A valoração da personalidade do autor do crime sob o prisma do trinômio condicional dos direitos da personalidade desenvolvido por Charles Taylor e o (não) evidente cerceamento ao direito à intimidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: CARMO, Rafael Robson Andrade do
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Digital Unicesumar
Texto Completo: http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/9681
Resumo: O presente trabalho tem por principal objetivo a análise da valoração da personalidade do autor do crime sob o prisma do trinômio condicional dos Direitos da Personalidade desenvolvido por Charles Taylor e o cerceamento ao Direito à intimidade, perfazendo uma abordagem do próprio sistema de aplicação de pena no ordenamento penal brasileiro, bem como da teoria de Charles Taylor para o exercício dos Direitos da Personalidade. Fora realizada a identificação do momento em que ocorre a valoração da personalidade, bem como o apontamento de seu fundamento legal previsto no artigo 59, do Código Penal. Com relação a personalidade, tem-se que é fruto unicamente da forma como a pessoa pensa, sente e age e ao valorá-la, o julgador passa a punir, mesmo que subjetivamente, o modo de pensar e sentir do réu, elementos os quais não são, ante o Princípio da Legalidade, suscetíveis de punição. Evidencia-se que a valoração da personalidade do autor do crime é uma clara punição ao passado da pessoa, ou seja, pune-se a existência do condenado. O magistrado não possui qualquer capacitação técnica para realizar a valoração em comento, sendo essa técnica exclusiva da psicologia e psiquiatria. No aspecto constitucional, a valoração da personalidade do autor do crime, observa-se que os termos vagos utilizados pelo magistrado representam uma nítida ausência do requisito constitucional da fundamentação da sentença, o que impossibilita o exercício da ampla defesa e do contraditório. A valoração da personalidade do autor do crime também está relacionada aos movimentos de pampenalização e abolicionismo penal, uma vez que representa uma rígida burocratização punitivista. A teoria de Charles Taylor acerca das condições dos Direitos da personalidade apresenta-se, dentro da pesquisa realizada, como um filtro para demonstrar que a valoração da personalidade do autor do crime atenta diretamente contra as condições para o exercício dos Direitos da Personalidade e consequentemente para o usufruto do Direito à Intimidade. A metodologia adotada para realização dos trabalhos, fora utilizado o método dedutivo, priorizando a pesquisa bibliográfica teórica, utilizando, ainda, a metodologia analítico interpretativa, apresentando-se como essencial para o alcance dos objetivos e a conclusão da pesquisa, permitindo assim constatar que a valoração da personalidade do autor do é uma punição tendo como base o conjunto de convicções do indivíduo, estando em descompasso com o entendimento que a delinquência não se trata de uma característica contida na essência de uma pessoa, atribuindo à vida voltada ao crime muito mais a fatores sociais do que fatores ligados à formação da personalidade.
