Nietzsche, Brás Cubas e o tédio como a “volúpia do aborrecimento” [Nietzsche, Brás Cubas and de tedium as “voluptuousness of the boredom”]

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cordeiro, Robson Costa
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Ágora Filosófica
Texto Completo: http://www.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/view/24
Resumo: O trabalho procura analisar o fenõmeno do tédio a partir do romance MemóriasPóstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e também a partir das reflexõesfeitas por Nietzsche, sobretudo no discurso de Assim falou Zaratustra intituladoda visão e do enigma e, no parágrafo 341, de A Gaia Ciência. O objetivo émostrar o tédio como uma afecção determinante do homem, que marca a suahistória como sendo movida pelo supremo desejo de negação da vida. Negar avida significa aqui negar o movimento súbito e gratuito que lhe é próprio deprecisar sempre vir a ser. O eterno retorno desse movimento que não visa a nadafora dele mesmo é, para o homem entediado, sem sentido, em vão, pois é umdesperdício e esbanjamento inútil de esforço. O entediar-se com a repetição dosem sentido mostra que o homem entediado não admite vida como sendosem sentido, como sendo um irromper gratuito e espontâneo que não visa anada além do seu eterno aparecer. O tédio é um sentimento de cansaçodiante da vida, através do qual o homem foge da sua mais profunda dor, ador-homem, a dor de nada ser que o aflige, a dor de saber que existir éesforço contínuo para ser, para conquistar o seu próprio ser. Ao ser entendidodesse modo, o fenômeno do tédio mostra-se em sua íntima conexãocom a compaixão, compreendida como apiedamento do homem por si mesmoe pela existência enquanto esforço para ser.
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