A MULHER NO MERCADO DE TRABALHO NO BRASIL

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: MARIUCCI, Elza Marques da Silva
Data de Publicação: 2005
Outros Autores: NALESSO, Ana Patrícia
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Digital Unicesumar
Texto Completo: http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7085
Resumo: A desigualdade da mulher na perspectiva do trabalho tem raízes nas relações sociais de dominação, reforçando preconceitos e exploração. Segundo Irede Cardoso, compreendem Marx e Engels que “no lar, a mulher é o proletariado e o homem, o burguês”, ou ainda, “a mulher é o proletariado do proletariado”. Atualmente, as concepções neoliberais, a globalização e a reorganização dos processos de trabalho vem aumentando a pobreza e a exclusão. No Brasil, o direito ao trabalho como fonte de sobrevivência é garantido na Constituição Federal de 1988. O presente trabalho tem por objetivo determinar historicamente a inserção da mulher no mercado de trabalho no Brasil. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica e analisou-se dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na relação mulher e trabalho. O primeiro recenseamento brasileiro (1872) destaca que as mulheres representavam 45,5% da força de trabalho efetiva da população. Em 1900, a população feminina no mercado de trabalho correspondia a 45,3% da população economicamente ativa no país. No entanto, os anos de 1920 e 1940 houve redução na porcentagem de mulheres inseridas no mercado de trabalho a ser 15,3% e 15,9%, respectivamente. Sabe-se que em 1940, a Lei autorizava o pagamento de 10% a menos para as mulheres em relação aos homens. A participação feminina no mercado de trabalho em 1950 e 1970 é de 14,6% e 16,6%, respectivamente. A partir de 1970, há maior abertura no mercado de trabalho pelo suposto processo de desenvolvimento econômico e a deterioração dos níveis de renda real nas camadas mais pobres e médias inferiores. Entre 1991 e 1992, a população ocupada feminina cresceu de 38,85 para 43,9% respectivamente. O grau da escolaridade das mulheres não reverteu em melhores salários. Dados de 2001 destacam que com até 3 anos de estudo as mulheres ganham 61,5% do rendimento médio dos homens com esse mesmo grau de escolaridade. Mulheres de 11 anos e mais de estudo ganham 57,1% do que ganham os homens dessa faixa. Cerca de 71,3% da população feminina ocupada está concentrada no rendimento de até dois salários mínimos e somente 9,2% da população feminina ganham mais de cinco salários mínimos. O numero de mulheres chefe de domicilio passou de 31,9% em 1992 para 26% em 1999. A proporção de ocupados por sexo e grupo de idades nas faixas de 30 a 40 e 49 anos destacou mulheres em proporções maiores do que os homens: dos 30 aos 39 anos, correspondendo a 62%; dos 40 aos 49 anos, correspondendo a 60,5%. O trabalho esta deixando de ser fator de inclusão, solidificando a exclusão e a desigualdade. O aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho pode ter como algum de seus determinantes a sua maior capacitação, maior escolaridade e a queda de fecundidade. A divisão do trabalho domestico efetivamente, não se modificou. A dupla jornada de trabalho faz parte do cotidiano das mulheres, mantendo os seus padrões de comportamento explorador. A implementação de
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