id UNICESU-1_3bf83a3622cd68d18e8d40c6a727de83
oai_identifier_str oai:rdu.unicesumar.edu.br:123456789/9681
network_acronym_str UNICESU-1
network_name_str Repositório Digital Unicesumar
repository_id_str
spelling A valoração da personalidade do autor do crime sob o prisma do trinômio condicional dos direitos da personalidade desenvolvido por Charles Taylor e o (não) evidente cerceamento ao direito à intimidadeValoraçãoPersonalidadeAutor do crimeCharles TaylorDireito à intimidadeCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADASO presente trabalho tem por principal objetivo a análise da valoração da personalidade do autor do crime sob o prisma do trinômio condicional dos Direitos da Personalidade desenvolvido por Charles Taylor e o cerceamento ao Direito à intimidade, perfazendo uma abordagem do próprio sistema de aplicação de pena no ordenamento penal brasileiro, bem como da teoria de Charles Taylor para o exercício dos Direitos da Personalidade. Fora realizada a identificação do momento em que ocorre a valoração da personalidade, bem como o apontamento de seu fundamento legal previsto no artigo 59, do Código Penal. Com relação a personalidade, tem-se que é fruto unicamente da forma como a pessoa pensa, sente e age e ao valorá-la, o julgador passa a punir, mesmo que subjetivamente, o modo de pensar e sentir do réu, elementos os quais não são, ante o Princípio da Legalidade, suscetíveis de punição. Evidencia-se que a valoração da personalidade do autor do crime é uma clara punição ao passado da pessoa, ou seja, pune-se a existência do condenado. O magistrado não possui qualquer capacitação técnica para realizar a valoração em comento, sendo essa técnica exclusiva da psicologia e psiquiatria. No aspecto constitucional, a valoração da personalidade do autor do crime, observa-se que os termos vagos utilizados pelo magistrado representam uma nítida ausência do requisito constitucional da fundamentação da sentença, o que impossibilita o exercício da ampla defesa e do contraditório. A valoração da personalidade do autor do crime também está relacionada aos movimentos de pampenalização e abolicionismo penal, uma vez que representa uma rígida burocratização punitivista. A teoria de Charles Taylor acerca das condições dos Direitos da personalidade apresenta-se, dentro da pesquisa realizada, como um filtro para demonstrar que a valoração da personalidade do autor do crime atenta diretamente contra as condições para o exercício dos Direitos da Personalidade e consequentemente para o usufruto do Direito à Intimidade. A metodologia adotada para realização dos trabalhos, fora utilizado o método dedutivo, priorizando a pesquisa bibliográfica teórica, utilizando, ainda, a metodologia analítico interpretativa, apresentando-se como essencial para o alcance dos objetivos e a conclusão da pesquisa, permitindo assim constatar que a valoração da personalidade do autor do é uma punição tendo como base o conjunto de convicções do indivíduo, estando em descompasso com o entendimento que a delinquência não se trata de uma característica contida na essência de uma pessoa, atribuindo à vida voltada ao crime muito mais a fatores sociais do que fatores ligados à formação da personalidade.UNIVERSIDADE CESUMARBrasilCiências Jurídicas (Mestrado)UNICESUMARÁVILA, Gustavo Noronha deCARMO, Rafael Robson Andrade do2022-08-01T20:43:12Z2022-08-01T20:43:12Z2021-01-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/9681porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Digital Unicesumarinstname:Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR)instacron:UniCesumar2022-08-02T06:01:49Zoai:rdu.unicesumar.edu.br:123456789/9681Repositório InstitucionalPRIhttp://rdu.unicesumar.edu.br/oai/requestopendoar:2022-08-02T06:01:49Repositório Digital Unicesumar - Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR)false
dc.title.none.fl_str_mv A valoração da personalidade do autor do crime sob o prisma do trinômio condicional dos direitos da personalidade desenvolvido por Charles Taylor e o (não) evidente cerceamento ao direito à intimidade
title A valoração da personalidade do autor do crime sob o prisma do trinômio condicional dos direitos da personalidade desenvolvido por Charles Taylor e o (não) evidente cerceamento ao direito à intimidade
spellingShingle A valoração da personalidade do autor do crime sob o prisma do trinômio condicional dos direitos da personalidade desenvolvido por Charles Taylor e o (não) evidente cerceamento ao direito à intimidade
CARMO, Rafael Robson Andrade do
Valoração
Personalidade
Autor do crime
Charles Taylor
Direito à intimidade
CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS
title_short A valoração da personalidade do autor do crime sob o prisma do trinômio condicional dos direitos da personalidade desenvolvido por Charles Taylor e o (não) evidente cerceamento ao direito à intimidade
