NARCISO E ORFEU: HERÓIS ANTAGÔNICOS DA GRANDE RECUSA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: CASTELEIRA, Rodrigo Pedro
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Digital Unicesumar
Texto Completo: http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7714
Resumo: Este trabalho se versará sobre uma análise do capítulo 8 do livro Eros e Civilização, de Herbert Marcuse, chamado As Imagens de Orfeu e Narciso, onde o autor demonstra a razão como um instrumento repressor da civilização, e que está na base para regulamentar toda e qualquer tentativa humana de felicidade prazerosa. A análise se versará sobre os anti-heróis Narciso e Orfeu, a fim de demonstrar como eles lutam contra a supressão da realidade, e não apenas que seu contexto mito-histórico seja relevante, mas que o mesmo contexto, segundo Marcuse, pode ser observado como aversão dos homens contemporâneos, ao preferir um sublimação à luta contra a realidade. A difamação do princípio de prazer provou seu irresistível poder, acusar-lhe era mais desejoso do que entender-lhe. Nota-se ainda na contemporaneidade este proceder, onde a inibição do Nirvana (princípio de prazer) cresce conforme o progresso, como se a civilização incutisse em cada membro constituinte de seu todo que há uma esperança vindoura, seja na forma de finais de semana, ou folgas, ou gratificações. Estes heróis gregos seriam dois ícones principais que renunciam a Grande Recusa, se permitindo ir contra o princípio de realidade, dedicando ao mundo da estética e a um Eros mais pleno. O Eros órfico muda o ser, domina a crueldade e a morte através da libertação, a linguagem utilizada é a canção, a arte, que rompe o princípio de prazer; seu existir destina-se à contemplação, permanecendo na dimensão estética, lugar onde seu princípio de realidade somente pode ser validado, onde enfim luta veemente contra a hipócrita Grande Recusa. Portanto, ambos renunciam a ordem procriadora do mundo, o que os leva à esfera da homossexualidade, como se inegavelmente deveriam se curvar aos costumes e tradições, eles negam esta ordem repressora, demonstrando uma nova realidade, com uma ordem própria, governada por outros paradigmas.
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