem a percepção moral do homem e a realização de seus deveres. Na realidade, Kant mostra que as doutrinas pragmáticas são doutrinas de prudência e que estas doutrinas devem ensinar o homem a ser prudente. Argumentamos também, que a prudência pode ser investigada dentro de uma esfera especial da antropologia kantiana chamada antropologia moral, porque a prudência, enquanto capacidade prática normativa, pode estar relacionada às condições subjetivas que podem favorecer e impedir a aplicação de princípios práticos puros. Além disso, notamos que prudência é útil para uma aplicação proveitosa de todas as habilidades. Isto implica dizer que ela possibilita fazer um bom uso do conhecimento escolástico, algo importante para a manutenção do homem e a realização pragmática de seus propósitos ao longo de sua existência. Neste sentido, discutimos que a prudência não se reduz apenas a uma forma de imperativo apresentada por Kant, mas que seu sentido essencial consiste em promover a existência prática dos sujeitos e em promover a vida moral do sujeito, ela apoia e protege o homem de situações que dificultariam o cumprimento do deverAbstract: This work has the main objective of discussing the concept of prudence in Kant¿s Practical Philosophy. The prudence as an important practical capacity has been little discussed by the scholars of his work, just as its meaning has been insufficiently understood and often reduced to a skill in function of happiness. Thus, throughout this work, we defend that the prudence according to Kant is a skill and a necessary capacity for the application of moral duties, to promote the moral life of the subjects and also to understand in general the Kantian practical philosophy, that is, to understand the feasibility of the moral law in the practical life of the human being. Thus, we show that the notion of Klugheit referred to by Kant in some of his texts and lectures [Vorlesungen] is endowed with different meanings that would allow us to rethink and expand his role in Kant's practical philosophy. Prudence is not only an ability to find the means to achieve the personal ends that bring us advantages. The concept of prudence has a complex relationship with other subjects in Kant's Practical Philosophy, such as we can see in his texts on politics, education, and anthropology. Prudence plays an important role in promoting the happiness of individuals, but also it is a power of judgment, which participates in the formulation of the maxims or rules that guide actions that will be tested by the universal formula of the Categorical Imperative. Prudence plays a role in Kantian casuistic questions as well as it may be useful in the application of imperfect duties insofar as it empirically judges the context in which the moral law is applied. Such a capacity, prudence has the function not only of disciplining our inclinations but also of harmonizing our purposes, preventing passions and affections from limiting and blinding the moral perception of man and the performance of his duties. In fact, Kant shows that pragmatic doctrines are doctrines of prudence and that these doctrines should teach all human beings to be prudent. We also argue that prudence can be investigated within a special sphere of anthropology called moral anthropology because prudence, as normative practical capacity, may be related to subjective conditions that may favor and hinder the application of pure practical principles. In addition, we note that prudence is useful for a successful application of all abilities. This implies that it makes it possible to make good use of scholastic knowledge, something important for the maintenance of man and the pragmatic realization of his purposes throughout his existence. In this sense, we argue that prudence is not limited to a form of imperative presented by Kant, but that its essential meaning is to promote the practical existence of subjects and to promote the moral life of the subject. It supports and protects man from situations that would make it difficult to perform dutyDoutoradoFilosofiaDoutor em FilosofiaCAPES0[s.n.]Perez, Daniel Omar, 1968-Zöller, Günter, 1954-Borges, Maria de Lourdes AlvesPiza, Suze de OliveiraGarcia, Rafael RodriguesHahn, AlexandreUniversidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASMêrces Muniz, Luís Gustavo das, 1983-20192019-04-12T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf1 recurso online (431 p.) : digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1637042MÊRCES MUNIZ, Luís Gustavo das. A prudência na filosofia prática de Kant. 2019. 1 recurso online (431 p.) Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1637042. Acesso em: 15 mai. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1092535Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDFporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-09-13T16:28:49Zoai::1092535Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2019-09-13T16:28:49Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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