Sepse em queimados análise de etiologia, fatores de risco e morbimortalidade de pacientes vítimas de queimaduras internados no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bonfim de Lima e Silva, Renata
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: de Castro Cabral, Vitor
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Programa de Iniciação Científica - PIC/UniCEUB - Relatórios de Pesquisa
Texto Completo: https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/pic/article/view/7649
Resumo: A sepse configura-se como síndrome infecciosa complexa, com elevada incidência e morbimortalidade em vítimas de queimaduras. O presente estudo objetiva verificar epidemiologia, agentes etiológicos e fatores contribuintes para o desfecho clínico de sepse em pacientes queimados. MÉTODO: estudo transversal, quantitativo e qualitativo realizado a partir da análise de prontuário dos pacientes internados na Unidade de Tratamento de Queimados do HRAN durante o ano de 2018. RESULTADOS: no período em questão, 280 pacientes foram internados por injúria térmica, sendo 33% mulheres e 67% homens, com predominância em adultos (71%) seguido por crianças (17%). Os agentes causadores mais comuns foram fogo (58%) e escaldadura (35%), com média de SCQ equivalente a 14,9%. As comorbidades estavam presentes em 52% dos internados, com prevalência de etilismo (39%) e tabagismo (39%). O tempo de permanência dos internados da UTQ foi de 11,6 dias, sendo que 92% receberam alta, 6% faleceram e 2% apresentaram outro desfecho. Dos 280 queimados, apenas 14 (7,7%) evoluíram com sepse, com amostra predominantemente masculina (64%). As faixas etárias mais acometidas foram de 19 a 59 anos (78%) e acima de 60 anos (21%), nenhuma criança ou adolescente evoluiu com sepse. O principais agentes causadores foram fogo (n=12) e eletricidade (n=2), com média de SCQ em 43%. Os microorganismos isolados foram Acinetobacter baumanii (n=3) e Enterobacter cloacae (n=1), contudo grande parte dos pacientes não realizou cultura por falta de material. O tempo médio de internação dos pacientes sépticos foi de 17,7 dias, sendo que 7 receberam alta, 6 foram a óbito e 1 foi transferido. O esquema de antibioticoterapia prevalente nesses pacientes foi Ampicilina e Sulbactam, Amicacina e Cefepime, Meropenem e Vancomicina, definidos pelo protocolo do hospital e adaptado de acordo com o resultado das culturas. Dos 14 pacientes, sépticos, 6 foram submetidos a procedimentos invasivos, 13 realizaram, no mínimo, 1 desbridamento e 7 realizaram pelo menos 1 enxerto. CONCLUSÃO: os dados analisados comprovaram eficiência dos profissionais no manejo das vítimas de queimaduras, uma vez que foram muitos queimados, no entanto, poucos fizeram sepse e apenas 6 morreram por tal causa. Tal desfecho deve-se ao início precoce dos antibióticos, ao uso mínimo de procedimentos invasivos a intervenções cirúrgicas pontuais. Dessa forma, ficou evidente a necessidade de determinação de protocolos para reduzir a morbimortalidade e os custos dos pacientes com sepse.
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