PROFISSIONAIS DO SEXO: CONTORNOS DE UMA HISTÓRIA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: ARAUJO, Uilson José Gonçalves
Data de Publicação: 2005
Outros Autores: NALESSO, Ana Patrícia Pires, NASCIMENTO, Francielly do, GRANDIZOLI, Yolanda Maria
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Digital Unicesumar
Texto Completo: http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7840
Resumo: A prostituição é considerada por muitos um elemento que demonstra a fragilidade e pauperização de uma sociedade. A utilização do corpo como mercadoria data de antes de Cristo. Com o desenvolvimento do capitalismo e o aumento da exclusão social, a prostituição torna-se muitas vezes a única possibilidade de sustento para muitas famílias. Tratada muitas vezes como crime, ela a luz do dia é renegada, julgada e condenada pela sociedade, mas no escuro das noites ela é aceita e utilizada pelos membros da sociedade. Nos aproximarmos da questão da prostituição, é nos aproximarmos das questões da pobreza, do preconceito, da exclusão social. O município de Maringá possui notadamente uma qualidade de vida entre as melhores do país, mas mesmo aqui a prostituição ganha corpo e é alvo de muitas discussões entre a população e os gestores do município. O presente estudo procurou conhecer mais profundamente quem são os atores sociais que cotidianamente fazem da venda do corpo uma profissão, realizando uma aproximação das características destes profissionais no município de Maringá. Para tanto se realizou uma pesquisa, de fonte primária, onde entrevistamos a direção da União Maringaense dos Profissionais do Sexo - UMPS, e 30% dos profissionais participantes da UMPS. Segundo os dados colhidos existem no município aproximadamente 820 profissionais do sexo sendo que destas, 26% trabalham nas ruas e 74% são agenciadas ou buscam seus clientes através de anúncios em jornais. O serviço de prostituição, o chamado “programa”, é realizado majoritariamente, pelos profissionais de rua, em um hotel localizado no centro da cidade, sendo que neste local são realizados em média 150 “programas” por dia. Segundo os dados obtidos neste estudo, 48% dos profissionais do sexo tem idade entre 22 e 30 anos, quanto à escolaridade 60% possuem 1° grau incompleto, 70% residem em imóveis alugados, sendo que 40% moram com os filhos e 20% com o marido, outro dado relevante é que 46% dos entrevistados residem em Maringá a mais de dez anos, quanto ao valor da remuneração 80% recebe vinte reais por programa, sendo que o valor mínimo por programa é de quinze reais e é recebido por 12% dos entrevistados. Quando indagados sobre o motivo da opção pela profissão 99% aponta a necessidade financeira, como elemento decisivo para iniciarem e continuarem como profissionais do sexo, sendo que 90% revela que não gostaria de permanecer na condição atual. A partir desta primeira aproximação aos contornos da prostituição em Maringá, podemos observar que sem dúvida segundo os profissionais do sexo, a prostituição no município é conseqüência da pobreza que muitas pessoas vivenciam em seu cotidiano, a baixa escolaridade apresentada confirma a falta de capacitação para o trabalho, mas a faixa etária dos entrevistados refere-se à idade economicamente ativa, sendo assim ações de capacitação e recolocação no mercado de trabalho formal, podem contribuir para diminuição da exploração de mulheres nas ruas de Maringá.
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