DisCrit: os limites da interseccionalidade para pensar sobre a pessoa negra com deficiência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Philippe Oliveira de
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Araújo, Luana Adriano
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Políticas Públicas (Online)
Texto Completo: https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/6861
Resumo: A Critical Race Theory (CRT) pode ser conceituada como um quadro referencial que performa uma leitura racializada das relações de classe, e uma leitura de classe das relações étnico-raciais. Os Disability Studies (DS), por sua vez, consistem no programa teórico pautado pela análise dos significados e das concepções de deficiência em sociedade. Engendrada na interseccionalidade entre essas perspectivas, a DisCrit surge como um campo emergente na teoria crítica, que busca reconhecer e aprofundar as influências mútuas entre a Critical Race Theory (CRT) e os Disability Studies (DS). Sua meta imediata é descrita como o integral endereçamento da realidade interseccional de corpos marcados pela negritude e pela deficiência. Há, contudo, um objetivo estrutural de fundamentação da DisCrit, consistente no entrelaçamento dos conceitos de raça e deficiência a partir da crítica da normalidade. A partir disso, buscamos, como objetivo geral, reanalisar a estabilidade conceitual da interseccionalidade como instrumento teórico para entender a experiência da pessoa negra com deficiência. Nossos objetivos específicos são: compreender a DisCrit e seu lugar nos estudos brasileiros de deficiência; tratar da interseccionalidade como cruzamento de duas ou mais categorias socialmente marginalizadas; e propor uma noção de interseccionalidade que redefina normalidades em cor e funcionamentos. Partimos do esforço por compreender se a DisCrit, fundamentada na interseccionalidade entre raça e deficiência, endereça adequadamente as estruturas de opressão geradas pela normalidade. A metodologia utilizada pautou-se por uma pesquisa hipotético-dedutiva, com abordagem qualitativo-descritiva e com aporte fundamental na revisão bibliográfica. Apontamos para a conclusão teórica de que a DisCrit é relevante quando sustentada em uma abordagem interseccional intercategorial sensível à maneira como diferentes marcadores (estampas) sociais recaem sobre um mesmo corpo. No campo do levantamento de literatura brasileira, apontamos para a necessidade de aprofundamento de estudos que contemplem raça e deficiência como categorias enredadas por uma concepção de normalidade.
id UNICEUB-3_f6c98e41a37bdc30fceceba1343063ab
oai_identifier_str oai:oai.uniceub.emnuvens.com.br:article/6861
network_acronym_str UNICEUB-3
network_name_str Revista Brasileira de Políticas Públicas (Online)
repository_id_str
spelling DisCrit: os limites da interseccionalidade para pensar sobre a pessoa negra com deficiênciaTeoria Crítica do DireitoInterseccionalidade; Teoria Crítica Racial; Estudos em Deficiência.A Critical Race Theory (CRT) pode ser conceituada como um quadro referencial que performa uma leitura racializada das relações de classe, e uma leitura de classe das relações étnico-raciais. Os Disability Studies (DS), por sua vez, consistem no programa teórico pautado pela análise dos significados e das concepções de deficiência em sociedade. Engendrada na interseccionalidade entre essas perspectivas, a DisCrit surge como um campo emergente na teoria crítica, que busca reconhecer e aprofundar as influências mútuas entre a Critical Race Theory (CRT) e os Disability Studies (DS). Sua meta imediata é descrita como o integral endereçamento da realidade interseccional de corpos marcados pela negritude e pela deficiência. Há, contudo, um objetivo estrutural de fundamentação da DisCrit, consistente no entrelaçamento dos conceitos de raça e deficiência a partir da crítica da normalidade. A partir disso, buscamos, como objetivo geral, reanalisar a estabilidade conceitual da interseccionalidade como instrumento teórico para entender a experiência da pessoa negra com deficiência. Nossos objetivos específicos são: compreender a DisCrit e seu lugar nos estudos brasileiros de deficiência; tratar da interseccionalidade como cruzamento de duas ou mais categorias socialmente marginalizadas; e propor uma noção de interseccionalidade que redefina normalidades em cor e funcionamentos. Partimos do esforço por compreender se a DisCrit, fundamentada na interseccionalidade entre raça e deficiência, endereça adequadamente as estruturas de opressão geradas pela normalidade. A metodologia utilizada pautou-se por uma pesquisa hipotético-dedutiva, com abordagem qualitativo-descritiva e com aporte fundamental na revisão bibliográfica. Apontamos para a conclusão teórica de que a DisCrit é relevante quando sustentada em uma abordagem interseccional intercategorial sensível à maneira como diferentes marcadores (estampas) sociais recaem sobre um mesmo corpo. No campo do levantamento de literatura brasileira, apontamos para a necessidade de aprofundamento de estudos que contemplem raça e deficiência como categorias enredadas por uma concepção de normalidade.UniCEUBAlmeida, Philippe Oliveira deAraújo, Luana Adriano2020-10-26info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/686110.5102/rbpp.v10i2.6861Brazilian Journal of Public Policy; v. 10, n. 2 (2020): Gênero, raça e direito: articulações empíricas e epistemológicasRevista Brasileña de Políticas Públicas; v. 10, n. 2 (2020): Gênero, raça e direito: articulações empíricas e epistemológicasRevista Brasileira de Políticas Públicas; v. 10, n. 2 (2020): Gênero, raça e direito: articulações empíricas e epistemológicas2236-16772179-8338reponame:Revista Brasileira de Políticas Públicas (Online)instname:Centro de Ensino de Brasília (UNICEUB)instacron:UNICEUBporhttps://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/6861/pdfDireitos autorais 2020 Revista Brasileira de Políticas Públicasinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-12-05T12:34:46Zoai:oai.uniceub.emnuvens.com.br:article/6861Revistahttp://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/index.php/RBPPPRIhttps://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/oaiatendimento.seer@uniceub.br||rbppuniceub@gmail.com|| prisqua@gmail.com|| marcelodvarella@gmail.com2236-16772179-8338opendoar:2022-12-05T12:34:46Revista Brasileira de Políticas Públicas (Online) - Centro de Ensino de Brasília (UNICEUB)false
dc.title.none.fl_str_mv DisCrit: os limites da interseccionalidade para pensar sobre a pessoa negra com deficiência
title DisCrit: os limites da interseccionalidade para pensar sobre a pessoa negra com deficiência
spellingShingle DisCrit: os limites da interseccionalidade para pensar sobre a pessoa negra com deficiência
Almeida, Philippe Oliveira de
Teoria Crítica do Direito
Interseccionalidade; Teoria Crítica Racial; Estudos em Deficiência.