title_full A valoração da personalidade do autor do crime sob o prisma do trinômio condicional dos direitos da personalidade desenvolvido por Charles Taylor e o (não) evidente cerceamento ao direito à intimidade
title_fullStr A valoração da personalidade do autor do crime sob o prisma do trinômio condicional dos direitos da personalidade desenvolvido por Charles Taylor e o (não) evidente cerceamento ao direito à intimidade
title_full_unstemmed A valoração da personalidade do autor do crime sob o prisma do trinômio condicional dos direitos da personalidade desenvolvido por Charles Taylor e o (não) evidente cerceamento ao direito à intimidade
title_sort A valoração da personalidade do autor do crime sob o prisma do trinômio condicional dos direitos da personalidade desenvolvido por Charles Taylor e o (não) evidente cerceamento ao direito à intimidade
author CARMO, Rafael Robson Andrade do
author_facet CARMO, Rafael Robson Andrade do
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv ÁVILA, Gustavo Noronha de
dc.contributor.author.fl_str_mv CARMO, Rafael Robson Andrade do
dc.subject.por.fl_str_mv Valoração
Personalidade
Autor do crime
Charles Taylor
Direito à intimidade
CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS
topic Valoração
Personalidade
Autor do crime
Charles Taylor
Direito à intimidade
CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS
description O presente trabalho tem por principal objetivo a análise da valoração da personalidade do autor do crime sob o prisma do trinômio condicional dos Direitos da Personalidade desenvolvido por Charles Taylor e o cerceamento ao Direito à intimidade, perfazendo uma abordagem do próprio sistema de aplicação de pena no ordenamento penal brasileiro, bem como da teoria de Charles Taylor para o exercício dos Direitos da Personalidade. Fora realizada a identificação do momento em que ocorre a valoração da personalidade, bem como o apontamento de seu fundamento legal previsto no artigo 59, do Código Penal. Com relação a personalidade, tem-se que é fruto unicamente da forma como a pessoa pensa, sente e age e ao valorá-la, o julgador passa a punir, mesmo que subjetivamente, o modo de pensar e sentir do réu, elementos os quais não são, ante o Princípio da Legalidade, suscetíveis de punição. Evidencia-se que a valoração da personalidade do autor do crime é uma clara punição ao passado da pessoa, ou seja, pune-se a existência do condenado. O magistrado não possui qualquer capacitação técnica para realizar a valoração em comento, sendo essa técnica exclusiva da psicologia e psiquiatria. No aspecto constitucional, a valoração da personalidade do autor do crime, observa-se que os termos vagos utilizados pelo magistrado representam uma nítida ausência do requisito constitucional da fundamentação da sentença, o que impossibilita o exercício da ampla defesa e do contraditório. A valoração da personalidade do autor do crime também está relacionada aos movimentos de pampenalização e abolicionismo penal, uma vez que representa uma rígida burocratização punitivista. A teoria de Charles Taylor acerca das condições dos Direitos da personalidade apresenta-se, dentro da pesquisa realizada, como um filtro para demonstrar que a valoração da personalidade do autor do crime atenta diretamente contra as condições para o exercício dos Direitos da Personalidade e consequentemente para o usufruto do Direito à Intimidade. A metodologia adotada para realização dos trabalhos, fora utilizado o método dedutivo, priorizando a pesquisa bibliográfica teórica, utilizando, ainda, a metodologia analítico interpretativa, apresentando-se como essencial para o alcance dos objetivos e a conclusão da pesquisa, permitindo assim constatar que a valoração da personalidade do autor do é uma punição tendo como base o conjunto de convicções do indivíduo, estando em descompasso com o entendimento que a delinquência não se trata de uma característica contida na essência de uma pessoa, atribuindo à vida voltada ao crime muito mais a fatores sociais do que fatores ligados à formação da personalidade.
publishDate 2021
dc.date.none.fl_str_mv 2021-01-29
2022-08-01T20:43:12Z
2022-08-01T20:43:12Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/9681
url http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/9681
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv UNIVERSIDADE CESUMAR
Brasil
Ciências Jurídicas (Mestrado)
UNICESUMAR
publisher.none.fl_str_mv UNIVERSIDADE CESUMAR
Brasil
Ciências Jurídicas (Mestrado)
UNICESUMAR
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Digital Unicesumar
instname:Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR)
instacron:UniCesumar
instname_str Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR)
instacron_str UniCesumar
institution UniCesumar
reponame_str Repositório Digital Unicesumar
collection Repositório Digital Unicesumar
repository.name.fl_str_mv Repositório Digital Unicesumar - Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1813098720909066240