COLIBACILOSE EM SUÍNOS: PRODUÇÃO DE UMA AUTOVACINA E AVALIAÇÃO PRÁTICA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: ANAMI, Rubiana Midori
Data de Publicação: 2005
Outros Autores: SANTOS, José Maurício Gonçalves dos, FERREIRA, Suelen Regina
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Digital Unicesumar
Texto Completo: http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7759
Resumo: A colibacilose em suínos, neonatal e pós-desmame, é uma infecção intestinal que acomete leitões com cepas patogênicas de E. coli, causando uma severa diarréia, podendo ainda a formação de animais refugos e até mesmo a um aumento no índice de mortalidade. Assim, a prevenção através da vacinação é a melhor forma a ser utilizada. A autovacina consiste em produzir, no caso da colibacilose, uma bacterina a partir de cepas bacterianas que estão causando sinais clínicos específicos em determinado local, proporcionando uma resposta imune específica. Desse modo, a produção de uma autovacina contra colibacilose foi o objetivo desse experimento, visando somar esforços no controle dessa diarréia. As coletas de material foram realizadas em duas granjas produtoras de suínos nas regiões N e NO do Paraná, em ciclo completo. As amostras de fezes diarréicas coletadas através de swab retal foram enviadas para o isolamento bacteriano e caracterização bioquímica no Laboratório de Microbiologia do CESUMAR-PR. Primeiramente, foi realizada a semeadura direta, sem enriquecimento, em meio de cultura sólido (ágar MacConkey) e após um período de 24 horas e a 37°C, foi observado o crescimento bacteriano. As amostras com resultado negativo, ou seja, sem crescimento, foram descartadas e as positivas foram ressemeadas para obtenção de colônias bacterianas isoladas. Após 24 horas, foi feita a leitura das placas, confirmando a presença de crescimento com colônias isoladas. Assim sendo, foi realizada a caracterização bioquímica em meio TSI, LIA, SIM e citrato, mantidos sob mesmo período e temperatura. Após o resultado do teste bioquímico, foram selecionadas as colônias para a produção da bacterina. Cada amostra de E. coli foi submetida a crescimento over night em estufa a 37°C, após a semeadura em tubos de ensaio com 12mL de caldo TSB. O crescimento foi confirmado através da turvação do caldo e formação de sedimento. Posteriormente, cada amostra foi submetida a um processo de inativação, através da adição de formaldeído 0,5%. Após isto, foi realizado o teste esterilidade, obtendo nenhuma amostra com crescimento bacteriano nas placas de cultivo. Ao final desses procedimentos acima citados, realizou-se o processo de envase da bacterina e mantidos sob refrigeração de 2 a 8°C, ao abrigo da luz. O esquema vacinal proposto para as porcas neste experimento seguiu o mesmo já recomendado para as vacinas comerciais. Como não era utilizada nenhuma vacina na granja, tanto marrãs como porcas foram submetidas na primeira vacinação a 2 doses de bacterina, sendo a primeira realizada 4 semanas antes do parto e a segunda dose 2 semanas antes do parto, objetivando um efeito booster na produção de anticorpos com essa segunda aplicação. Para avaliação da bacterina foram utilizadas 20 porcas, sendo que 10 porcas foram submetidas à vacinação e 10 utilizadas como controle. Ao exame clínico, as porcas apresentaram-se hígida e depois realizada a vacinação. A dose utilizada foi de 3mL, administrado via IM profunda na face posterior do membro pélvico da porca. Nenhuma das porcas apresentou anorexia após a vacinação, nem aborto. Quanto à manifestação clínica de diarréia houve uma diminuição no percentual de leitões que apresentaram diarréia de 90% para 17% (P<0,0001), durante a primeira semana de vida. Embora não tenha sido estatisticamente avaliado, houve também uma redução na severidade da diarréia, havendo uma maior rapidez na resolução da mesma e uma menor debilitação dos leitões acometidos no grupo nascido de porcas vacinadas. O fato de normalmente alguns leitões filhos de porcas vacinadas ainda apresentarem diarréia pode estar relacionado à baixa ingestão de colostro e leite, principalmente a demora na ingestão de colostro logo após o parto, pois pode permitir a colonização das vilosidades intestinais pela E. coli. Além disso, os fatores de risco, como elevada umidade no piso, alta dose infectante, temperatura inadequada, entre outros. O uso de autovacina contra colibacilose em leitões, administrada nas porcas durante a fase de gestação, mostrou-se eficiente na redução da incidência de diarréia na fase de maternidade.
