DEPRESSÃO PÓS PARTO PARA ALÉM DO DIAGNÓSTICO, UM ESTUDO SOBRE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E PRODUÇÃO SUBJETIVA
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Programa de Iniciação Científica - PIC/UniCEUB - Relatórios de Pesquisa |
Texto Completo: | https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/pic/article/view/5419 |
Resumo: | Na atual sociedade medicalizada e permeada por dispositivos normatizadores,onde o que diverge da norma é marginalizado a esfera do patológico, a representação social que se tem acerca da depressão pós-parto é caracterizada por uma viés biomédico que a identifica a partir de sintomas e a define como doença calcada no biológico. Desse modo, faz-se pertinente estudos direcionados a uma compreensão complexa, que resgate as dimensões histórico, sociais, culturais e políticas, frequentemente relegadas, na configuração desse fenômeno. O presente estudo, a partir do referencial teórico da Teoria da Subjetividade, em uma perspectiva histórico-cultural, utilizando-se também de contribuições da Teoria das Representações Sociais, objetivou compreender as produções subjetivas relacionadas à vivência da depressão pós parto de modo a gerar inteligibilidades que permitissem novas estratégias no contexto da assistência à depressão pós parto. O estudo indica que a produção subjetiva da depressão pós parto está relacionada com uma dissociação entre a norma cultivada nas representações e subjetividade social dominantes, que as participantes configuram enquanto ideal por meio dos sentidos subjetivos emergidos, e o modo como estas vivenciam a maternidade. Desse modo, a depressão pós parto é produzida a partir da complexa relação entre questões de gênero, representações dominantes acerca da maternidade, a medicalização da vida e a lógica biomédica presentes na subjetividade social que se configuram individualmente a partir da relação recursiva com a subjetividade individual, a história de vida e produções subjetivas singulares de cada participante. Além da frustração e culpa por suas vivencias não se enquadrarem na norma estipulada socialmente, e individualmente, a postura da equipe profissional, pautadas no referencial da normalidade, se evidenciou em atendimentos centrados no diagnóstico e nos sintomas, onde não havia espaço dialógico e que ignoravam, assim, toda a dimensão singular do fenômeno ceifando a possibilidade da geração de sentidos subjetivos e novos recursos diante da experiência vivenciada. Acentuando a falta de espaço dialógico na atenção prestada por profissionais, o vazio comunicacional presente nos relacionamentos íntimos das participantes corroborou para a inviabilização da produção de recursos para lidar com essa vivencia. Desse modo, enfatiza-se a importância de um espaço de diálogo onde as puérperas possam ser apoiadas socialmente em suas experiências oportunizando, assim, uma reflexão que viabilize a emergência de novos sentidos subjetivos para que desenvolvam, de maneira segura, sua forma singular de ser mãe |
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