Nomes Ficcionais e Nomes Vazios: Crítica à Teoria da Referência sem Referentes de Mark Sainsbury
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Ágora Filosófica |
Texto Completo: | http://www.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/view/1390 |
Resumo: | Mark Sainsbury apresentou através da sua teoria da Referência sem Referentes (RSR) um caminho intermediário entre a teoria da referência direta de Stuart Mill e o descritivismo de Frege. A maior virtude da RSR é que ela permite que expressões que contêm nomes vazios (como ‘Vulcano é um planeta que orbita entre o sol e Mercúrio’) sejam ao mesmo tempo inteligíveis e passíveis de ser valoradas como verdadeiras ou falsas. Por outro lado, a partir da distinção que François Recanati (2018) estabelece entre declarações ficcio-nais, metaficcionais e paraficcionais, o objetivo neste artigo é o de argumen-tar que a RSR gera valores de verdade indesejados para as declarações que contêm nomes ficcionais. Como proposta para lidar com o problema, lançamos as linhas gerais da teoria artefactual de Amie Thomasson (1999) e da teoria dos dois modos de predicação de Peter van Inwagen (1977/1983) e Edward Zalta (1983) de modo que os nomes ficcionais são genuínos e referentes a artefatos abstratos. |
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Nomes Ficcionais e Nomes Vazios: Crítica à Teoria da Referência sem Referentes de Mark SainsburyFilosofia da linguagem; Metafísica; SemânticaNomes ficcionais. Nomes vazios. Referência. Metafísica. Semântica.Nomes vaziosMark Sainsbury apresentou através da sua teoria da Referência sem Referentes (RSR) um caminho intermediário entre a teoria da referência direta de Stuart Mill e o descritivismo de Frege. A maior virtude da RSR é que ela permite que expressões que contêm nomes vazios (como ‘Vulcano é um planeta que orbita entre o sol e Mercúrio’) sejam ao mesmo tempo inteligíveis e passíveis de ser valoradas como verdadeiras ou falsas. Por outro lado, a partir da distinção que François Recanati (2018) estabelece entre declarações ficcio-nais, metaficcionais e paraficcionais, o objetivo neste artigo é o de argumen-tar que a RSR gera valores de verdade indesejados para as declarações que contêm nomes ficcionais. Como proposta para lidar com o problema, lançamos as linhas gerais da teoria artefactual de Amie Thomasson (1999) e da teoria dos dois modos de predicação de Peter van Inwagen (1977/1983) e Edward Zalta (1983) de modo que os nomes ficcionais são genuínos e referentes a artefatos abstratos.Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)CAPESDartmouth CollegeUniversidade Federal de Santa CatarinaLemos, Italo Lins2019-06-03info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://www.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/view/139010.25247/P1982-999X.2019.v19n1.p78-102Revista Ágora Filosófica; v. 19, n. 1 (2019): Filosofia da Linguagem e Retórica; 78-1021982-999X1679-538510.25247/P1982-999X.2019.v19n1reponame:Revista Ágora Filosóficainstname:Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)instacron:UNICAPporhttp://www.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/view/1390/1232/*ref*/ADAMS, Fred et al. The Semantics of Fictional Names. In: Pacific Philosophical Quarterly, v. 78, p. 128-48, 1997. BURGE, Tyler. Truth and Singular Terms. In: Noûs, v. 8, p. 309-25, 1974. DONNELLAN, Keith. Speaking of Nothing. In: The Philosophical Review, v. 83, n. 1, p. 3-31, 1974. EVANS, Gareth. The Varieties of Reference. Oxford: Oxford University Press, 1982. EVERETT, Anthony. Sainsbury on Thinking about Fictional Things. In: Acta Analytica, v. 29, n. 2, p. 181-194, 2014. FREGE, Gottlob. Sense and Reference. The Philosophical Review, v. 57, n. 3, p. 209-30, 1948. GARCIA-CARPINTERO, Manuel. Assertion and Fiction. In: GOLDBERG, Sanford (ed.), The Oxford Handbook of Assertion. Oxford: Oxford University Press, 2018. GOLDBERG, Sanford. Homophonic Prejudices. Revista Hispanoamericana de Filosofia, v. 40, n. 120, pp. 67-84, 2008. INWAGEN, Peter Van. Fiction and Metaphysics. Philosophy and Literature, v. 7, p. 66–77, 1983. INWAGEN, Peter Van. Creatures of Fiction. American Philosophical Quarterly, v. 14, p. 299–308, 1977. KRIPKE, Saul. Reference and Existence. Nova Iorque: Oxford University Press, 2013. KRIPKE, Saul. Naming and Necessity. Cambridge: Harvard University Press, 1980. LEWIS, David. Truth in Fiction. American Philosophical Quarterly, v. 15, n. 1, p. 37-46, 1978. MARTINICH, A. P.; STROLL, A. Much Ado about Nonexistence: fiction and reference. Nova Iorque: Rowman & Littlefield Publishers, 2007. MEINONG, Alexius. On the Theory of Objects. In: Realism and the Background of Phenomenology, editado por Roderick Chisholm. Atascadero, California: Ridgeview, 1960. MILL, John Stuart. A System of Logic, Ratiocinative and Inductive: being a connected view of the principles of evidence and the methods of scientific investigation. Nova Iorque: Harper, 1846. PARSONS, Terence. Nonexistent Objects. New Haven: Yale University Press, 1980. QUINE, W. V. O. On What There Is. In: From a Logical Point of View. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1953. RECANATI, François. 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Mark Sainsbury apresentou através da sua teoria da Referência sem Referentes (RSR) um caminho intermediário entre a teoria da referência direta de Stuart Mill e o descritivismo de Frege. A maior virtude da RSR é que ela permite que expressões que contêm nomes vazios (como ‘Vulcano é um planeta que orbita entre o sol e Mercúrio’) sejam ao mesmo tempo inteligíveis e passíveis de ser valoradas como verdadeiras ou falsas. Por outro lado, a partir da distinção que François Recanati (2018) estabelece entre declarações ficcio-nais, metaficcionais e paraficcionais, o objetivo neste artigo é o de argumen-tar que a RSR gera valores de verdade indesejados para as declarações que contêm nomes ficcionais. Como proposta para lidar com o problema, lançamos as linhas gerais da teoria artefactual de Amie Thomasson (1999) e da teoria dos dois modos de predicação de Peter van Inwagen (1977/1983) e Edward Zalta (1983) de modo que os nomes ficcionais são genuínos e referentes a artefatos abstratos. |
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