MEDICAMENTOS USADOS NA GESTAÇÃO: RISCO DE MALFORMAÇÃO CONGÊNITA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: FRANCO, Emanuelle Tramonte
Data de Publicação: 2005
Outros Autores: MACHADO, Nathália Rosa da Silva, BUZZO, Álida Mariana dos Reis, RAMOS, Edivan Rodrigo de Paula
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Digital Unicesumar
Texto Completo: http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7088
Resumo: As malformações congênitas (MC) constituem defeito morfológico de um órgão, de parte dele, ou de uma região maior do corpo, resultantes de um processo do desenvolvimento intrinsecamente anormal. As MC mais graves são aquelas que atingem o sistema nervoso central, pois tornam o indivíduo incapaz de ter uma vida social normal. Apesar de uma quantidade considerável de pesquisas durante os últimos 50 anos, a causa de pelo menos 50 % das MC permanece desconhecida. Quanto aos outros 50 %, aproximadamente 25 % das MC tem base genética e o restante é atribuído a fatores ambientais, como uso de substâncias químicas (entorpecentes e medicamentos). A possibilidade do uso de medicamentos durante a gestação causar MC só chamou a atenção após a tragédia da Talidomida, na década de 1960. A partir de então, o uso racional de medicamentos e os cuidados quanto à automedicação durante a gestação passaram a ser alvos importantes na política de saúde pública. Objetivo e Metodologia: Considerando que o consumo de medicamentos durante a gestação é um sério problema de saúde pública devido ao risco de teratogenicidade, o objetivo deste trabalho é realizar uma revisão bibliográfica sobre os principais fármacos capazes de induzirem MC. Resultados: Ainda são poucos os estudos clínicos e pré-clínicos sobre o risco de um medicamento causar teratogenicidade e, na maioria das vezes, eles não indicam o real risco teratogênico. Isto ocorre, porque estes estudos, devido a questões éticas, só podem ser realizados em animais, e a ausência de efeitos teratogênicos em animais não exclui a possibilidade desses efeitos em seres humanos. Dessa forma, um grande número de medicamentos são administrados sem o conhecimento de seu potencial teratogênico. Dentre os analgésicos utilizados durante a gestação, a dipirona tem sido implicada no aparecimento de discrasias sangüíneas no recém nascido, enquanto o ácido acetilsalicílico apresenta potencial teratogênico quando ingerido em doses elevadas. Antibióticos do grupo tetraciclina atravessam a barreira placentária, sendo armazenados nos ossos e dentes, onde se combinam com o cálcio. Os suplementos vitamínicos, necessários na gestação, devem ser ingeridos com cautela, pois o seu excesso pode causar distúrbios no metabolismo, gerando MC. As principais vitaminas capazes de promover MC pertencem ao grupo das vitaminas lipossolúveis, como as vitaminas A, D, E e K. Dentre estas, a vitamina A, ou ácido retinóico, tem efeito teratogênico conhecido. O uso de drogas que atuam no SNC, como anticonvulsivantes, antidepressivos e ansiolíticos, apresentam alto risco de teratogenicidade pelo fato de ultrapassarem facilmente a barreira placentária e alterarem o desenvolvimento do tubo neural e SNC do feto. Dentre estas drogas, o fenobarbital, o ácido valpróico e a fenitoína têm efeitos teratogênicos bastante reconhecidos na literatura. Conclusão: Considerando que nos últimos 40 anos um grande número de medicamentos foi lançado no mercado e que poucos deles têm sido considerados teratogênicos, o uso de qualquer medicamento deve ser cauteloso, uma vez que o efeito teratogênico de um medicamento não depende somente de seu mecanismo de ação bioquímico, mas também de fatores fisiopatológicos e genéticos relacionados à gestante.
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