id UNICESU -1_c70efb477e638ed1702296a9d20342aa
oai_identifier_str oai:rdu.unicesumar.edu.br:123456789/7759
network_acronym_str UNICESU -1
network_name_str Repositório Digital Unicesumar
repository_id_str
spelling COLIBACILOSE EM SUÍNOS: PRODUÇÃO DE UMA AUTOVACINA E AVALIAÇÃO PRÁTICAColibacilose em suínosDiarréia neonatalBacterinaA colibacilose em suínos, neonatal e pós-desmame, é uma infecção intestinal que acomete leitões com cepas patogênicas de E. coli, causando uma severa diarréia, podendo ainda a formação de animais refugos e até mesmo a um aumento no índice de mortalidade. Assim, a prevenção através da vacinação é a melhor forma a ser utilizada. A autovacina consiste em produzir, no caso da colibacilose, uma bacterina a partir de cepas bacterianas que estão causando sinais clínicos específicos em determinado local, proporcionando uma resposta imune específica. Desse modo, a produção de uma autovacina contra colibacilose foi o objetivo desse experimento, visando somar esforços no controle dessa diarréia. As coletas de material foram realizadas em duas granjas produtoras de suínos nas regiões N e NO do Paraná, em ciclo completo. As amostras de fezes diarréicas coletadas através de swab retal foram enviadas para o isolamento bacteriano e caracterização bioquímica no Laboratório de Microbiologia do CESUMAR-PR. Primeiramente, foi realizada a semeadura direta, sem enriquecimento, em meio de cultura sólido (ágar MacConkey) e após um período de 24 horas e a 37°C, foi observado o crescimento bacteriano. As amostras com resultado negativo, ou seja, sem crescimento, foram descartadas e as positivas foram ressemeadas para obtenção de colônias bacterianas isoladas. Após 24 horas, foi feita a leitura das placas, confirmando a presença de crescimento com colônias isoladas. Assim sendo, foi realizada a caracterização bioquímica em meio TSI, LIA, SIM e citrato, mantidos sob mesmo período e temperatura. Após o resultado do teste bioquímico, foram selecionadas as colônias para a produção da bacterina. Cada amostra de E. coli foi submetida a crescimento over night em estufa a 37°C, após a semeadura em tubos de ensaio com 12mL de caldo TSB. O crescimento foi confirmado através da turvação do caldo e formação de sedimento. Posteriormente, cada amostra foi submetida a um processo de inativação, através da adição de formaldeído 0,5%. Após isto, foi realizado o teste esterilidade, obtendo nenhuma amostra com crescimento bacteriano nas placas de cultivo. Ao final desses procedimentos acima citados, realizou-se o processo de envase da bacterina e mantidos sob refrigeração de 2 a 8°C, ao abrigo da luz. O esquema vacinal proposto para as porcas neste experimento seguiu o mesmo já recomendado para as vacinas comerciais. Como não era utilizada nenhuma vacina na granja, tanto marrãs como porcas foram submetidas na primeira vacinação a 2 doses de bacterina, sendo a primeira realizada 4 semanas antes do parto e a segunda dose 2 semanas antes do parto, objetivando um efeito booster na produção de anticorpos com essa segunda aplicação. Para avaliação da bacterina foram utilizadas 20 porcas, sendo que 10 porcas foram submetidas à vacinação e 10 utilizadas como controle. Ao exame clínico, as porcas apresentaram-se hígida e depois realizada a vacinação. A dose utilizada foi de 3mL, administrado via IM profunda na face posterior do membro pélvico da porca. Nenhuma das porcas apresentou anorexia após a vacinação, nem aborto. Quanto à manifestação clínica de diarréia houve uma diminuição no percentual de leitões que apresentaram diarréia de 90% para 17% (P<0,0001), durante a primeira semana de vida. Embora não tenha sido estatisticamente avaliado, houve também uma redução na severidade da diarréia, havendo uma maior rapidez na