A ARTE DE FALAR ROMANA NO PRINCIPADO: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A ÓTICA SE TÁCITO
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Digital Unicesumar |
Texto Completo: | http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7054 |
Resumo: | Esta pesquisa tem como proposta apresentar algumas considerações sobre a importância da oratória para a formação política do homem romano do século I d.C. Para tanto usaremos como fonte a obra do historiador Cornélio Tácito intitulada "Diálogo dos oradores". Quando se diz respeito a Roma, ao falarmos de vida pública, primeiramente, temos que lembrar de formação, preparação e estudo, pois, a vida de um homem público, sempre esteve intrinsecamente ligada ao estudo da oratória; não se dissociava o político do orador. O cidadão, para possuir status e ter a possibilidade de ser um magistrado ou até mesmo um senador, certamente tinha que manipular com destreza todo arsenal da linguagem e da boa representação. Com este intuito, os pais, logo cedo encaminhavam os seus filhos para terem a formação de um civis romanus, podendo assim, atuar como homem público. Nesta perspectiva, observa-se que o ensino da oratória sempre foi algo muito apreciado em toda Roma .A República representou o período de apogeu da oratória romana, os oradores eram admirados e respeitados pelo seu poder de persuasão, eram estes homens eloqüentes que regiam a vida pública e administravam a urbs. Porém, ao chegarmos no período imperial, nos deparamos com algumas críticas com relação à educação romana, ao sistema político, e, principalmente à decadência da oratória. Neste contexto, entre outros escritores e críticos de seu tempo, temos Tácito, que dedicou um estudo a respeito do declínio da oratória romana, entre os anos de 79 a 96 a.C. A obra intitulada Diálogo dos oradores se estrutura a partir de uma conversa simulada entre grandes oradores do Principado sobre a problemática da decadência da oratória romana, expondo três respostas para este problema: o mau sistema educacional de Roma no Principado, a prática vazia das declamações e, sobretudo, a mudança no sistema político romano, com o fim da República e início do Império. Sobre o período imperial sabe-se que foi marcado pela centralização do poder nas mãos de um princeps, ou seja, o primeiro cidadão, que ao possuir o imperium, reduzia o espaço de atuação dos oradores no Fórum romano, junto ao Senado. A educação também viveu um processo de decadência no ensino, pois, as escolas de retórica, devido toda a situação política do Império, estava acostumada em uma atmosfera irreal, com a prática de declamações vazias. Ao levantar críticas à situação das instituições políticas romanas, e ao lamentar a decadência da oratória, Tácito nos permite observar a sua real importância para a sociedade da época e para a formação do homem público. Desta forma, nos permite conhecer um pouco sobre o funcionamento das instituições políticas e educacionais romanas, destacando a intrínseca relação entre política, cidadania, educação e o emprego da oratória para o exercício da vida pública. Com relação ao respaldo teórico metodológico, cabe ressaltar que, quando o historiador se propõe estudar um tema voltado para as fontes literárias, ele se depara com inúmeras discussões a respeito do método que será utilizado para a leitura de sua fonte. Até este momento da nossa pesquisa nos orientamos pela leitura teórico-metodológica proposta por Antônio Cândido, em sua obra intitulada Literatura e Sociedade, mostrando que todo intérprete deve levar em consideração três elementos que se inter-relacionam, ou seja, autor, público, e obra. |
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