As relações geopolíticas dos EUA com a América do Sul na gestão de Barack Obama (2009-2016) : continuidade ou rupturas na política externa estadunidense?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brigola, Higor Ferreira, 1988-
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1640708
Resumo: Orientador: Claudete de Castro Silva Vitte
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spelling As relações geopolíticas dos EUA com a América do Sul na gestão de Barack Obama (2009-2016) : continuidade ou rupturas na política externa estadunidense?The U.S. geopolitical relations with South America under Barack Obama's management (2009-2016) : continuity or ruptures is the U.S. foreign policy?Obama, Barack, 1961-GeopolíticaGeopolitica - Estados UnidosRelações internacionaisEstados Unidos - Relações exteriores - América do SulObama, BarackGeopoliticsGeopolitics - United StatesInternational relationsUnited States - Foreign Relations - South AmericaOrientador: Claudete de Castro Silva VitteTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de GeociênciasResumo: Desde o século XIX, após a efetivação da Doutrina Monroe (1823), a América Latina tornou-se uma área de influência imediata dos EUA. Mesmo com relações pendulares de aproximação e afastamento ao longo dos anos, a posição hegemônica estadunidense na região fez-se presente. Após o conhecido episódio de 11 de setembro de 2001, a política exterior estadunidense, sob o governo de George W. Bush, foi redirecionada para o Oriente Médio, resultando em uma agenda hemisférica pouco expressiva por parte dos EUA e deixando um vácuo de poder preenchido a partir da ascensão de governos de centro-esquerda na América do Sul, com um pensamento autônomo que possibilitou as condições para iniciativas de integração regional, sem a participação estadunidense, resultando em certo distanciamento. Barack Obama, desde quando concorria à presidência dos EUA, discursou de forma a indicar otimismo para uma aproximação cooperativa com a América Latina, afirmando que novas relações hemisféricas estariam por vir. A tese que defendemos partiu do princípio de que, mesmo tendo sido uma região negligenciada pela política externa na gestão de George W. Bush, a América do Sul teve uma importância estratégica para os EUA na gestão de Barack Obama. Nesse sentido, a presente tese se propôs a contribuir para a compreensão do contexto geopolítico e geoeconômico da política externa dos EUA para a América do Sul durante as duas gestões do presidente Barack Obama (2009-2016). Para esta análise, foi de suma importância esclarecer alguns conceitos teóricos da geopolítica e dialogar com algumas das teorias das Relações Internacionais, buscando compreender as relações de poder, os principais conflitos e formas de cooperação entre os EUA e países da América do Sul. Buscou-se sintetizar o histórico das relações entre os EUA e a região desde o início do século XIX, com a Doutrina Monroe, até a gestão de George W. Bush, para verificar de que modo foram construídas essas relações ao longo dos anos. Em seguida, foi realizada uma análise sobre o contexto sul-americano durante o período correspondente às duas gestões de Barack Obama, dando enfoque ao posicionamento autônomo defendido pelos governantes de orientação centro-esquerda dos países da América do Sul e aos principais projetos de integração regional na América do Sul e seus principais obstáculos. Em seguida, foi elaborada uma pesquisa por meio de fontes bibliográficas diversas sobre assuntos relativos ao tema, com foco em geopolítica e relações internacionais, de documentos oficiais e discursos da gestão presidencial norte-americana, do Congresso e das Forças Armadas, bem como de sites e think tanks especializados nessa temática, buscando compreender de que modo ocorreu a condução da política externa dos EUA durante os governos de Barack Obama para a América do Sul. Ao fim do trabalho, concluímos que a América do Sul continuou como uma área dotada de importância estratégica para o governo de Washington na agenda de segurança, sendo o narcotráfico um fator prejudicial à segurança nacional estadunidense, enquanto, na agenda econômica, a América do Sul continuou sendo um mercado importante de fornecimento de commodities e manufaturados (no caso do Brasil) para os EUA, e também um mercado comprador das exportações estadunidenses. Assim, mesmo com os discursos de aproximação e cooperação de Barack Obama em relação à região, sua política externa em quase nada foi alterada em comparação à gestão de George W. Bush, o que nos permite concluir que a América do Sul, embora importante, foi considerada uma região secundária na política externa estadunidense durante o governo Obama, em detrimento do Oriente Médio e da região Ásia-Pacífico como foco prioritárioAbstract: Since the 19th century, after the Monroe Doctrine (1823), Latin America has become an area of immediate influence of the United States. Even with swing relations of approaching and distancing over the years, the American hegemonic position in the region was always present. After the well-known episode of September 11, 2001, American foreign policy, under the government of George W. Bush, was redirected to the Middle East, resulting in an insignificant hemispheric agenda on the part of the United States. This decision left a power void that was filled by the rise of center-left governments in South America, with an autonomous thinking that enabled the conditions for regional integration initiatives, without the American participation, resulting in a certain distance. During the race for the US presidency, Barack Obama indicated optimism for a cooperative approach with Latin America, stating that new hemispheric relations would begin. The thesis we defend was based on the principle that, even though the region was neglected by foreign policy under George W. Bush, South America had strategic importance for the United States under Barack Obama. In this sense, this thesis aimed to contribute to the understanding of the geopolitical and geoeconomic context of the US foreign policy towards South America during the two terms of President Barack Obama (2009-2016). For this analysis, it was extremely important to clarify some theoretical concepts of geopolitics and to dialogue with some of the theories of International Relations, seeking to understand the relations of power, the main conflicts and forms of cooperation between the USA and South American countries. We sought to synthesize the history of relations between the United States and the region from the beginning of the 19th century, with the Monroe Doctrine, until the administration of George W. Bush, to verify how these relationships were built over the years. Then, we carried out an analysis of the South American context during the period corresponding to Barack Obama's two administrations, focusing on the autonomous position defended by the center-left leaders of South American countries as well as the main regional integration projects in South America and their main obstacles. Next, we conducted a search by means of diverse bibliographic sources on subjects related to the theme focusing on geopolitics and international relations, official documents and speeches of the North American presidential management, the Congress and the Armed Forces, as well as websites and think tanks specialized in this theme, seeking to understand how the US conducted their foreign policy for South America during the Obama administrations. At the end, we concluded that South America remained an area of strategic importance for Washington D.C. regarding the security agenda, with drug trafficking being a detrimental factor to US national security, while, in the economic agenda, South America continued to be an important market for the supply of commodities and manufactured goods (in the case of Brazil) to the USA, and also a buyer market for US exports. Thus, even with Barack Obama's speeches of rapprochement and cooperation in relation to the region, his foreign policy hardly changed compared to George W. Bush's administration, allowing us to conclude that South America, although important, was considered a secondary region in US foreign policy during the Obama administration, to the detriment of the Middle East and the Asia-Pacific region as a priority focusDoutoradoAnálise Ambiental e Dinâmica TerritorialDoutor em Geografia[s.n.]Vitte, Claudete de Castro Silva, 1962-Martin, Andre RobertoTeixeira, Vinicius ModoloVilla, Rafael Antonio DuartePecequilo, Cristina SoreanuUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de GeociênciasPrograma de Pós-Graduação em GeografiaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASBrigola, Higor Ferreira, 1988-20202020-12-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf1 recurso online (382 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1640708BRIGOLA, Higor Ferreira. As relações geopolíticas dos EUA com a América do Sul na gestão de Barack Obama (2009-2016) : continuidade ou rupturas na política externa estadunidense?. 2020. 1 recurso online (382 p.) Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1640708. 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