Síndromes gripais e infecções por Sars-Cov-2 em pacientes usuários crônicos de antimaláricos (Hidroxicloroquina e Difosfato de Cloroquina)
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Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Programa de Iniciação Científica - PIC/UniCEUB - Relatórios de Pesquisa |
Texto Completo: | https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/pic/article/view/8333 |
Resumo: | A evolução da pandemia de COVID-19 trouxe a necessidade urgente de pesquisassobre medidas eficientes para seu manejo clínico. Estudos prévios haviam demonstrando quealguns antimaláricos (AM), como a cloroquina e a hidroxicloroquina, apresentam açãoantiviral efetiva contra determinadas linhagens. Ademais, estudos demonstraram quepacientes portadores de doença reumática imunomediada (DRIM) apresentaram menorincidência de COVID-19, outrossim os que desenvolveram a patologia, não evoluíram comformas graves, mesmo apresentando outras comorbidades preditoras de pior desfechoclínico. Por conseguinte, levantou-se a hipótese de um efeito protetor dos AM contra a COVID-19. No atual cenário, ergueu-se uma intensa discussão sobre o assunto. Atualmente, o usoprofilático de AM foi desencorajado por estudos criteriosos. O presente estudo tem comoobjetivo principal avaliar a frequência de sintomas gripais e COVID-19 em pacientes usuárioscrônicos de AM em virtude do tratamento de DRIM. Metodologia: O trabalho é umdesdobramento do Projeto Mário Pinotti II, sendo um estudo de coorte transversal com grupocontrole a partir do recorte dos participantes referentes ao Distrito Federal. O tamanhoamostral foi de 638 pessoas, com n de 373 pacientes com DRIM e de 265 contactantes diretosnão portadores de DRIM - grupo controle. Ambos grupos foram entrevistados por meio decontato telefônico semanal, sendo analisadas características sociodemográficas, detalhes douso dos AM, das doenças de base e de demais comorbidades. Também foram abordadosaspectos relacionados aos sintomas da COVID-19, de demais síndromes gripais, e dadosepidemiológicos em ambos grupos. Os dados foram armazenados na plataforma RedCaponline. Foram definidos como COVID-19 positivos aqueles com demonstração da infecção porPCR em orofaringe ou sorologia confirmatória. Os dados levantados foram analisados com ouso do software SPSS 20.0 e STATA 12. Resultados: O grupo de pacientes contou com 91,7%de mulheres e 8,3% de homens, com média de idade de 45,5 anos. Quanto à co-habitação,11,5% dos pacientes moram sozinhos/com mais um habitante e 88,4% moram com 2 ou maispessoas. As DRIM mais incidente foi Lúpus Eritematoso Sistêmico (60,4%). O espectro desintomas gripais avaliados entre os dois grupos mostrou comportamento distinto (p=0,019) -pacientes com DRIM obtiveram maior frequência de 1 ou mais sintomas gripais (36,2% versus24,9%). O grupo pacientes apresentou maior frequência de positividade para COVID-19 doque o grupo controle (p0,001). Não houve diferença no número de internações hospitalaresentre os grupos (p=1,000). Quanto a sintomas gripais que se correlacionam comcaracterísticas epidemiológicas individuais - as quais diferiam entre os grupos - não houveimpacto na frequência dos sintomas (p=0,001). Por fim, os pacientes com DRIM apresentaramfrequência de sintomas gripais 66% maior do que o grupo controle. Discussão/conclusão:Apesar de pesquisas prévias e de estudos realizados no início da pandemia demonstrarempossível efeito protetor de AM contra a COVID-19 e suas formas graves, estudos mais recentese mais criteriosos desacreditaram esse uso, levando inclusive à revogação da aplicação de AMno manejo clínico da doença pela FDA americana. Os resultados do presente estudo estão deacordo com essa nova visão, pois foi evidenciado que não houve frequência menor dedesenvolvimento de síndromes gripais e de COVID-19 em pacientes usuários crônicos de AMquando comparados ao grupo controle de contactantes intra-domicilares não usuários damedicação. |
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