OS ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

• Autor(a) principal: HIRATA, Marcela
• Data de Publicação: 2005
• Outros Autores: CAPELOTTO, Nadia Cristiane, SANTOS, Gilcinéia Rose da Silva
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Digital Unicesumar
• Texto Completo: http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7478
• topic: Ansiedades específicas da grav; Adolescência; Gravidez precoce

A gravidez precoce tem sido uma das ocorrências mais preocupante no meio dos jovens; segundo o Ministério de Saúde, em torno de um milhão de meninas ficam grávidas por ano no Brasil, antes dos vinte anos de idade. A gravidez nessa fase, geralmente vem acompanhada de medo, culpa e vergonha e dependendo do apoio que tiver dos familiares e do isolamento que sofrer do seu grupo a adolescente terá maior ou menor grau de tensão e depressão. Por todos os fatores expostos acima, este trabalho teve como objetivo a análise dos problemas psicossociais que uma gravidez na adolescência acarreta, mediante a uma pesquisa de campo, na cidade de Maringá, dentro da instituição “LAR PRESERVAÇÃO DA VIDA” que é uma organização não governamental, sem fins lucrativos que trabalha com mulheres grávidas, solteiras e carentes. Foram aplicados os questionários num total de catorze adolescentes grávidas, sendo que destas, duas já estavam na sua segunda gestação, com faixa etária entre 14 e18 anos e que se encontravam em um período entre dois a oito meses de gestação. Para a realização da pesquisa foi utilizado um questionário objetivo contendo vinte e sete perguntas, os quais foram aplicados individualmente. Mediante ao uso do método quantitativo, realizamos uma análise descritiva sobre os principais problemas psicossociais que a adolescente enfrenta devido à gravidez precoce; trazendo os seguintes resultados: sobre a questão dos estudos, verificou-se que todas afirmaram terem interrompido os estudos após saberem da gravidez, dentre as quais (21,42%) afirmaram que não pretendem voltar aos estudos, e (78,57%) afirmaram que pretendem voltar á estudar após terem o bebê; a questão da reação do parceiro frente à gravidez verificou-se que apesar de (50,01%) terem afirmado que os parceiros aceitaram bem a notícia, verificou-se que todas as adolescentes no momento afirmaram estarem separadas do parceiro; quanto à aceitação da gravidez pela família, pode-se constatar que (35,75%) das gestantes, afirmaram que ao saberem da gestação as famílias expulsaram-na de casa, o que justifica o fato de as mesmas estarem abrigadas na Instituição; sobre as questões emocionais da adolescente frente à gravidez, verificou-se que (42,85%) das adolescentes não aceitaram bem a gravidez no momento em que souberam, mas depois se conformaram com sua condição; já no presente momento da aplicação do questionário a maioria (85,72%) das adolescentes se declararam felizes com a gravidez; e sobre a questão do que mudou na vida da adolescente depois da descoberta da gravidez, (28,57%) apontaram que nada mudou. Ao final deste trabalho foi concluído que a gravidez precoce acarreta para a adolescente inúmeros problemas que se refere tanto aos aspectos sociais, relacionado com a falta de apoio e acolhimento pelos familiares, e o abandono dos estudos, quanto aos aspectos psíquicos, relacionado com questões de imaturidade emocional em que a adolescente se encontra. Ao final deste trabalho verificamos a necessidade que se criem ou se ampliem programas já existentes de assistência à adolescência, que amplifiquem no serviço público programas específicos de orientação contraceptivo, programas que valorizem à assistência pré-natal às gestantes adolescentes, e por fim, que se criem projetos de preparo para a maternidade e que além disso lhe forneçam uma qualificação profissional que permita às adolescentes vislumbrar de novas perspectivas, para assim terem condições para o sustento de seu filho.