Quando falar é fabular: a simultaneidade da civilização segundo Levinas[When to speak is to fable: the simultaneity of civilization in Levinas’ thought]
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Ágora Filosófica |
Texto Completo: | http://www.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/view/471 |
Resumo: | O artigo parte de uma conferência de 1948, intitulada Parole et silence, na qual Levinas sustenta a seguinte tese: “O silêncio é o elemento da razão”. Nosso percurso se dará em três momentos: 1) A palavra rompe o silêncio do logos impessoal porque é temporalidade viva, relação inter-humana, ou seja, é relação entre unicidades irredutíveis. A palavra que pode quebrar o silêncio da razão é o acontecimento do “outro” sob a forma de sucessão temporal; 2) a palavra é também criadora de “presente” ou simultaneidade, pois é isso que funda a civilização, entendida como passagem do sucessivo ao simultâneo. Em Levinas, o inefável (ineffable) da relação com a alteridade a algo que terá de ser dito (le fable), fazendo dos indivíduos personagens de uma narrativa; 3) finalmente, descreve-se a palavra como luta incessante com as mitificações que dela podem surgir, ou seja, que decorrem da própria ação de “fabular”. Pode-se, pois, notar o quanto Levinas fora infl uenciado por Bergson, preocupandose em descrever, à sua maneira, o contraste entre duração e simultaneidade, entre uma moral fechada e uma moral aberta. |
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Quando falar é fabular: a simultaneidade da civilização segundo Levinas[When to speak is to fable: the simultaneity of civilization in Levinas’ thought]O artigo parte de uma conferência de 1948, intitulada Parole et silence, na qual Levinas sustenta a seguinte tese: “O silêncio é o elemento da razão”. Nosso percurso se dará em três momentos: 1) A palavra rompe o silêncio do logos impessoal porque é temporalidade viva, relação inter-humana, ou seja, é relação entre unicidades irredutíveis. A palavra que pode quebrar o silêncio da razão é o acontecimento do “outro” sob a forma de sucessão temporal; 2) a palavra é também criadora de “presente” ou simultaneidade, pois é isso que funda a civilização, entendida como passagem do sucessivo ao simultâneo. Em Levinas, o inefável (ineffable) da relação com a alteridade a algo que terá de ser dito (le fable), fazendo dos indivíduos personagens de uma narrativa; 3) finalmente, descreve-se a palavra como luta incessante com as mitificações que dela podem surgir, ou seja, que decorrem da própria ação de “fabular”. Pode-se, pois, notar o quanto Levinas fora infl uenciado por Bergson, preocupandose em descrever, à sua maneira, o contraste entre duração e simultaneidade, entre uma moral fechada e uma moral aberta.Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)Fabri, Marcelo2015-01-14info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://www.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/view/47110.25247/P1982-999X.2013.v1n2.p07-22Revista Ágora Filosófica; v. 1, n. 2 (2013): Levinas e a questão da Subjetividade; 07-221982-999X1679-538510.25247/P1982-999X.2013.v1n2reponame:Revista Ágora Filosóficainstname:Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)instacron:UNICAPporhttp://www.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/view/471/378info:eu-repo/semantics/openAccess2020-08-04T10:42:22Zoai:ojs2.gavoa.unicap.br:article/471Revistahttp://www.unicap.br/ojs/index.php/agora/oai1982-999X1679-5385opendoar:null2020-08-04 10:42:24.248Revista Ágora Filosófica - Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)false |
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O artigo parte de uma conferência de 1948, intitulada Parole et silence, na qual Levinas sustenta a seguinte tese: “O silêncio é o elemento da razão”. Nosso percurso se dará em três momentos: 1) A palavra rompe o silêncio do logos impessoal porque é temporalidade viva, relação inter-humana, ou seja, é relação entre unicidades irredutíveis. A palavra que pode quebrar o silêncio da razão é o acontecimento do “outro” sob a forma de sucessão temporal; 2) a palavra é também criadora de “presente” ou simultaneidade, pois é isso que funda a civilização, entendida como passagem do sucessivo ao simultâneo. Em Levinas, o inefável (ineffable) da relação com a alteridade a algo que terá de ser dito (le fable), fazendo dos indivíduos personagens de uma narrativa; 3) finalmente, descreve-se a palavra como luta incessante com as mitificações que dela podem surgir, ou seja, que decorrem da própria ação de “fabular”. Pode-se, pois, notar o quanto Levinas fora infl uenciado por Bergson, preocupandose em descrever, à sua maneira, o contraste entre duração e simultaneidade, entre uma moral fechada e uma moral aberta. |
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