resolução da mesma e uma menor debilitação dos leitões acometidos no grupo nascido de porcas vacinadas. O fato de normalmente alguns leitões filhos de porcas vacinadas ainda apresentarem diarréia pode estar relacionado à baixa ingestão de colostro e leite, principalmente a demora na ingestão de colostro logo após o parto, pois pode permitir a colonização das vilosidades intestinais pela E. coli. Além disso, os fatores de risco, como elevada umidade no piso, alta dose infectante, temperatura inadequada, entre outros. O uso de autovacina contra colibacilose em leitões, administrada nas porcas durante a fase de gestação, mostrou-se eficiente na redução da incidência de diarréia na fase de maternidade.UNIVERSIDADE CESUMARBrasilUNICESUMAR2021-02-17T21:42:44Z2021-02-17T21:42:44Z2005-10-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfPresencialhttp://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7759porANAMI, Rubiana MidoriSANTOS, José Maurício Gonçalves dosFERREIRA, Suelen Reginainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Digital Unicesumarinstname:Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR)instacron:UniCesumar2021-02-18T06:02:31ZRepositório InstitucionalPRI
dc.title.none.fl_str_mv COLIBACILOSE EM SUÍNOS: PRODUÇÃO DE UMA AUTOVACINA E AVALIAÇÃO PRÁTICA
title COLIBACILOSE EM SUÍNOS: PRODUÇÃO DE UMA AUTOVACINA E AVALIAÇÃO PRÁTICA
spellingShingle COLIBACILOSE EM SUÍNOS: PRODUÇÃO DE UMA AUTOVACINA E AVALIAÇÃO PRÁTICA
ANAMI, Rubiana Midori
Colibacilose em suínos
Diarréia neonatal
Bacterina
title_short COLIBACILOSE EM SUÍNOS: PRODUÇÃO DE UMA AUTOVACINA E AVALIAÇÃO PRÁTICA
title_full COLIBACILOSE EM SUÍNOS: PRODUÇÃO DE UMA AUTOVACINA E AVALIAÇÃO PRÁTICA
title_fullStr COLIBACILOSE EM SUÍNOS: PRODUÇÃO DE UMA AUTOVACINA E AVALIAÇÃO PRÁTICA
title_full_unstemmed COLIBACILOSE EM SUÍNOS: PRODUÇÃO DE UMA AUTOVACINA E AVALIAÇÃO PRÁTICA
title_sort COLIBACILOSE EM SUÍNOS: PRODUÇÃO DE UMA AUTOVACINA E AVALIAÇÃO PRÁTICA
author ANAMI, Rubiana Midori
author_facet ANAMI, Rubiana Midori
SANTOS, José Maurício Gonçalves dos
FERREIRA, Suelen Regina
author_role author
author2 SANTOS, José Maurício Gonçalves dos
FERREIRA, Suelen Regina
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv ANAMI, Rubiana Midori
SANTOS, José Maurício Gonçalves dos
FERREIRA, Suelen Regina
dc.subject.por.fl_str_mv Colibacilose em suínos
Diarréia neonatal
Bacterina
topic Colibacilose em suínos
Diarréia neonatal
Bacterina
description A colibacilose em suínos, neonatal e pós-desmame, é uma infecção intestinal que acomete leitões com cepas patogênicas de E. coli, causando uma severa diarréia, podendo ainda a formação de animais refugos e até mesmo a um aumento no índice de mortalidade. Assim, a prevenção através da vacinação é a melhor forma a ser utilizada. A autovacina consiste em produzir, no caso da colibacilose, uma bacterina a partir de cepas bacterianas que estão causando sinais clínicos específicos em determinado local, proporcionando uma resposta imune específica. Desse modo, a produção de uma autovacina contra colibacilose foi o objetivo desse experimento, visando somar esforços no controle dessa diarréia. As coletas de material foram realizadas em duas granjas produtoras de suínos nas regiões N e NO do Paraná, em ciclo completo. As amostras de fezes diarréicas coletadas através de swab retal foram enviadas para o isolamento bacteriano e caracterização bioquímica no Laboratório de Microbiologia do CESUMAR-PR. Primeiramente, foi realizada a semeadura direta, sem enriquecimento, em meio de cultura sólido (ágar MacConkey) e após um período de 24 horas e a 37°C, foi observado o crescimento bacteriano. As amostras com resultado negativo, ou seja, sem crescimento, foram descartadas e as positivas foram ressemeadas