LEUCOENCEFALOMALÁCIA EQÜINA NA REGIÃO DE MARINGÁ-PR
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2005 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Digital Unicesumar |
Texto Completo: | http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7538 |
Resumo: | A leucoencefalomalácia eqüina, LEME, (também conhecida como a Intoxicação por milho mofado) é uma micotoxicose causada pela ingestão de milho contaminado pelo fungo, Fusarium moniliforme. A enfermidade acometa eqüídeos de todas as idades e raças, e já foi diagnosticada em várias partes do país, principalmente entre os meses de maio a setembro. Consequentemente, este relato descreve o primeiro caso de leucoencefalomalácia eqüina em Maringá. Um eqüino, Quarta de Milha, macho, oito anos de idade apresentou aumento súbito do tamanho da cabeça e cegueira temporária após de chegar de uma localidade onde se alimentava de espigas de milho; tentativas terapêuticas não demonstram melhoria no quadro clínico e o animal veio ao óbito logo depois. O encéfalo e fragmentos de outros órgãos (fígado, pulmão, baço e rins) desse animal foram enviados ao Laboratório de Patologia Veterinária/CESUMAR para diagnosticar a causa de morte. Alterações macroscópicas foram restritas ao encéfalo, sendo caracterizadas por achatamento acentuado das circunvoluções com os sulcos cerebrais pouco profundos; na superfície de corte, observaram-se áreas levemente amareladas (edema) entremeadas por áreas normais na substância branca. Os tecidos recebidos foram fixados em solução de formalina a 10% e processados para avaliação histopatológica de rotina. Na histopatologia, observou-se edema perivascular discreto a moderado, edema acentuado e pequenas áreas císticas (necrose de liquefação) no parênquima nervoso e vasculite multifocal acentuada na substância branca do encéfalo. Nas áreas perivasculares, observaram-se acúmulos acentuados de eosinófilos com poucos plasmóctios. Alterações histológicas não foram observadas nos demais tecidos examinados. As alterações patológicas observadas neste cavalo são características com àquelas encontradas descritas na literatura para a leucoencefalomalácia eqüina. Nessa doença, o Fusarium moniliforme produz toxinas; principalmente, a fumonisina B1 que é neurotóxica resultando nas manifestações neurológicas. As alterações patológicas encefálicas da LEME nunca foram descritas em outras doenças eqüinas; assim o diagnóstico no campo deve ser baseado nos achados patológicos característicos na substância branca do encéfalo. O diagnóstico diferencial, baseado nos sinais clínicos, deve ser realizado com outras doenças (principalmente a raiva, encafalomielite viral eqüina e a intoxicação por Senecio spp), que são, em muitos casos, confundidas com a LEME. Não há tratamento eficaz; o controle da LEME deve ser baseado no não fornecimento de milho, ou alimentos contendo milho, aos cavalos principalmente durante os meses de maio a setembro, período em que a umidade relativa é elevada favorecendo assim o desenvolvimento rápido do fungo. |
id |
UNICESU -1_fe035addaa057291a588ced5af46720d |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:rdu.unicesumar.edu.br:123456789/7538 |
network_acronym_str |
UNICESU -1 |
network_name_str |
Repositório Digital Unicesumar |
repository_id_str |
|
spelling |