title_short DisCrit: os limites da interseccionalidade para pensar sobre a pessoa negra com deficiência
title_full DisCrit: os limites da interseccionalidade para pensar sobre a pessoa negra com deficiência
title_fullStr DisCrit: os limites da interseccionalidade para pensar sobre a pessoa negra com deficiência
title_full_unstemmed DisCrit: os limites da interseccionalidade para pensar sobre a pessoa negra com deficiência
title_sort DisCrit: os limites da interseccionalidade para pensar sobre a pessoa negra com deficiência
author Almeida, Philippe Oliveira de
author_facet Almeida, Philippe Oliveira de
Araújo, Luana Adriano
author_role author
author2 Araújo, Luana Adriano
author2_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv
dc.contributor.author.fl_str_mv Almeida, Philippe Oliveira de
Araújo, Luana Adriano
dc.subject.por.fl_str_mv Teoria Crítica do Direito
Interseccionalidade; Teoria Crítica Racial; Estudos em Deficiência.
topic Teoria Crítica do Direito
Interseccionalidade; Teoria Crítica Racial; Estudos em Deficiência.
description A Critical Race Theory (CRT) pode ser conceituada como um quadro referencial que performa uma leitura racializada das relações de classe, e uma leitura de classe das relações étnico-raciais. Os Disability Studies (DS), por sua vez, consistem no programa teórico pautado pela análise dos significados e das concepções de deficiência em sociedade. Engendrada na interseccionalidade entre essas perspectivas, a DisCrit surge como um campo emergente na teoria crítica, que busca reconhecer e aprofundar as influências mútuas entre a Critical Race Theory (CRT) e os Disability Studies (DS). Sua meta imediata é descrita como o integral endereçamento da realidade interseccional de corpos marcados pela negritude e pela deficiência. Há, contudo, um objetivo estrutural de fundamentação da DisCrit, consistente no entrelaçamento dos conceitos de raça e deficiência a partir da crítica da normalidade. A partir disso, buscamos, como objetivo geral, reanalisar a estabilidade conceitual da interseccionalidade como instrumento teórico para entender a experiência da pessoa negra com deficiência. Nossos objetivos específicos são: compreender a DisCrit e seu lugar nos estudos brasileiros de deficiência; tratar da interseccionalidade como cruzamento de duas ou mais categorias socialmente marginalizadas; e propor uma noção de interseccionalidade que redefina normalidades em cor e funcionamentos. Partimos do esforço por compreender se a DisCrit, fundamentada na interseccionalidade entre raça e deficiência, endereça adequadamente as estruturas de opressão geradas pela normalidade. A metodologia utilizada pautou-se por uma pesquisa hipotético-dedutiva, com abordagem qualitativo-descritiva e com aporte fundamental na revisão bibliográfica. Apontamos para a conclusão teórica de que a DisCrit é relevante quando sustentada em uma abordagem interseccional intercategorial sensível à maneira como diferentes marcadores (estampas) sociais recaem sobre um mesmo corpo. No campo do levantamento de literatura brasileira, apontamos para a necessidade de aprofundamento de estudos que contemplem raça e deficiência como categorias enredadas por uma concepção de normalidade.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-10-26
dc.type.none.fl_str_mv
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/6861
10.5102/rbpp.v10i2.6861
url https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/6861
identifier_str_mv 10.5102/rbpp.v10i2.6861
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/6861/pdf
dc.rights.driver.fl_str_mv Direitos autorais 2020 Revista Brasileira de Políticas Públicas
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Direitos autorais 2020 Revista Brasileira de Políticas Públicas
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv UniCEUB
publisher.none.fl_str_mv UniCEUB
dc.source.none.fl_str_mv Brazilian Journal of Public Policy; v. 10, n. 2 (2020): Gênero, raça e direito: articulações empíricas e epistemológicas
Revista Brasileña de Políticas Públicas; v. 10, n. 2 (2020): Gênero, raça e direito: articulações empíricas e epistemológicas
Revista Brasileira de Políticas Públicas; v. 10, n. 2 (2020): Gênero, raça e direito: articulações empíricas e epistemológicas
2236-1677
2179-8338
reponame:Revista Brasileira de Políticas Públicas (Online)
instname:Centro de Ensino de Brasília (UNICEUB)
instacron:UNICEUB
instname_str Centro de Ensino de Brasília (UNICEUB)
instacron_str UNICEUB
institution UNICEUB
reponame_str Revista Brasileira de Políticas Públicas (Online)
collection Revista Brasileira de Políticas Públicas (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista Brasileira de Políticas Públicas (Online) - Centro de Ensino de Brasília (UNICEUB)
repository.mail.fl_str_mv atendimento.seer@uniceub.br||rbppuniceub@gmail.com|| prisqua@gmail.com|| marcelodvarella@gmail.com
_version_ 1798328489467707392