para obtenção de colônias bacterianas isoladas. Após 24 horas, foi feita a leitura das placas, confirmando a presença de crescimento com colônias isoladas. Assim sendo, foi realizada a caracterização bioquímica em meio TSI, LIA, SIM e citrato, mantidos sob mesmo período e temperatura. Após o resultado do teste bioquímico, foram selecionadas as colônias para a produção da bacterina. Cada amostra de E. coli foi submetida a crescimento over night em estufa a 37°C, após a semeadura em tubos de ensaio com 12mL de caldo TSB. O crescimento foi confirmado através da turvação do caldo e formação de sedimento. Posteriormente, cada amostra foi submetida a um processo de inativação, através da adição de formaldeído 0,5%. Após isto, foi realizado o teste esterilidade, obtendo nenhuma amostra com crescimento bacteriano nas placas de cultivo. Ao final desses procedimentos acima citados, realizou-se o processo de envase da bacterina e mantidos sob refrigeração de 2 a 8°C, ao abrigo da luz. O esquema vacinal proposto para as porcas neste experimento seguiu o mesmo já recomendado para as vacinas comerciais. Como não era utilizada nenhuma vacina na granja, tanto marrãs como porcas foram submetidas na primeira vacinação a 2 doses de bacterina, sendo a primeira realizada 4 semanas antes do parto e a segunda dose 2 semanas antes do parto, objetivando um efeito booster na produção de anticorpos com essa segunda aplicação. Para avaliação da bacterina foram utilizadas 20 porcas, sendo que 10 porcas foram submetidas à vacinação e 10 utilizadas como controle. Ao exame clínico, as porcas apresentaram-se hígida e depois realizada a vacinação. A dose utilizada foi de 3mL, administrado via IM profunda na face posterior do membro pélvico da porca. Nenhuma das porcas apresentou anorexia após a vacinação, nem aborto. Quanto à manifestação clínica de diarréia houve uma diminuição no percentual de leitões que apresentaram diarréia de 90% para 17% (P<0,0001), durante a primeira semana de vida. Embora não tenha sido estatisticamente avaliado, houve também uma redução na severidade da diarréia, havendo uma maior rapidez na resolução da mesma e uma menor debilitação dos leitões acometidos no grupo nascido de porcas vacinadas. O fato de normalmente alguns leitões filhos de porcas vacinadas ainda apresentarem diarréia pode estar relacionado à baixa ingestão de colostro e leite, principalmente a demora na ingestão de colostro logo após o parto, pois pode permitir a colonização das vilosidades intestinais pela E. coli. Além disso, os fatores de risco, como elevada umidade no piso, alta dose infectante, temperatura inadequada, entre outros. O uso de autovacina contra colibacilose em leitões, administrada nas porcas durante a fase de gestação, mostrou-se eficiente na redução da incidência de diarréia na fase de maternidade.
publishDate 2005
dc.date.none.fl_str_mv 2005-10-19
2021-02-17T21:42:44Z
2021-02-17T21:42:44Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv Presencial
http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7759
identifier_str_mv Presencial
url http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7759
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv UNIVERSIDADE CESUMAR
Brasil
UNICESUMAR
publisher.none.fl_str_mv UNIVERSIDADE CESUMAR
Brasil
UNICESUMAR
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Digital Unicesumar
instname:Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR)
instacron:UniCesumar
instname_str Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR)
instacron_str UniCesumar
institution UniCesumar
reponame_str Repositório Digital Unicesumar
collection Repositório Digital Unicesumar
repository.name.fl_str_mv
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1747771956228259840