SISTEMATIZAÇÃO DO USO DO VÍDEO: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO BÁSICO

• Autor(a) principal: SILVEIRA, Maria Arlete
• Data de Publicação: 2005
• Outros Autores: MINEDA, Tatiana Akiko Alves, CARDOSO, Izelda Oliveira, GOMES, Geni, ALENCAR, Tania Maria
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Digital Unicesumar
• Texto Completo: http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7497
• topic: Psicologia social-comunitária; Violência infantil; Crianças vitimizadas

Este projeto fez parte de atividades desenvolvidas nas disciplinas de Estágio Básico de Psicologia Social, Psicologia Social e Psicologia da Saúde, do segundo ano do curso de Psicologia do Centro Universitário de Maringá, em parceria com o Centro de Apoio a Crianças, Adolescentes e Mulheres em Situação de Violência (CEACAM), de Maringá, Paraná, que aconteceu ao longo do ano de 2004. Para o desenvolvimento do trabalho foi utilizada como suporte metodológico a pesquisa participante e teórica com fundamentos da Psicologia Social Comunitária. A partir de observações efetuadas semanalmente na sala de espera onde crianças vítimas de violência, acompanhadas de algum responsável, aguardavam para desenvolver atividades junto às educadoras de base e posteriormente atendimento psicológico, e de informações obtidas com os educadores de base, assistentes sociais e psicólogas do local, elaborou-se um projeto de participação social para atender as exigências das referidas disciplinas. O objetivo do mesmo foi viabilizar a partilha de sentimentos e vivências, pelo grupo de crianças vítimas de violência, através do recurso de vídeo. Os procedimentos foram: a) acomodar as crianças para a apresentação do filme; b) assistir o filme junto com as crianças; c) promover, a partir dos conteúdos do filme, reflexões junto às crianças; d) reprodução gráfica (desenho), por parte das crianças, sobre o que mais lhes chamou a atenção no filme; e) comentários sobre as produções gráficas, para as crianças que desejavam fazê-lo e f) fechamento das discussões. Para a seleção dos filmes as estagiárias adotaram como critérios: curta duração, apropriado à idade das crianças, linguagem acessível, temática próxima à realidade vivida por elas. Este é um trabalho que não se pode falar em resultados efetivos para as crianças, no sentido de melhorar suas condições de vitimizadas, mas também não se deve desconsiderar os resultados imediatos como o compartilhar das crianças de situações similares, a troca de experiência entre elas, a observação e discussão de opiniões divergentes. Entretanto, para as estagiárias a experiência foi muito rica, não só porque possibilitou a elas a inserção num grupo de crianças que apresentava problemática comum, mas também o entendimento de que os fenômenos sociais que compõem a realidade são ainda mais amplos do que se pensava e que a prática da psicologia pode e deve se estender além dos consultórios particulares. Outra vantagem deste trabalho, para as estagiárias, foi poder interagir com uma equipe multiprofissional dos serviços públicos. A partir deste estágio pode-se perceber que a formação profissional não reside somente na sala-de-aula, que existe um contínuo movimento entre teoria e prática e é entendendo este movimento que se pode futuramente exercitar com responsabilidade a prática profissional.