LEUCOENCEFALOMALÁCIA EQÜINA NA REGIÃO DE MARINGÁ-PREqüinoIntoxicaçãoMicotoxicoseA leucoencefalomalácia eqüina, LEME, (também conhecida como a Intoxicação por milho mofado) é uma micotoxicose causada pela ingestão de milho contaminado pelo fungo, Fusarium moniliforme. A enfermidade acometa eqüídeos de todas as idades e raças, e já foi diagnosticada em várias partes do país, principalmente entre os meses de maio a setembro. Consequentemente, este relato descreve o primeiro caso de leucoencefalomalácia eqüina em Maringá. Um eqüino, Quarta de Milha, macho, oito anos de idade apresentou aumento súbito do tamanho da cabeça e cegueira temporária após de chegar de uma localidade onde se alimentava de espigas de milho; tentativas terapêuticas não demonstram melhoria no quadro clínico e o animal veio ao óbito logo depois. O encéfalo e fragmentos de outros órgãos (fígado, pulmão, baço e rins) desse animal foram enviados ao Laboratório de Patologia Veterinária/CESUMAR para diagnosticar a causa de morte. Alterações macroscópicas foram restritas ao encéfalo, sendo caracterizadas por achatamento acentuado das circunvoluções com os sulcos cerebrais pouco profundos; na superfície de corte, observaram-se áreas levemente amareladas (edema) entremeadas por áreas normais na substância branca. Os tecidos recebidos foram fixados em solução de formalina a 10% e processados para avaliação histopatológica de rotina. Na histopatologia, observou-se edema perivascular discreto a moderado, edema acentuado e pequenas áreas císticas (necrose de liquefação) no parênquima nervoso e vasculite multifocal acentuada na substância branca do encéfalo. Nas áreas perivasculares, observaram-se acúmulos acentuados de eosinófilos com poucos plasmóctios. Alterações histológicas não foram observadas nos demais tecidos examinados. As alterações patológicas observadas neste cavalo são características com àquelas encontradas descritas na literatura para a leucoencefalomalácia eqüina. Nessa doença, o Fusarium moniliforme produz toxinas; principalmente, a fumonisina B1 que é neurotóxica resultando nas manifestações neurológicas. As alterações patológicas encefálicas da LEME nunca foram descritas em outras doenças eqüinas; assim o diagnóstico no campo deve ser baseado nos achados patológicos característicos na substância branca do encéfalo. O diagnóstico diferencial, baseado nos sinais clínicos, deve ser realizado com outras doenças (principalmente a raiva, encafalomielite viral eqüina e a intoxicação por Senecio spp), que são, em muitos casos, confundidas com a LEME. Não há tratamento eficaz; o controle da LEME deve ser baseado no não fornecimento de milho, ou alimentos contendo milho, aos cavalos principalmente durante os meses de maio a setembro, período em que a umidade relativa é elevada favorecendo assim o desenvolvimento rápido do fungo.UNIVERSIDADE CESUMARBrasilUNICESUMAR2021-02-16T11:58:12Z2005-10-192021-02-16T11:58:12Z2005-10-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfPresencialhttp://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7538porBARROS, Mário Cesar Romio BrandãoERNANDES, F.C.ZANIM, M.M.RIBEIRO, M.G.HEADLEY, S.A.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Digital Unicesumarinstname:Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR)instacron:UniCesumar2021-02-17T06:01:26ZRepositório InstitucionalPRI |
dc.title.none.fl_str_mv |
LEUCOENCEFALOMALÁCIA EQÜINA NA REGIÃO DE MARINGÁ-PR |
title |
LEUCOENCEFALOMALÁCIA EQÜINA NA REGIÃO DE MARINGÁ-PR |
spellingShingle |
LEUCOENCEFALOMALÁCIA EQÜINA NA REGIÃO DE MARINGÁ-PR BARROS, Mário Cesar Romio Brandão Eqüino Intoxicação Micotoxicose |
title_short |
LEUCOENCEFALOMALÁCIA EQÜINA NA REGIÃO DE MARINGÁ-PR |
title_full |
LEUCOENCEFALOMALÁCIA EQÜINA NA REGIÃO DE MARINGÁ-PR |
title_fullStr |
LEUCOENCEFALOMALÁCIA EQÜINA NA REGIÃO DE MARINGÁ-PR |
title_full_unstemmed |
LEUCOENCEFALOMALÁCIA EQÜINA NA REGIÃO DE MARINGÁ-PR |
title_sort |
LEUCOENCEFALOMALÁCIA EQÜINA NA REGIÃO DE MARINGÁ-PR |
author |
BARROS, Mário Cesar Romio Brandão |
author_facet |
BARROS, Mário Cesar Romio Brandão ERNANDES, F.C. ZANIM, M.M. RIBEIRO, M.G. HEADLEY, S.A. |
author_role |
author |
author2 |
ERNANDES, F.C. ZANIM, M.M. RIBEIRO, M.G. HEADLEY, S.A. |
author2_role |
author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
BARROS, Mário Cesar Romio Brandão ERNANDES, F.C. ZANIM, M.M. RIBEIRO, M.G. HEADLEY, S.A. |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Eqüino Intoxicação Micotoxicose |
topic |
Eqüino Intoxicação Micotoxicose |
description |
A leucoencefalomalácia eqüina, LEME, (também conhecida como a Intoxicação por milho mofado) é uma micotoxicose causada pela ingestão de milho contaminado pelo fungo, Fusarium moniliforme. A enfermidade acometa eqüídeos de todas as idades e raças, e já foi diagnosticada em várias partes do país, principalmente entre os meses de maio a setembro. Consequentemente, este relato descreve o primeiro caso de leucoencefalomalácia eqüina em Maringá. Um eqüino, Quarta de Milha, macho, oito anos de idade apresentou aumento súbito do tamanho da cabeça e cegueira temporária após de chegar de uma localidade onde se alimentava de espigas de milho; tentativas terapêuticas não demonstram melhoria no quadro clínico e o animal veio ao óbito logo depois. O encéfalo e fragmentos de outros órgãos (fígado, pulmão, baço e rins) desse animal foram enviados ao Laboratório de Patologia Veterinária/CESUMAR para diagnosticar a causa de morte. Alterações macroscópicas foram restritas ao encéfalo, sendo caracterizadas por achatamento acentuado das circunvoluções com os sulcos cerebrais pouco profundos; na superfície de corte, observaram-se áreas levemente amareladas (edema) entremeadas por áreas normais na substância branca. Os tecidos recebidos foram fixados em solução de formalina a 10% e processados para avaliação histopatológica de rotina. Na histopatologia, observou-se edema perivascular discreto a moderado, edema acentuado e pequenas áreas císticas (necrose de liquefação) no parênquima nervoso e vasculite multifocal acentuada na substância branca do encéfalo. Nas áreas perivasculares, observaram-se acúmulos acentuados de eosinófilos com poucos plasmóctios. Alterações histológicas não foram observadas nos demais tecidos examinados. As alterações patológicas observadas neste cavalo são características com àquelas encontradas descritas na literatura para a leucoencefalomalácia eqüina. Nessa doença, o Fusarium moniliforme produz toxinas; principalmente, a fumonisina B1 que é neurotóxica resultando nas manifestações neurológicas. As alterações patológicas encefálicas da LEME nunca foram descritas em outras doenças eqüinas; assim o diagnóstico no campo deve ser baseado nos achados patológicos característicos na substância branca do encéfalo. O diagnóstico diferencial, baseado nos sinais clínicos, deve ser realizado com outras doenças (principalmente a raiva, encafalomielite viral eqüina e a intoxicação por Senecio spp), que são, em muitos casos, confundidas com a LEME. Não há tratamento eficaz; o controle da LEME deve ser baseado no não fornecimento de milho, ou alimentos contendo milho, aos cavalos principalmente durante os meses de maio a setembro, período em que a umidade relativa é elevada favorecendo assim o desenvolvimento rápido do fungo. |
publishDate |
2005 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2005-10-19 2005-10-19 2021-02-16T11:58:12Z 2021-02-16T11:58:12Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
Presencial http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7538 |
identifier_str_mv |
Presencial |
url |
http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7538 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
UNIVERSIDADE CESUMAR Brasil UNICESUMAR |
publisher.none.fl_str_mv |
UNIVERSIDADE CESUMAR Brasil UNICESUMAR |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Digital Unicesumar instname:Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR) instacron:UniCesumar |
instname_str |
Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR) |
instacron_str |
UniCesumar |
institution |
UniCesumar |
reponame_str |
Repositório Digital Unicesumar |
collection |
Repositório Digital Unicesumar |
repository.name.fl_str_mv |
|
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1747771965387571200 |